Stanford R. Ovshinsky criou tecnologias usadas em laptops, celulares e televisores. Agora, ele quer tornar a energia solar barata e acessível a todos
Ovshinsky cresceu em Ohio, nos Estados Unidos, filho mais velho de uma família de judeus que deixou a Europa em 1905
São Paulo — “Instituto Para Estudos Amorfos” é o que se lê na placa em preto e branco colocada na antiga escola de ensino fundamental no arborizado subúrbio de Detroit, nos Estados Unidos. A frase tem um pouco de humor nerd. Os cientistas e engenheiros trabalhando ali sabem que ela deixa a entender que se trata de um instituto de pesquisa típico do Vale do Silício. Ao mesmo tempo,a placa é séria. É uma lembrança da descoberta sobre materiais amorfos feita há 50 anos por Stanford R. Ovshinsky. Apesar do nome estranho, o achado revolucionou a computação e possibilitou a invenção de produtos como chips de memória que não perdem os dados quando ficam sem energia e telas planas. Ou seja, é a base para a produção de gadgets que fazem parte do nosso dia a dia, como smartphones, laptops e TVs superfinas.
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A descoberta de Ovshinsky criou um campo novo na ciência de materiais e seria apenas a primeira de muitas outras. Apesar de ter completado somente o ensino médio, o inventor já escreveu mais de 300 ensaios científicos, tem mais de 400 patentes em seu nome e recebeu dezenas de graduações honorárias, prêmios e elogios acadêmicos. Agora, aos 89 anos, criou uma nova empresa, a Ovshinsky Solar, que tem uma meta audaciosa: fazer com que o custo da energia solar seja mais barata do que a produzida com base em carvão.
A preocupação de Ovshinsky com o meio ambiente é antiga. Na década de 1960, muito antes da atual onda verde, ele e sua segunda mulher, Iris, abriram o Laboratório de Conversão Energética em Detroit. Já naquela época os Ovshinskys sonhavam com um mundo livre das guerras e da poluição causada pela dependência dos combustíveis fósseis. Iris tinha a formação acadêmica que faltava a Ovshinsky, incluindo um Ph.D em bioquímica pela Universidade de Boston. Juntos, criaram novidades na geração e no armazenamento de energia e em materiais sintéticos concebidos atomicamente, conhecidos agora como nanotecnologia.
“Há muito tempo escolhi energia e informação como os dois pilares da nossa economia”, diz Ovshinsky. “Se você modifica a equação de energia para não usar mais carvão e evitar as mudanças climáticas, encerra uma era e abre outra totalmente diferente. Sou um ativista, mas arregaço as mangas e faço.”
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