O governo anunciou ontem, 2, que a Previdência Social mais uma vez terá suas receitas destinadas ao apoio à indústria. R$ 4,1 bilhões é o valor estimado para a arrecadação com a folha de pagamento dos setores vestuário e acessórios, calçados e couros e móveis e tecnologia da informação, desonerados.
Enquanto a medida provisória foi implantada com urgência e entrará em vigor já em novembro, a COBAP e Centrais batalham, quase que semanalmente, para conquistar um pequeno avanço no reajuste de benefícios e valorização dos aposentados e pensionistas brasileiros, maiores contribuintes para a Previdência. E quem tem direito ao apoio maior do governo? A indústria.
Reuniões entre a equipe técnica do Ministério da Previdência e defensores dos cidadãos aposentados são marcadas por inúmeras reivindicações e resultados mínimos em passos de tartaruga. Anos a fio de vigílias, manifestações e audiências de milhares de brasileiros idosos e necessitados não tiveram o resultado grandioso e quase imediato da importante indústria brasileira.
Apesar de anunciarem que termina em 2012, a medida não tem lógica previdenciária. Parece que o governo não entendeu ainda que a Previdência tem base contributiva e deve retornar aos contribuintes, que precisam praticamente implorar por migalhas, tentando desmistificar diariamente que há rombo na Previdência.
Enquanto o governo financiar com o dinheiro do trabalhador o enriquecimento dos grandes empresários, estaremos fadados ao velho e falacioso discurso do déficit, que é ressaltado principalmente quando o assunto é fazer justiça a quem contribuiu a vida inteira pelo país. Consideramos um ato de desrespeito e descaso contra o ser humano.
A grande imprensa deveria questionar agora para a presidente Dilma Roussef de onde a tão deficitária Previdência vai tirar dinheiro para financiar esse apoio? Sempre soubemos que a Previdência tem dinheiro para pagar os aposentados e pensionitas. Está aí onde ele é indevidamente aplicado.
Warley Martins
Presidente da COBAP
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