As
vezes, quando escuto relatos de filhos sobre
suas mães fico pasma.
Alguns não se importam em saber como estão
passando, se precisam de alguma coisa e seguem suas vidas como se elas não
existissem. Já foram necessárias. Agora não mais. Outros relatam com frieza e
distanciamento a relação. Parecem dois estranhos, nos raros desencontros
cheio de formalidade.
Não
consigo compreender como se esquecem, com tanta facilidade, as noites insones,
os ensinamentos, o buscar e levar a escola, aulas
de balé, natação, inglês, casa de
coleguinhas. Estudar junto para a prova, fazer pesquisa, banho morno de
madrugada para baixar o febrão, segurar a testa para vomitar o 1º porre da
vida. Vibrar no auditório com a apresentação seja lá do que for como se fossem
os maiores artistas do mundo. E eram! Xingar juiz, técnico e a torcida
adversária numa competição qualquer. Fazer mágica com o dinheiro do mês ou
economia por meses, só para comprar o que tanto desejavam. Realmente não
compreendo.
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