terça-feira, 13 de maio de 2008

Maconha: a perigosa passeata


Publicada em 16/04/2008 às 13h17m

Por Milton Corrêa da Costa

A anunciada passeata do dia 4 de maio no Arpoador, no Rio, em favor da liberação da maconha, constitui uma perigosa ameaça à nossa juventude. Almejando mostrar a sociedade que é possível viver num (falso) "mundo colorido", sob o pretexto da liberdade desenfreada e de enfraquecer o poder do tráfico, alguns dependentes irão propor, mais uma vez, a liberação da maconha.

Três conseqüências advirão de tal permissividade: a diminuição do estigma social, a redução do preço e o aumento do consumo. Uma porção de maconha custará o mesmo que um saquinho de chá e em qualquer esquina ou no pátio de uma escola não haverá problema em fumar um baseado. Imaginem um piloto de avião que resolve, antes do vôo, fazer uso de maconha ou cheirar cocaína?

Liberar a droga significa escancarar, ainda mais, a perigosa porta de entrada para o caminho da destruição, por onde ingressarão mais e mais jovens. O resultado na Holanda não foi dos mais promissores. Cerca de 5 mil dos 25 mil dependentes lá existentes são responsáveis pela metade dos crimes leves. O uso da maconha subiu 400% em razão da liberação.

Os altos impostos que pagamos com o tratamento de vítimas do alcoolismo e do tabagismo no Brasil já seria um bom exemplo para inviabilizar tal proposta. Drogas não agregam valores nem desenvolvem talentos. O uso de drogas, além dos danos físicos e psicológicos, causa o dano social com a chamada "síndrome amotivacional", onde as atividades esportivas, os estudos e o trabalho são seriamente afetados. O consumo de cocaína, comprovadamente, causa danos irreversíveis ao cérebro. A maconha, segundo a pesquisadora americana Karen Bola, que visitou o Brasil no ano passado, causa a perda de memória.

A maconha e o álcool são a porta de entrada para outras drogas, principalmente nas chamadas festas "rave", onde jovens de classe média perdem a vida por consumo excessivo de ecstasy, a exemplo do que ocorreu em outubro passado, num evento em Itaboraí, no Rio, com o jovem Lucas Amendola Maiorano, de apenas 17 anos. Todo o cuidado é pouco. Os pais devem estar, portanto, permanentemente alertas sobre a mudança de comportamento dos filhos. Se o jovem conhecesse os males da droga antes do consumo, certamente que não a usaria. Quem se ama não se droga.

Milton Corrêa é tenente coronel da PMERJ na reserva

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