terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A poesia para quem não gosta de poesia


Não é todo mundo que gosta de poesia. Arrisco dizer que ela é a menos unânime das artes. Difícil achar gente que não gosta de música, ou que não vê graça em desenhos, pinturas, figuras. Raro achar pessoas que não entendam por que se dança, por que se vai ao cinema ou ao teatro, por que se canta ou se toca um instrumento. Mas e a poesia? Tenho amigos que dizem não entender para que se escreve ou se lê poesia depois do ensino médio. E bons amigos, gente que não mataria judeus ou entraria atirando em cinemas, gente com sensibilidade, estudo e barba feita.

Imagino que os primeiros homens descobriram facilmente o canto. Invadidos por qualquer sentimento inexplicável, por dor ou alegria, por saudade ou raiva, eles provavelmente grunhiam, uivavam e batiam em objetos sonoros. Daí para o roquenrol seria um pulo.Também não é complicado supor como surgiria a pintura e por que ela exercia o fascínio que até hoje exerce. Aliás, que hoje especialmente exerce. Por que se notarmos, bem antes dos naturalismos e naturezas mortas os homens já davam uma de Picasso e de Matisse. As gravuras dos homens das cavernas eram estilizadas, despojadas e simbólicas como são hoje as logomarcas e grafites. A arte de contar histórias é outra que parece ter surgido naturalmente de uma necessidade humana. Com a descoberta do fogo então, suponho que a moda da época eram as rodas de história de terror. Lobisomens e vampiros não surgiram na mente de escritores ingleses entediados com o cricket, mas de campônios atemorizados que fugiam das florestas.

Mas a poesia precisou de todas essas outras artes para surgir. Foi necessário que o canto disforme se transformasse em música com letra. É interessante notar que os textos mais antigos que conhecemos eram cantados; A Odisséia, a Ilíada, a própria Bíblia, consistiam em tradições orais posteriormente transformadas em texto escrito ou mesmo textos escritos para serem cantados ou lidos em voz alta. A poesia é, então, uma tributária da música. Mas também o é da arte de contar história, já que os primeiros poemas não falavam exatamente do sol na janela, do barquinho no mar ou da tristeza de levar um fora. Eram epopéias. Narravam os feitos de heróis e deuses, de reis e magos,com bastante sangue, traições e homens com cabeça de animal. Finalmente, foi necessário que os antigos desenvolvessem suas pinturas, parassem com a fixação por bisões e gordinhas peitudas, e chegassem ao máximo da estilização pictórica que são as letras, alfabetos, ideogramas, etc. Só assim a poesia encontrou seu suporte ideal, aquele que resiste até hoje e que apagou lentamente os traços orais e cantados dos antigos poemas.

A poesia é, então, uma forma de arte de segunda geração. Foi preciso um grau de subjetividade muito maior para se chegar a ela, assim como é preciso muito mais subjetividade para decodificá-la. O caminho até os versos de hoje foi longo e gerou muita metalinguagem, muitas auto-citações, muitos reflexos. Por isso acho também que quem gosta de poesia é alguém que já leu muitos poemas, por que já está de certo modo iniciado e íntimo dos maneirismos e das possibilidades inerentes. É um gosto construído, como a própria poesia é uma arte construída.

Mas se traçarmos o caminho das artes até hoje, algo de curioso acontece que talvez desfaça meu raciocínio. A música, por exemplo: começou com gritos, ruídos, tambores e dança, evoluiu para motivos religiosos, chegou ao ápice da abstração e da sofisticação com a música clássica e, hoje, evoluiu para gritos, ruídos, tambores e dança. Da idade da pedra para a idade do rock. A pintura começou com bisões, gordas peladas e palitinhos caçadores, evoluiu para perspectivas, naturezas mortas, chegou à fotografia, a imagem 3D e, finalmente, o traço da Nike e a maçã da Apple. Literatura: começou com adultos assustando as crianças com histórias de lobisomens, minotauros, vampiros e terminou com crianças assustando adultos com histórias de lobisomens, minotauros e vampiros. Mas e a poesia? Começou com histórias sanguinolentas de heróis mitológicos, passou por odes religiosas, depois odes açucaradas à amada e ao amor, para terminar diminutas de alguém tomando o café ou de folhas caindo durante a chuva. Por que essa diferença? Se ela retorna a isso quando a despojamos de toda parafernália histórica e de todo o jargão,então, só posso supor que, provavelmente, a poesia seja a mais antiga e natural das artes: aquela que surgiu do simples estar no mundo.

A poesia para quem não gosta de poesia


Não é todo mundo que gosta de poesia. Arrisco dizer que ela é a menos unânime das artes. Difícil achar gente que não gosta de música, ou que não vê graça em desenhos, pinturas, figuras. Raro achar pessoas que não entendam por que se dança, por que se vai ao cinema ou ao teatro, por que se canta ou se toca um instrumento. Mas e a poesia? Tenho amigos que dizem não entender para que se escreve ou se lê poesia depois do ensino médio. E bons amigos, gente que não mataria judeus ou entraria atirando em cinemas, gente com sensibilidade, estudo e barba feita.

Imagino que os primeiros homens descobriram facilmente o canto. Invadidos por qualquer sentimento inexplicável, por dor ou alegria, por saudade ou raiva, eles provavelmente grunhiam, uivavam e batiam em objetos sonoros. Daí para o roquenrol seria um pulo.Também não é complicado supor como surgiria a pintura e por que ela exercia o fascínio que até hoje exerce. Aliás, que hoje especialmente exerce. Por que se notarmos, bem antes dos naturalismos e naturezas mortas os homens já davam uma de Picasso e de Matisse. As gravuras dos homens das cavernas eram estilizadas, despojadas e simbólicas como são hoje as logomarcas e grafites. A arte de contar histórias é outra que parece ter surgido naturalmente de uma necessidade humana. Com a descoberta do fogo então, suponho que a moda da época eram as rodas de história de terror. Lobisomens e vampiros não surgiram na mente de escritores ingleses entediados com o cricket, mas de campônios atemorizados que fugiam das florestas.

Mas a poesia precisou de todas essas outras artes para surgir. Foi necessário que o canto disforme se transformasse em música com letra. É interessante notar que os textos mais antigos que conhecemos eram cantados; A Odisséia, a Ilíada, a própria Bíblia, consistiam em tradições orais posteriormente transformadas em texto escrito ou mesmo textos escritos para serem cantados ou lidos em voz alta. A poesia é, então, uma tributária da música. Mas também o é da arte de contar história, já que os primeiros poemas não falavam exatamente do sol na janela, do barquinho no mar ou da tristeza de levar um fora. Eram epopéias. Narravam os feitos de heróis e deuses, de reis e magos,com bastante sangue, traições e homens com cabeça de animal. Finalmente, foi necessário que os antigos desenvolvessem suas pinturas, parassem com a fixação por bisões e gordinhas peitudas, e chegassem ao máximo da estilização pictórica que são as letras, alfabetos, ideogramas, etc. Só assim a poesia encontrou seu suporte ideal, aquele que resiste até hoje e que apagou lentamente os traços orais e cantados dos antigos poemas.

A poesia é, então, uma forma de arte de segunda geração. Foi preciso um grau de subjetividade muito maior para se chegar a ela, assim como é preciso muito mais subjetividade para decodificá-la. O caminho até os versos de hoje foi longo e gerou muita metalinguagem, muitas auto-citações, muitos reflexos. Por isso acho também que quem gosta de poesia é alguém que já leu muitos poemas, por que já está de certo modo iniciado e íntimo dos maneirismos e das possibilidades inerentes. É um gosto construído, como a própria poesia é uma arte construída.

Mas se traçarmos o caminho das artes até hoje, algo de curioso acontece que talvez desfaça meu raciocínio. A música, por exemplo: começou com gritos, ruídos, tambores e dança, evoluiu para motivos religiosos, chegou ao ápice da abstração e da sofisticação com a música clássica e, hoje, evoluiu para gritos, ruídos, tambores e dança. Da idade da pedra para a idade do rock. A pintura começou com bisões, gordas peladas e palitinhos caçadores, evoluiu para perspectivas, naturezas mortas, chegou à fotografia, a imagem 3D e, finalmente, o traço da Nike e a maçã da Apple. Literatura: começou com adultos assustando as crianças com histórias de lobisomens, minotauros, vampiros e terminou com crianças assustando adultos com histórias de lobisomens, minotauros e vampiros. Mas e a poesia? Começou com histórias sanguinolentas de heróis mitológicos, passou por odes religiosas, depois odes açucaradas à amada e ao amor, para terminar diminutas de alguém tomando o café ou de folhas caindo durante a chuva. Por que essa diferença? Se ela retorna a isso quando a despojamos de toda parafernália histórica e de todo o jargão,então, só posso supor que, provavelmente, a poesia seja a mais antiga e natural das artes: aquela que surgiu do simples estar no mundo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Somos todos bregas

Somos todos bregas

O antigo mau gosto musical virou convicção no Brasil

LUÍS ANTÔNIO GIRON

Luís Antônio Giron Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA, escreve sobre os principais fatos do universo da literatura, do cinema e da TV (Foto: ÉPOCA)

Discos sempre foram para mim fontes de descoberta. Talvez o hábito de ouvi-los tenha ficadp fora de moda por causa da internet e da pirataria, mas nada se compara em nitidez sonora a um CD feito com plástico, alumínio e bits sonoros. Pois ontem escutei dois discos de duas cantoras representantes de faixas de público aparentemente diversas que me ajudaram a refletir sobre a atual situação da música popular brasileira: O que você quer saber de verdade (EMI), da cult MPB carioca Marisa Monte, e Ao Vivo (Universal), da mineira e sertaneja Paula Fernandes.

Há dez anos, para não ir muito longe, minha experiência sonora seria considerada abstrusa, pois obviamente duas artistas de registros tão diferentes iriam apenas mostrar a multiplicidade da música brasileira – e reafirmariam minhas convicções em relação àquilo que é refinamento e singeleza. Marisa, representante da alta cultura; Paula, das camadas populares. Mas minha experiência não se deu assim. Antes pelo contrário: o que eu ouvi nos dois discos são cantoras quase idênticas, entoando baladas românticas muito simples, acompanhadas por instrumentos acústicos, repletas de uma versalhada tida antes por piegas, tresmolhados de bons sentimentos e mensagens de amor nada discretas. Ambas seriam chamadas de bregas no Brasil Velho. Nos anos 60 e 70, a música romântica influenciada pelo bolero, a modinha e a toada caipira era considerada um produto barato, para uso do povão. Nos 80, bandas da vanguarda paulistana e cantores como Eduardo Dussek exploraram a verve paródica, meio que esnobando o brega, mas lucrando com o gênero. Depois da apreensão ingênua e da paródica, as pessoas assumiram o gênero com pungente fé. Hoje o brega é a convicção de um povo. Ele se consagrou. Marisa e Paula, duas grandes artistas vocais brasileiras, assumem com serenidade o novo bom gosto. Uma prova de que o brega se converteu em cult –e vice-versa.

Paula Fernandes e Marisa Monte (Foto: Tomas Rangel / Editora Globo e Dora Jobim)

O cult está brega. Isso quer dizer que o cidadão brasileiro cool e descolado se vale de todo tipo de referências para compor a sua roupa, seu modo de agir e seu imaginário. Esse novo comportamento reflete a mudança demográfica do país, com a ascensão das classes C e D. Essas camadas se tornaram importantes e terminam por impor seu gosto, seus hábitos e costumes ao restante da sociedade de consumo. A gente vê isso na novela Fina Estampa, da TV Globo, de Aguinaldo Silva. Ela relata a ascensão social da pobretona Griselda (Lília Cabral), que de quebra-galho se torna empresária. A novela não maquia a luta de classes, e mostra o conflito entre a emergente Griselda e a socialite Maria Teresa (Cristiane Torloni). Baseado em pesquisas, o autor faz um retrato realista de como a mulher brasileira se tornou chefe de família, está galgando posições – e, no universo da cultura, obriga a turma do narizinho empinado a prestar atenção no que ela gosta, no que ela sente, pensa e consome. Esse “ovo Brasil” é uma realidade insofismável. É preciso considerá-la e respeitá-la. Os novos-ricos e os novos-classe-média vieram para ficar e se mostrar, para horror das marias-teresas da vida.

Além da novela, o cinema brasileiro tem explorado, de uns cinco aos para cá, o universo da nova classe média: são favelas que enriquecem com o tráfico e o tráfico que domina os “bem-nascidos”(Tropa de Elite 1 e 2, Meu nome não é Johhny), mulheres que lutam para sobreviver sem preconceito (O céu de Suely, Bruna Surfistinha, De pernas para o ar), formas de arte em extinção que insistem em se manter vivas (O palhaço, Suprema Felicidade), personagens que questionam a identidade e os tabus sexuais (Se eu fosse você 1 e 2). É um novo mundo que se descortina, e talvez não se coadune com aquela ilha da fantasia sonhada pelos estetas, que hoje só sabem admirar o cinema classe-média-bonitinha da Argentina. Infelizmente (eu diria felizmente), o Brasil não é a Argentina. O Brasil se mostra muito mais rico e variado em termos demográficos e, por isso, culturais. Se é cultura “inferior” nos padrões europeus, paciência.

Os gostos, os hábitos, os amores e os ventos mudam, já dizia o poeta seiscentista Luís de Camões. Até a novidade sofre tantas e tamanhas metamorfoses em sua estrutura que chega o dia em que as coisas mais antigas, descartáveis e antes desprezíveis viram artigo de luxo. Experimentamos hoje o choque do velho, em contraposição ao que preconizavam as vanguardas artísticas até os anos 1920. No terreno da música cultura de massa, o processo se acelera ainda mais. Não apenas velhos paradigmas voltam à tona – trata-se de uma forma de reciclagem rápida dos produtos culturais – como também os usos e costumes de classes sociais antes antagônicas começam a interagir e a se fundir de forma irreversível, alterando o que se pensa sobre o mundo e como se consome arte, entre outras coisas.

Capas dos CDs de Paula Fernandes e Marisa Monte (Foto: Divulgação)

Mas voltemos à música, que sempre foi a antena das tendências por aqui, e, apesar de viver momentos não muito brilhantes, continua a ser uma arena de mudanças. O que tem acontecido na música brasileira é uma quebra de paradigma. Caiu a hegemonia do eixo Rio-São Paulo. A música axé da Bahia tomou conta do país inteiro, e gerou estrelas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Carlinhos Brown. O interior invadiu as capitais, e surgiu o forró universitário e, mais recentemente, o sertanejo universitário. O funk se fundiu com o samba e a MPB. E vieram para baixo os sons amazônicos. ÉPOCA publicou recentemente uma reportagem intitulada “E o brega virou cult”, de Mariana Shirai, sobre o gênero tecnobrega paraense e sua influência no movimento Avalanche Tropical, que congrega bandas e DJs bregas do país inteiro. Dessa enxurrada fazem parte a cantora Gaby Amarantos, Garotas Suecas e a Banda Uó.

O que as vertentes do pós-bom gosto ensinam? Em primeiro lugar, que é inútil ter preconceitos musicais, porque ela é invasiva mesmo, capaz que é de se apossar de sua alma. Em segundo, que aquilo que é considerado de mau-gosto na verdade ajuda a enriquecer a imaginação. Em terceiro, que nada é fixo no mundo, e nada mais dinâmico e pervasivo que o som. Quarto, torna-se urgente reavaliar nossas próprias crenças artísticas.

Por isso, finalmente o “populacho” e os “caipiras” invadiram os salões. Na nova geopolítica sonora do Brasil, podemos ouvir os ecos do brega na voz de Marisa Monte, e traços de erudição na de Paula Fernandes. Junte as duas e o resultado será parecido com Vanessa da Mata, uma acoplagem do sertanejo e do alto pop dançante. Junte a duas e você ouve a volta ainda não anunciada de Zezé di Camargo & Luciano. Você vai entender nas entrelinhas o tecnobrega, a axé. Junte-as em uma audição e você comporá o seu rosto. O Brasil joga na nossa cara quem e como somos de fato. Querendo ou não, se fazendo de culto ou nem tanto, você é brega, meu velho.

Comprovaram a relação entre mau-gosto e burrice. Sério

Comprovaram a relação entre mau-gosto e burrice. Sério

X
Você veio do Google, né? Bem vindo! Se quiser, pode ler minhas dicas sobre o Panamá aqui. :)
Related Posts Powered by Referrer Detector
Ok, me crucifique. Eu sou a favor da tolerância, da amizade, da alegria, da aceitação, da igualdade. Mas no fundo, eu sempre achei que havia um motivo para debochar de quem gostasse de música ruim. Eu sempre achei que houvesse uma relação entre ‘música ruim’ e ‘gente estúpida’, mas nunca pude provar.

Claro que, com a noção de que isso era algo absolutamente irracional, embora obtivesse algumas provas da minha teoria no convívio social (com exceções, claro, o que só comprova a existência da regra), podei esse pré-julgamento absurdo depois que cresci, pra não prejudicar minhas relações e não me tornar uma pessoa detestável.

Como cientistas desocupados são a classe que, estatisticamente, mais cresce no planeta, alguns deles publicaram um estudo chamado ‘Músicas que te fazem ficar estúpido‘.

Eles compararam o gosto musical de alguns estudantes com as notas que esses estudantes tiraram no SAT, um exame que pode ser considerado o ‘vestibular padrão’ norte americano - testa mais ou menos as mesmas competências que o nosso - e descobriram que quem tirou as notas mais altas ouve Beethoven, enquanto quem tirou as mais baixas curte Lil’ Wayne. A vitória tardou, mas não falhou. Olho no gráfico (se você ouve Lil’ Wayne, essa é pra você – clica e amplia pra conseguir enxergar):

Música que te faz ficar estúpido

Não sei o que acontece se você for fã de dois artistas que estiverem em pontos muito opostos da tabela. Eu sei o que acontece se você for fã só de artistas que estão do lado esquerdo, mas vou te desafiar a chegar nessa resposta sozinho, vamos ver se você é capaz.

Também não sei o que acontece se você considerar que esses exames acadêmicos não medem nada senão sua capacidade de ir bem na escola, que todos nós sabemos, não está relacionada quase nunca com sua inteligência ou genialidade.

Mas ignoremos a verdade politicamente correta e nos atenhamos aos fatos, à comprovação científica – agora eu tenho argumentos sólidos para não me aproximar dos fãs de Reggaton ou de Aerosmith.

Claro que só o fato de você declarar, deliberadamente e com orgulho para um pesquisador, que é fã de Reggaeton e/ou de Aerosmith já denota algum grau de estupidez por si só. Espero que eles tenham considerado isso ao desenvolver o gráfico.

A questão principal é: será que esse tipo de música deixa essas pessoas estúpidas ou essas pessoas ouvem essas músicas por serem estúpidas? Ou então, mais alarmante ainda, a estupidez é uma acarcterística que alimenta o gosto por música ruim, e a música ruim aumenta sua estupidez, num ciclo sem fim que vai terminar com você babando e ouvindo a discografia do Latino?

Só ficamos na especulação, até que outro grupo de cientistas resolva responder essa. De qualquer forma, o mesmo site divulgou também a lista de Livros que te fazem ficar estúpido. Apesar de ser um conceito que eu considero paradoxal, porque acho que gente verdadeiramente estúpida não chega perto de livros, a tabela não deixa de ser interessante. Acompanhe (e clique, se você gosta de Aerosmith):

Livros que te fazem ficar estúpido

Observe ali no topo, do lado esquerdo, que há uma opção ‘Eu não leio’. E – veja você – quem lê a Bíblia, segundo esse incrível gráfico, é ainda mais estúpido do que quem não lê nada! Puta merda! E, pra que ninguém ofenda minha mãe, acho a Bíblia um grande livro. Mas é provavelmente o mais perigoso deles se cair em mãos (ou em olhos)… estúpidos.

E aí, nesse caso, será que é o livro que te deixa estúpido ou você que é estúpido e busca esses livros? Acho que temos uma resposta. E Harry Potter tá lá pro meio, o que me faz sentir tranquila neste momento.

Esse post serve basicamente pra você zuar aquele seu amigo que acha que o Dan Brown é o melhor escritor de sua geração e que Nickelback é genial (normalmente, essas características se cruzam nos mesmos tipos de pessoas, o que aumenta ainda mais a veracidade do gráfico). Mas acho que é importante dizer que… é tudo brincadeira. E na vida mesmo, acho que mais inteligente que o leitor de Cem Anos de Solidão ou que o ouvinte de Beethoven é quem, além desses, também leu a Bíblia e os livros do Dan Brown, e como se não bastasse também sabe cantarolar meia dúzia de canções do Lil’ Wayne e já ouviu um pouco de Aerosmith.

E se você perguntar ‘até a discografia do Latino entra nesse exemplo?’, eu vou ponderar, mas depois… pensa bem: se eu te disser, agora, rapidinho – ‘Oh Baby, me leva’ – quanto tempo você vai demorar pra tirar essa merda da sua cabeça?

Pois é. E você vai negar que exista algum tipo de genialidade – muito embora pareada com uma babaquice – em conseguir fazer músicas que sejam tão involuntaria e incessantemente repetidas pelo cérebro de todo mundo que as ouve, até de quem não gosta delas?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SERTANEJO

O sertanejo é um gênero que definitivamente não me faz mal. Eu até acho bastante divertido aquelas músicas cerveja e cornice. É milhões de vezes melhor do que o pagode, o forró, a axé e principalmente o funk carioca. Mesmo assim, não entra na minha cabeça tanta babação de ovo em cima do pirralho Luan Santana. Eu dou 1 ano para ele sumir do mapa. As adolescentes que hoje choram por ele amanhã estarão sofrendo de amor por outro galãzinho.






FUNK CARIOCA

Ainda bem que tiveram o bom senso de botarem o “carioca” para distinguir esta merda de música do funk real, aquele de James Brown e Michael Jackson. MC Leozinho, Tati Quebra-Barraco, Bonde do Tigrão, MC Marcinho, Claudinho Nervoso, Bonde do Lambe Lambe, MC Cris, Os Magrinhos, Latino, Deize Tigrona, MC Buiú e MC Alex deveriam ser presos, torturados, encaixotados e jogados ao mar, de preferência próximo a tubarões brancos. Se sua (bosta de) música reflete a vida e cultura das favelas, eles que fiquem por lá cantando suas letras imbecis, machistas e marginais. O Brasil já é tão violento, e ainda por cima temos que agüentar um tipo de música que torna os jovens ainda mais burros, desinteressados e intolerantes. O funk carioca não é cultura, é a marginalização da música brasileira, o podre, o esgoto que subiu. As mulheres aprendem a serem biscates logo cedo, a serem as cachorras do negócio. Já os homens crescem machistas, malandrões e achando que mulher é igual banana – come e joga a casca fora.

AXÉ MUSIC
No Brasil tudo é festa. “Sou brasileiro com muito orgulho” e essa vergonha toda. Enquanto cada país de Primeiro Mundo inventa alguma coisa boa e investe em tecnologia, saúde e educação, você chega ao Brasil e vê o carioca na praia, o baiano na rede... A Axé Music está aí infernizando nossos ouvidos há longos 25 anos. Músicas ruins e repetitivas, sem criatividade, sem melodia, sem nada. É apenas batucada para suar o corpo. É um ritual à burrice. Se você não souber cantar a letra, não tem problema: é só cantarolar “olé olé” e sair rebolando por aí que já entrou no ritmo. Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Parangolé, O Báck, Kaçamba, Bonde do Maluco, Tchakabum e Kebradeira estão aí para levantar as mãos pra cima e celebrar “o calor humano” típico do brasileiro. Você assiste a 2 minutos de jornal e vê o calor humano do brasileiro em ação...

PAGODE
O samba de raiz é muito bacana, mas o pagode chegou para estragar tudo. Mesmo longe dos áureos tempos (diga-se segunda metade dos anos 90), a ruindade do pagode ainda existe. Netinho de Paula, Exaltasamba, Sorriso Maroto, Belo, Pixote, Alexandre Pires e Samprazer são insuportáveis. Não estou nem aí se eles são famosos, ganharam prêmios, lotam estádios e o caramba a quatro. Todo mundo toca mal, canta mal e escreve pior ainda, com aquelas letrinhas chulé de rimas infantis e romantismo de duplo sentido. Não entendo por quê pagam tanto pau pro Alexandre Pires. Ele é menos que nada. O Netinho de Paula pode se gabar por ter a voz mais chata do universo; seus chorinhos me dão enxaqueca. O Belo não tem o menor talento pra nada, e os outros três aí – os grupos Pixote, Sorriso Maroto, Exaltasamba e Samprazer – são mais insignificantes do que bactérias.

Fonte: The Desert Radio







Tenho tentado a muito tempo fazer vocês entenderem que o lado difícil de Mateus não é do seu controle, é só conviver um pouco para observar que o seu comportamento normal choca profundamente com as suas atitudes desequilibradas, logo, meu neto precisa de ajuda e compreensão.Ainda que muita coisa eu já tenha dito vale citar aqui um desabafo que ele fez pra mim, Jota e Vanessa sábado último, deu vontade de chorar, nós três tivemos este sentimento, sem contar que eu pessoalmente já chorei muito por não poder fazer nada por ele. O tempo está passando e as coisas só tende a piorar,logicamente que também dá para perceber que vocês também precisam de ajuda e não deveriam recusar. Demonstrar indiferença à tristeza ou as lágrimas de alguém como se fosse teatro é perigoso, sou parte interessada na felicidade da sua família e na deseducada demonstração da minha filha querendo me tirar o direito de intervir contra a sua opção de resolver um deslise dele, feito por não ter a capacidade emocional de evitar, com espancamento, é feio, é não entender que até o direito legal como avô eu tenho de preservar o clima, mesmo porque eu não sei aonde poderia ir a situação. Nós ouvimos o que ele diz, vocês não, por exemplo, quem ouviu o que ele disse enquanto lhe era subtraído, aliberdade, os brinquedos, TV e etc? São coisas muito forte, logo logo Mateus vai está com 15 anos e com a idade o perfil muda e como muda, apesar de o lado bom e equilibrado dele é 10




Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”
Friedrich Nietzsche

Considerações Sobre Dietas Para Engordar
Deve ingerir alimentos alternativos durante esta dieta, bem como adicionar a fruta e legumes para conseguir as vitaminas e minerais necessárias. Sempre que anotar a ingestão das calorias por nutriente, compense na refeição seguinte para que fique equilibrado no final do dia.
A dieta para engordar não precisa de se basear em valores fixos. São apenas bases para calcular o valor aproximado de cada refeição, para não ter de fazer refeições às escuras.
As refeições 3 e 5 correspondem ao almoço e jantar e devem ser aquelas em que pode variar mais os alimentos. Quanto mais variar, mais planeamento necessita de ter porque precisa de anotar as novas caloiras dos alimentos. No entanto, se mantiver a dieta constante irá enjoar rapidamente os alimentos e começar a odiar seguir dietas, o que é um mau sentimento para quem precisa de engordar.
Nas refeições mais criativas, tente fazer algumas modificações a cada dois ou três dias. Na semana seguinte pode regressar aos alimentos anteriores e assim sucessivamente.
Dia 14/11/09
2 xic de café preto com açúcar
2 pães de milho



RUMI me dise::
SILENCIO!!!
Não explique o fundo dos seus mares...E eu nem falo das coisas esquecidas atrás da estante, escondi no bolso a dor na mão por ter afagado uma lagarta de fogo e só fico pensando na CANÇÃO DA PRIMAVERA de Mario Quintana, no catavento enlouquecido, girando girando...
Acordo sempre cedo e abro a porta, a minha porta, se amigos não tem entrado, não acho que é porque não os mereça, talvez eu ou pessoas não tenhamos tido tempo. Acho que é isso... não tive tempo para fazer amigos, mas quando pude criei os meus laços. Mas existe uma realidade, não sei por onde começar nesta altura da vida a não ficar só, sem amigos. A realidade é que preciso enxergar os meus erros e a minha visão anda curta, ou talvez eu não tenha errado tanto assim..e não é que eu esteja perdendo amigos, alguns é que podem ter me perdido. Como ser humano erro muito, mas também acerto!
Ainda bem que o coração tem memória
João Almeida
Assim vou eu... Dobrando minhas esquinas, Aguçando meus sentidos. Escrevendo meus poemas, Criando meus laços, Apertando meus nós, Alimentando minhas fantasias, Aperfeiçoando meus traços, Aquietando minh’alma, Curando minhas feridas, Desviando das pedras do meu caminho, Admitindo meus erros, Ateando minhas velas, Traçando minhas retas, Vasculhando minhas gavetas, Ostentando meus amores, Engrandecendo meus sentimentos, Apurando meus gostos, Amadurecendo minha vida, Eu vou... (Paty Padilha)

Já perdoei erros imperdoáveis
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquéciveis

já abracei para proteger
já ri quando não podia
já fiz amigos eternos


já vivi de amor
e já fiz juras eternas
mas perdi muitas vezes

já chorei a ouvir musicas e a ver fotos
já liguei só para escutar uma voz
já me apaixonei por um sorriso
NORMOSE
(a doença de ser normal)
Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Então, como aliviar os sintomas desta doença?
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais,
porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

Michel Schimidt
Psicoterapeuta

...E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
Friedrich Nietzsche

Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as
borboletas e as bolhas de sabão..."

(Nietzsche)

Postado por Paty Padilha, às 17:37:00 Links para esta postagem


Beijo pouco,
falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem,
a ternura mais funda
E mais cotidiana.
inventei, por exemplo,
o verbo teadorar.
Intransitivo
Teadoro, Teodora.
(Manuel Bandeira )

arquvo6

TEM DIAS E TEM DIAS
Existem dias que voce nao dorme por falta de sono e excesso de preocupações,
e ha outros dias que voce nao dorme porque quer ficar pensando nas coisas boas que aconteceu naquele dia.


José Cândido de Castro

.







Vivo imaginando que de repente vão aparecer fadas ou gênios na minha frente para perguntar o que eu desejo.”


Caio Fernando Abreu

Senha 16502946
Você é a sua criação mais valiosa.
Se um dia alguém fizer com que
se quebre a visão bonita que você
tem de si, com muita paciência
e amor reconstrua-a.

Assim como o artesão recupera a sua
peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela é
a tarefa mais importante.
Você é a sua criação mais valiosa.

Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro,
para bem dentro de você e faça
dali o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.

Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho.
"Mesmo que voes, um dia perderá as asas. Isso mostra o quanto és frágil. Mas, enquanto voas, pode ir aonde queres. Isso mostra o quanto és livre." (Kitsune Faherya)


Dias atrás, a revista americana “Rolling Stone” publicou uma matéria chamada “40 Reasons to Get Excited About Music” (algo como “40 Razões Para Você Ficar Excitado com Música”), onde destacava alguns dos artistas mais populares do momento. Contrariando a matéria, apresento aqui 40 Razões Para Você Ficar Decepcionado com Música (Brasileira), onde eu listo uma penca de gente ruim, que só apodrece a cada vez mais apodrecida música brasileira. De uns anos para cá, o Brasil tem sido o país a fabricar a pior música popular do mundo. Duvida? Pois então dá uma olhada na lista abaixo para conferir. Se você não concordar com algum nome listado, não pense duas vezes em me xingar.

Vocês podem também encarar este texto com o título de O Mundo Ficaria Melhor Sem...

POP/ ROCK
Um país que já teve roqueiros como Renato Russo e Raul Seixas, hoje tem que aguentar esse bando de viadinhos enrustidos do Fresno, Hori, Strike, Cine, Restart, NX Zero e CPM 22.
Os caras cantam chorando, o instrumental é um hardcore sem a mínima pegada e a postura é muito besta. Isso quando eles não inventam fazer balada, pois daí você não sabe se está ouvindo a uma dessas bandas citadas ou a uma das duplas sertanejas universitárias que andam empesteando o ambiente. É tudo a mesma porcaria! Não importa a música, e sim se os caras são bonitinhos, se tem o cabelinho assim, se usam as roupinhas assado, e por aí vai. É aquele tipo de rebeldia frágil para os adolescentes – época em que ficamos idiotas, espinhudos, feios e nos apaixonamos pelo primeiro poste da esquina.
Deveriam mudar logo o rótulo desse tipo de “rock” para Bunda Mole Music. Outros dois que entram na onda do pop/ rock são o Jota Quest e o Charlie Brown Jr. Os dois tem respeito, acumulam sucesso e bla bla bla, mas são o mais puro lixo do pop brasileiro. Eu não entendo uma palavra que o Chorão canta e acho a postura de “sou fodão, sou perigoso” a coisa mais estúpida do mundo. Já os caras do Jota Quest são capazes de vender até a mãe para alcançarem o sucesso. Seu repertório é cheio de canções manipuladoras, altamente descartáveis e fritinhas para o sucesso. Não existe sinceridade.

FORRÓ
Ao assistir o clipe da Stefhany no YouTube, eu tive a plena certeza de morar em um país atrasado. Como uma música tão ruim pode fazer sucesso? Mas ela é só a ponta do iceberg: o forró é um pé no saco e ainda temos Banda Calypso e Calcinha Preta para aturar. Foi ridículo ver o Faustão entregando o prêmio de Melhor Música de 2009 para “Você Não Vale Nada”, do Calcinha Preta. Música chata, reta, idiota. Só fez sucesso por causa da novela “Caminho das Índias”, senão ninguém – mas ninguém mesmo – teria prestado atenção.

arquvo

Salve, pelo menos, sua liberdade de ser frio, mas, por amor de Deus, MORNO NÃO. Água morna causa vômito. Estamos precisando de água fervendo, daquela com que a gente faz o café do Brasil, fumegante e não pasta de cocaína que despenca das geleiras dos Andes. Morno é o sono do bicho-preguiça eternamente dependurado no galho de uma árvore. Cria mofo, bolor, mau cheiro, dispnéia política epidêmica.

Sabe, meu amigo, o que é bom contra isso tudo? É o sol da liberdade que esbordoa para os quintos dos infernos os ditadores e todos os seus sócios e simpatizantes. Fogo neles. O Brasil tem dono. Não está sendo leiloado a preço de banana, nem a preço algum, muito menos oferecido de presente a bruxas nem a títeres meridianos que andam por ai a busca de alguém para devorar.

temos duas metades: a dos defeitos e a das qualidades.
Vivemos julgando as pessoas
(Texto de Letícia Thompson)

"Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo.
Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo. Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando.
Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto.
E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações.
Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível...
Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.

Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas.
Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos. Por que nosso próximo é tão exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós.
Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela... Por quê?
Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.

Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas ferem mais profundamente que facas e punhais.

As pessoas se esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas...
E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.

Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo e, às vezes, a mente.
Apenas um minuto e tudo pode se transformar.
Então... Melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.

E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.

E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o alto."

Espero que tenha atendido às suas expectativas.
Obrigada.

Querer a todo custo ser feliz, não significa estar isento de tropeços, de tristeza nem de sofrimentos. A diferença é a persistência, a força de não desanimar diante mesmo de tristes surpresas...
Tento ser feliz enquanto a tristeza estiver distraida, eu tenho uma visão bonita de mim, e sem dá importância aos deboches sigo sem esperar reconhecimentos, mas não abro mão da minha defesa. Ainda estou pesquisando se eu mereço tamanho sofrimento, que só não fez estrago maior, porque vivo querendo ser feliz e não posso desanimar, não faço parte do clube dos fracos, mas que dói, dói...
Nunca mais vou estar onde possa correr riscos de ser atingido por palavras que ferem.
As palavras são tão poderosas que você conhece a historia do Brasil pelo grito...
Ou uma criança nascendo pelo grito do choro da mãe e do filho.
As palavras são expressivas e lindas... ao mesmo tempo cortantes.
Havia um poeta do ceará que dizia que não podemos falar como convém sem querer ferir ninguém.
Por outro lado Paulo, o apostolo, dizia que devemos falar sempre a verdade, porem, falar com amor.
Essa é a questão.
Esses dias começaram a me achar triste pelas palavras.
Outra feita, alguém me disse ou me lembrou que a gente fala pela boca o que pelo coração anda cheio.
Chega um momento em nossa vida que isso é mais verdade do que nos outros momentos.
Assim é você falar de algumas coisas não porque está cheio o seu coração mas é porque de repente trata-se de um assunto mal compreendido.
Pela palavra as coisas passaram a existir e pela palavra mal falada relacionamentos podem parar de funcionar.
Hoje temos excessos de palavras e economia de relações.
Excesso de palavras.
Às vezes fico mais bonito calado e doe menos sem mal entendido.
É bom levantar a auto-estima alheia, encorajar e animar e fazer pessoas felizes pelas palavras.
Dizia um antigo pregador:
o deserto tem o tamanho da nossa lingua!

bbbbb

Chegou aquela época em que não podemos falar em BBB que na hora aparece alguém dizendo “parem de falar desse lixo, BBB não é cultura”. E quem disse que eu assisto BBB pra ficar mais culta? O legal é que a maioria dessas pessoas ainda nem completaram o Ensino médio e leram pouquíssimos livros na vida. Não que eu me importe com a questão dos livros, porque pra mim lê quem quer e apenas fazer isso não confere o título de ”fodão” a ninguém.

O que me irrita é esse pedantismo todo. Essa de ”sou bom demais pra ver essa porcaria que não é cultura”. Meu amigo, isso é um programa de entretenimento. A gente não vê pra ficar mais inteligente, a gente vê pra passar o tempo, se divertir, dar umas risadas, sentir vergonha alheia. Já pensou se todo mundo pensasse assim? A vida seria uma bosta. “Ah, não vou mais à praia porque praia não vai acrescentar nenhuma cultura à minha vida”, “Ah, não vou mais mais sair pra dançar com meus amigos porque isso não vai me deixar mais inteligente”, e assim sucessivamente.

Sou redatora e pertenço a uma das melhores universidades do Rio, a UERJ, mas graças a Deus, nunca fui o tipo de pessoa insuportável e pedante que condena esse tipo de atitude. O povo quer rir, quer chegar em casa depois de um dia cheio e estressante no trabalho e relaxar. Quer ver BBB? Lindo. Quer ler um livro? Ótimo. Quer simplesmente dormir? Beleza. As pessoas têm uma mania muito escrota de tentar se colocar superior às outras, como se isso as fizessem melhores. Vou contar uma coisinha: isso só faz de vocês uns chatos.

Falei sobre isso no twitter e um seguidor se atreveu a comparar BBB com filantropia, dizendo que as pessoas deveriam investir tempo ajudando quem precisa. ALGUÉM MERECE LER UMA PORRA DE COMPARAÇÃO DESSAS? Esse não deve nem doar roupa pra Igreja, coitado. Outro falou que o Brasil está uma merda por causa do BBB. Ah se esse povo investisse tempo protestando contra os políticos e prefeitos coronelistas que tiram tudo de gente que não tem nada… Mas estão ocupados demais votando no Tiririca como “protesto” e criticando o BBB na internet.

BBB é um programa pra passar o tempo e se divertir, e eu não espero nada mais dele. E se você espera, o único burro aqui é você.

Fonte: Sai da minha casa

sábado, 21 de janeiro de 2012

DOIS BRASIS - SÉTIMA PARTE

DOIS BRASIS
SETIMA PARTE
Por que tantos se submetem à estas práticas religiosas e não acordam da hipnose ? Só resta, ligar tudo isso ao efeito PLACEBO.
O efeito placebo explica como o religioso pode realmente obter milagre. É claro que se ouvem muitos relatos de fatos miraculosos que são inventados para iludir o povo; mas alguns milagres acontecem, independentemente do objeto da fé, dependendo apenas da intensidade dela. Pode-se crer que algumas pessoas tenha mesmo obtido cura pelo contato com um charlatão que se aproveite da fé do povo. A cura pela fé é efeito placebo e não é milagre: significa que a mente influencia o corpo.
Na contramão dos televangelistas encontrei na internet um pastor do nordeste desafiando-os:
"Um pastor do sertão cearense fez um apelo aos televangelistas para pregarem o evangelho da prosperidade no sertão nordestino, para ver se essa filosofia realmente funciona. Ele cita a pobreza extrema da região e pede para esses pastores tentarem ter uma vida luxuosa em cidades como as do sertão .
O missionário que não teve o nome anunciado desafia os pastores que tudo que “tocam viram ouro” para irem até a região menos evangelizada do Brasil, tentar mudar o quadro de miséria e tentar aumentar o índice de desenvolvimento humano que é um dos menores.
“Eu faço um apelo a vocês, se vocês quiserem conhecer uma das localidades menos evangelizadas do Brasil, e tudo que vocês tocam viram ouro, pode vir aqui transformar a vida desse povo. Ai sim nós iremos dar credibilidade ao falso evangelho da falsa prosperidade”, diz ele.
O pastor diz também que as dificuldades financeiras da região são tão extremas que “até urubu morre de fome”. Em seu discurso ele desafia esses pastores a deixarem suas riquezas para cumprirem o chamado no Nordeste.
“Quero ver vocês construírem suas catedrais, comprarem aviões, viverem luxuosamente através de um local como este. Fica aqui o meu apelo, use o dinheiro que vocês estão gastando na compra de jatinhos, na compra de mansões, na compra de ternos de R$15 mil, R$20 mil reais, relógios caros para pregar o evangelho”.

Efeito Placebo: O Poder da Pílula de Açúcar

Efeito Placebo: O Poder da Pílula de Açúcar

Julio Rocha do Amaral, MD e Renato M. E. Sabbatini, PhD






Quando um medicamento é receitado ou administrado a um paciente, ele pode ter vários efeitos. Alguns deles dependem diretamente do medicamento, ou seja, de sua ação farmacológica. Existe, porém, um outro efeito, que não está vinculado à farmacologia do medicamento, e que também pode aparecer quando se administra uma substância farmacologicamente inativa. É o que denominamos "efeito placebo". É um dos fenômenos mais comuns observados na medicina, mas também um dos mais misteriosos.

O efeito placebo é poderoso. Em um estudo realizado na Universidade de Harvard, testou-se sua eficácia em uma ampla gama de distúrbios, incluindo dor, hipertensão arterial e asma. O resultado foi impressionante: cerca de 30 a 40% dos pacientes obtiveram alívio pelo uso de placebo!

Além disso, ele não se limita a medicamentos, mas pode aparecer em qualquer procedimento médico. Em uma pesquisa sobre o valor da cirurgia de ligação de uma artéria no tórax na angina de peito (dor provocada por isquemia cardíaca crônica), o placebo consistia apenas em anestesiar o paciente e cortar a pele. Pois bem: os pacientes operados ficticiamente tiveram 80% de melhora. Os que foram operados de verdade tiveram apenas 40%. Em outras palavras: o placebo funcionou melhor que a cirurgia.

O que é o efeito placebo? Como ele pode ser explicado?

Neste artigo vamos examinar as bases neurobiológicas do efeito placebo, de acordo com as hipóteses mais recentes. Estudando e compreendendo melhor o efeito placebo e seu lugar na medicina tem grande importância para o próprio ato terapêutico, além de ter grandes repercussões éticas na prática e na pesquisa médica. Vamos concentrar nossas explicações sobre um tipo específico de placebo, que é o agente farmacológico (medicamento). Mas os princípios discutidos podem ser generalizados para qualquer tipo de placebo.

DOIS BRASÍS - SEXTA PARTE

DOIS BRASÍS
João Almeida
SEXTA PARTE

A FÉ NO BRASIL B.

Conhecemos o Sr. Waldomiro Santiago, sabemos que por quase vinte anos foi integrante da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) da qual desligou-se em 1997 após problemas com a liderança. Mora num condominio de luxo em Santana da Parnaiba e quem quizer saber na integra todos os seus bens é só pesquisar.
O carioca de origem grega Silas Lima Malafaia está na televisão falando de Deus a muito tempo. Seu programa Vitória em Cristo é como um longo comercial da Polishop – ofertas e promoções de DCs, livros e DVDs de sua empresa, a Central Gospel
A Vitória em Cristo tem 150 pastores contratados, cujos benefícios incluem casa mobiliada, escola para os filhos e plano de saúde. O salário de um pastor iniciante gira em torno dos 3 mil reais e pode chegar aos 20 mil por mês, com direito a carro do ano. “Mas não adianta o cara vir com chorumela: tem que saber ler a Bíblia, pregar, explicar”, disse.
Agora imaginem um pastor no sertão vivendo da forma mais simples possivel ? imaginaram ? pois eles existem! E diante de tantas adversidades não épossível que seu crédito com Deus não seje righorosamente grande.





O PASTOR NO BRASIL A E AS OVELHAS NO BRASIL B.

E o Sr. Waldomiro Santiago ?
Durante quase vinte anos foi integrante da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) da qual desligou-se em 1997 após problemas com a liderança. Alguns dias depois fundou a Igreja Mundial do Poder de Deus, que absorveu parte dos membros da IURD, e hoje conta com mais de 1400 templos espalhados pelo Brasil, sendo a sua maioria no estado de São Paulo.
Autodenominado apóstolo, Santiago nunca se formou em nenhum curso de teologia nem de oratória. Considerado "o mais fulgurante fenômeno religioso do Brasil
Quem assiste ao programa do Apóstolo Valdemiro Santiago, sabe que ele vive chorando miséria, diz estar sendo perseguido e o programa pode até sair do ar, por falta de dinheiro e tudo mais. Tolo que acredita nessa conversa.

Com o crescimento da Igreja Mundial, o padrão de vida de Valdemiro Santiago mudou radicalmente, embora ele continue cultivando a imagem de homem simples diante dos fiéis.

Atualmente Valdemiro mora num condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando precisa se deslocar, ele tem a sua disposição
1) Um jato Citation Excel, avaliado em R$ 18,5 milhõess, alugado há cinco meses.

2) O helicóptero menor é um Bell Jet Ranger 206B3, avaliado em R$ 1,3 milhão. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele já pertenceu à apresentadora Xuxa. Hoje, está em nome de uma factoring chamada Athenabanco, que diz ter vendido o aparelho à Mundial no fim de 2008, em 12 parcelas.

3) O helicóptero grande é um Agusta A109-C, comprado pela Mundial em setembro de 2009, por R$ 5,1 milhões. Potente, luxuoso e seguro, o Agusta é um dos aparelhos mais cobiçados do segmento.

Para embarques e desembarques perto de casa, Valdemiro usa o heliponto de Amilcare Dallevo, dono da Rede TV! É uma situação provisória, já que amigos, disseram que vai construir um perto de sua casa e outro perto do enorme templo que está erguendo na Zona Sul de São Paulo.

Valdemiro ainda pretende comprar um Agusta Grand, o mais sofisticado da marca, que custa uns US$ 7 milhões. “A igreja está em expansão na África”, afirma Ronaldo Didini, consultor de mídia da Igreja Mundial. Didini já foi o homem de confiança de Edir Macedo na Igreja Universal.

Em seu próprio nome, o patrimônio de Valdemiro é bem menor. Com a mulher, a bispa Franciléia, ele é sócio de uma empresa de comunicação e de uma gravadora de CDs, que trabalham para a igreja.
O carioca de origem grega Silas Lima Malafaia está na televisão falando de Deus a muito tempo. Seu programa Vitória em Cristo é como um longo comercial da Polishop – ofertas e promoções de DCs, livros e DVDs de sua empresa, a Central Gospel.

Oficialmente, a renda do casal sai apenas da venda dos livros e CDs. Os outros bens de Valdemiro são um Fusca 1969, uma moto 125 cilindradas e uma picape Dodge RAM 2.500 avaliada em R$ 100 mil.Com joias e roupas chamativas, ela acompanha Valdemiro nos cultos e ora chorando. Ainda é sócia da editora que publica livros da Mundial.
Enfim, mais uma igreja do Brasil A, explorando o Brasil B.
Mas não paramos aqui, vamos conhecer outra figura da exploração da fé, Silas Malafaia.
Com uma leitura singular da Bíblia, o pastor Silas Malafaia ataca feministas, homossexuais e esquerdistas enquanto prega que é dando muito que se recebe ainda mais
Há 29 anos, o carioca de origem grega Silas Lima Malafaia está na televisão falando de Deus. Seu programa Vitória em Cristo é como um longo comercial da Polishop – ofertas e promoções de DCs, livros e DVDs de sua empresa, a Central Gospel –, intercalado de sermões bíblicos e mensagens na linha motivacional/autoajuda de matriz norte-americana. Dublado em inglês, é transmitido via satélite para 200 países pela Daystar e Inspiration Network, redes evangélicas dos Estados Unidos. No Brasil, Malafaia pode ser visto na Rede TV, Rede Bandeirantes e CNT, emissoras nas quais compra horário
os 53 anos, Malafaia anda impecavelmente penteado e se veste com apuro, não obstante os ternos marrons e as gravatas em tons plausíveis apenas na paleta da Caran D’Ache. Há anos, compra roupas e acessórios na mesma loja de um shopping na Flórida.
Entre o anúncio de um kit de Bíblias e a interpretação de um versículo, Malafaia também divulga campanhas para arrecadar doações, como a do Clube de 1 Milhão de Almas, na qual o fiel doa 1 mil reais em troca de uma graça igualmente generosa. O objetivo é levantar 1 bilhão de reais com 1 milhão de doações. No final de agosto, o contador eletrônico de seu site contabilizava quase 38 mil adesões. Malafaia também já pediu para os fiéis doarem parte do aluguel e 30% de seus rendimentos, em vez do dízimo literal de 10%. Em abril, quando tinha uma promissória de 1,5 milhão de reais a vencer, superou-se: pediu ofertas individuais de 100 mil reais. Levantou o dinheiro em menos de uma semana.
No ano passado, a entidade adquiriu por 4 milhões de dólares, nos Estados Unidos, um jato Gulfstream III de segunda mão. É nele que Malafaia e sua família se locomovem pelo Brasil e no exterior. Fabricado em 1986, o avião tem doze lugares, sofá, cozinha, sistema individual de entretenimento e autonomia de oito horas de voo. Em sua fuselagem está escrito In favour of God.

Numa manhã de julho, em seu escritório decorado com sobriedade em tons de preto e carvalho, ele usava um cardigã de listas azuis e brancas da grife Tommy Hilfiger, calça social e sapatos de verniz pretos. Como muitos pastores, também é adepto do relógio dourado, do anel de brilhantes na mão direita e, eventualmente, do celular pendurado no cinto.
Até dezembro de 2009, Malafaia era somente um pastor auxiliar, apresentador de tevê, conferencista motivacional e dono da Editora Central Gospel. Com a morte de seu sogro, que foi por 43 anos titular da Assembleia de Deus da Penha, Malafaia assumiu um rebanho de 17 mil fiéis e 104 templos espalhados pelo estado do Rio. Sua primeira medida foi adicionar o nome Vitória em Cristo para caracterizar sua própria igreja. Para fazê-lo, pediu demissão do cargo de tesoureiro da Convenção Geral das Assembleias de Deus, que era contrária à criação da subdenominação. Deixou a função dizendo que as finanças da instituição eram “caso de polícia”.

A Vitória em Cristo tem 150 pastores contratados, cujos benefícios incluem casa mobiliada, escola para os filhos e plano de saúde. O salário de um pastor iniciante gira em torno dos 3 mil reais e pode chegar aos 20 mil por mês, com direito a carro do ano. “Mas não adianta o cara vir com chorumela: tem que saber ler a Bíblia, pregar, explicar”, disse. Em sua igreja, fiéis desempregados ou recém-demitidos têm direito a uma cesta básica (“E não é com arroz de quinta, não!”) até se restabelecerem. Desde que assumiu a igreja, ele já atraiu 7 mil novos crentes e abriu outros nove templos pelo Brasil, rompendo a redoma fluminense. Tem planos de inaugurar outras 250 igrejas nos próximos cinco anos.
Vejam com atenção artigo abaixo:
"Se tratando de movimentos neopentecostais, devemos observar que tais organizações religiosas geram diversas ambigüidades e muita frustração por meio de suas doutrinas, em inúmeros de seus seguidores, o que é bem explicado no recente livro do Dr. Paulo Romeiro – “Decepcionados com a graça” da conceituada Ed. Mundo cristão. Alguém pode concluir então - ao ler este artigo - que o comentarista estaria afirmando que “todo o mundo neopentecostal” consiste numa aglutinação sectária. Entretanto, devemos entender que o neopentecostalismo trouxe ao mundo cristão mais ensinos perniciosos do que esclarecedores, ou seja, pouco se dedicaram à transmissão do evangelho verdadeiro. As pessoas que procuram uma igreja neopentecostal, pensando se tratar de uma igreja pentecostal, muitas das vezes está “levando gato por lebre”. Inicialmente, ele julgará que aquele “prato que é lhe servido”, trata-se do genuíno evangelho de Cristo e, com o decorrer dos anos, terá - na maioria das vezes - uma grande decepção. Inúmeros artigos disseminados pela rede mundial já não vêem o movimento neopentecostal com seriedade e, na vida prática, estes “ministros” continuam, dia após dia, enchendo seus cofres profanos, com as moedas de um povo sincero.

Acredito sinceramente que as igrejas mencionadas acima sejam seitas; não merecem o devido crédito teológico, ou mesmo de uma pessoa que, piedosamente, deseja servir a Jesus Cristo. Não questiono a legitimidade da fé de nosso povo, mas o faço em relação aos seus líderes. Com a finalidade de qualificar estes segmentos evangélicos, criei a terminologia, “seitas salvíficas”. E, embora defenda veementemente este ponto de vista, sinto-me compelido a admitir que, afinal, o profundo amor de Deus alcançará grande parte daqueles que freqüentam estas instituições religiosas, pois Deus jamais rejeitará um penitente ( Jo 5.24). Todavia, os já referidos líderes, responderão pelos seus ensinos obtusos, dúbios e fraudulentos que mais produzem divisões do que edificação

DOIS BRASIS - QUINTA PARTE

DOIS BRASIS
João Almeida
QUINTA PARTE
Desde criança entendi que existiam várias religiões, notadamente a Católica, Adventista, Batista, Testemunhas de Jeová e etc. O perfil de cada uma podia até ser diferente, mas adotavam doutrinas fundamentais da fé cristã. Em 2008 e 2009 em São Paulo frequentei a igreja Assembleia de Deus acompanhando meu filho ali batizado e tive exatamente o sentimento de busca sem exageros, da fé humilde num só espaço, sem divulgações via satélite, e uma alegria contagiante. Sem ser evangélico me sentia muito bem pois o ambiente e a união dos fiéis registrava resultados, práticas do amor, abandono do futil, determinação na caminhada para o crescimento, e o trabalho de um pastor operário de nome Ismael de quem por motivos óbvios passeio ser admirador.
Já a algum tempo surgiram movimentos ditos evangélicos numa proliferação espantosa a quem alguns pesquisadores chamam de seita, lideradas por pastores de origens no mínimo curiosas os quais criaram distorções nos reais sentidos dos ensinamentos bíblicos. O pastor Paulo Romeiro, da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo disse em entrevista que ,”apareceram doutrinas como Quebra de Maldição onde a ênfase passa a ser o demônio, o abuso na área dos milagres e a Teologia da Prosperidade. Arregimentam multidões, oferecem ajuda imediata e já não falam tanto da volta de Cristo. Disse também o pastor Paulo Romeiro: “Tem pregador que nem quer que Jesus volte, porque ele está tão bem na vida hoje que a Volta de Cristo irá estragar os planos dele.”
Mas o que os evangélicos tem a ver com o tema Brasil A e Brasil B ?
Claro que tem...
O bispo Edir Macedo construiu uma casa com 2.000 metros quadrados em Campos do Jordão e a revista VEJA visitou a casa e conseguiu algumas fotos. A casa conta com 35 cômodos distribuídos em 4 andares. 18 suítes com banheira de hidromassagem, um jardim réplica do Monte das Oliveiras de Jerusalém, adega, sala de cinema, quadra de squash e elevador panorâmico. Foi trazido da Itália 600 m2 de mármore botticino com um custo de R$240.000. Ainda há dois pequenos viadutos de 200 metros para acesso à rua. O bispo ainda tem outra casa em Campos do Jordão de 4.000 m2, com 15 cômodos e 6 suítes, academia de ginástica e heliporto, foi adquirida em 96 por mais de R$1 milhão.












Dizem que depois de morar 9 anos na Flórida, Edir Macedo tem evitado permanecer nos EUA. De acordo com uma publicação, fontes da própria Igreja Universal do Reino de Deus relacionam essa distância ao julgamento de Regina Silva, ex-tesoureira de sua igreja em Nova York. Apesar de Macedo e sua família residirem nos Estados Unidos, eles têm passado cada vez mais tempo no Brasil. Regina é acusada de lavagem de dinheiro por operações feitas entre 1995 e 2001 para a Igreja Universal. A apuração do caso corre em caráter sigiloso. A Igreja Universal do Reino de Deus é investigada nos EUA desde o ano passado sob suspeita de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro e conspiração, similar ao que o Código Penal brasileiro chama de formação de quadrilha.
Como já disse antes, muitos do Brasil B se submetem à:
SESSÃO DO DESCARREGO DA TROCA DO ANJO
TERÇA-FEIRA ÁS 7h,15h OU 19h
"Deus" vai te dar um anjo mais forte e com certeza você terá mais sucesso, felicidade e proteção na sua vida e nos seus familiares!" Tudo isso por 300,00 no cartão ou 6 parcelas no boleto bancário.
Alem desse procedimento a igreja ainda oferece:
O cajado de Moisés, rosas ungidas, Terapia do Amor, Fogueira Santa....
No site da Igreja pode-se ver mensagens interessantes como “Envie seu sacrifício pela internet, Wallpapers -entre na fé da campanha (papel de parede) A fé por um sonho, saiba como você pode chamar a atenção de Deus. IURD no celular.
A verdade verdadeira é que estas seitas movimentam fortunas e colocam seus líderes no Brasil A, ricos, esbanjando como vimos nas fotos da nova mansão de Edir Macedo. Todos os outros líderes das demais religiões como veremos adiante, estão bem de vida, claro, bem acomodados no Brasil A. Isso porque conseguem hipnotizar as massas pobres e extremamente pobres menosprezados pela cultura e elite social, e por aqueles que foram deixados às margens de uma sociedade católica. Em seu império, quem paga as contas são os dízimos gerados pelos fiéis, que levam anos para acordar da hipnose.
Outro televangelista brasileiro que cresceu na mesma trilha de Edir Macedo foi Romildo Ribeiro Soares conhecido como R.R. Soares. É casado com a irmã de Edir mas a relação com ele é anterior. Tendo-se conhecido em 1968, na Igreja de Nova Vida , os dois fundaram "A Cruzada do Caminho Eterno", sete anos após. Em 1977, criaram a Igreja Universal do Reino de Deus. Rompeu relações em 1978 após desentendimentos teológicos. R.R. Soares não concordava com o caminho que Edir Macedo tomava na direção da IURD. Houve então a cisão e, em 1980, fundou a Igreja Internacional da Graça de Deus. Apesar de possuir uma rede de televisão, a RIT (Rede Internacional de Televisão, RR Soares comprou a peso de ouro no horário nobre um espaço de 50 minutos na Band onde apresenta o seu Show da Fé. Os bens da Igreja Internacional são consideráveis, dinheiro não é problema, mas mesmo assim o senador evangélico Marcelo Crivela conseguio que o Itamaratí concedesse um passaporte diplomático a RR Soares.
O pastor R.R. Soares é dono de um patrimônio milionário, que inclui, entre outros bens, gráficas, gravadoras, distribuidoras e emissoras de rádio e tevê. Ele é um dos evangélicos que mais aparece na televisão, comandando cultos semanais e de aconselhamento em redes abertas. Em 2009, o pastor foi citado em reportagens após ter comprado um avião King Air 350, com capacidade para oito passageiros.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Copa 2014 – Essa copa o Brasil já perdeu

Copa 2014 – Essa copa o Brasil já perdeu

vergonha_copa
Eles gastarão bilhões tentando agradar à um.

­

“A copa do mundo é nossa… Com brasileiro não há quem possa…”

favela_copa
Quando que com muito menos poderiam ajudar muito mais.

O futebol claramente cega a maioria da população brasileira. Se o dinheiro usado na Copa fosse parar nas Ilhas Caymann, metade da população se revoltaria, falaria que só tem ladrão no país, no entanto, os bilhões vão construir campos, hotéis, melhorar a infra estrutura de ALGUNS lugares, e depois?

Os bilhões que serão gastos ficarão esquecidos. O que poderia ter sido gasto comprando aparelhos pra hospitais, ajudando instituições, melhorando a infra estrutura das cidades e municípios mais carentes do Brasil, serão colocados literalmente em jogo.

Vamos chamar a vizinhança para jantar, varreremos a sujeira pra debaixo do tapete e no final ainda ficará a louça suja. Quem vai lavar?

O futebol deixa boa parte dos brasileiros alienados, é um dos poucos únicos motivos que faz o brasileiros se unirem em pró do mesmo objetivo: a vitória.

O futebol faz as pessoas ficarem indiferentes uma com as outras, independente de cor, credo ou classe social… Como diz a música dos Titãs. Já vi muito pai de família rica abraçar mendigo na rua quando comemorava um gol da seleção.

Toda população brasileira se une pela paixão ao futebol, mesmo pessoas que são adversárias em outras ocasiões, e torcem por times diferentes, todos esquecem o Fla x Flu ou Palmeiras x São Paulo, e só pensam que o que tem é Brasil x Alguém.

hospital_copa Mas infelizmente, o que acontece de pior nessa época é que a copa faz as pessoas esquecerem que milhões de outras pessoas, que gostam de futebol assim como elas, estão esperando em hospitais públicos o atendimento por horas, e quando são atendidas, não conseguem tratamento pela falta de aparelhos, ou pela infra estrutura muito pobre.

Um clássico exemplo foi o Pan Americano. Eu moro no Rio de Janeiro, e sei ( o Anderssauro também, porque ele estava aqui) muito bem no caos que o Rio se transformou durante a época do Pan. Milhões foram gastos pra deixar o Rio de Janeiro melhor pro Pan e pros atletas, milhões que poderiam ser gastos em coisas que durariam mais, que trariam um bem maior à toda sociedade.

No entanto, a fila de espera em Hospitais continua, e os ginásios construídos para o Pan estão sem realizar nada. Vez ou outra fazem alguma coisa no Maria Lenk, mas é muito raro.

Certa vez eu falei a mesma coisa que escrevo aqui para o meu professor de química, e ele me deu um baita de um sermão, dizendo que era ignorância minha, que o esporte une os brasileiros e etc…

É verdade, une mesmo.

Mas enquanto ele tiver dinheiro pra pagar um plano de saúde pra família dele, a ignorância vai ser minha.

Eu tenho plano de saúde, nunca precisei enfrentar uma fila de hospital público, mas eu não sou cega, muito menos burra, eu sei o que se passa aqui no Rio e em vários outros estados. E o problema não é só em hospitais. Várias cidades não possuem nem asfalto, milhares de pessoas não tem o que comer, não tem emprego, moram em casas de papelão.

Minha mãe é professora de uma escola municipal, eu “conheço” a pobreza, apesar de nunca ter sido pobre. Desde pequena minha mãe levava meus brinquedos, roupas e sapatos pra escola, tinha criança que havia perdido tudo em enchentes, porque a rua estava com os bueiros entupidos e já como eles moravam em casas de papelão e madeira, perdiam tudo.

A Copa sairá muito mais caro que o Pan e imagino o que daria pra melhorar com todo esse dinheiro. Não seria pouca coisa.

Sempre odiei futebol, mas isso não é minha desculpa pra não querer a copa aqui. Não adianta fazer ginásios, melhorar as principais ruas da cidade, botar uma máscara no Brasil pra quando os gringos chegarem verem uma falsa realidade, embora eu não saiba se mascarar o Brasil seja algo assim tão falso.

Acreditem, quando eles forem embora, o Brasil vai continuar na mesma. Crianças e adultos morrendo de fome, ou na fila de hospitais, pessoas perdendo o pouco que tem com enchentes, fora a violência, mas isso é assunto para outro post.

Antes de falarem que eu sou um pessimista, desacreditado, ou algo do genêro, digo a vocês que escrevi esse post com base na realidade atual. Quero muito que isso mude. Porque já que o patriotismo que temos durante a copa chegou antes, quero, e muito, que ele fique com a gente pelo resto dos anos.

Caso contrário espero que em 2014 eu esteja muito longe daqui, junto com o senhora Anassauro, enquando o caos estiver rolando solto no país.

Texto escrito pela Anassauro e adaptado por mim.

DOIS BRASÍS - QUARTA PARTE

DOIS BRASÍS
João Almeida
Quarta parte

Os dois Brasis sempre existirão, mesmo com os bolsas família da vida e bolsas escolas. Hoje vivo na zona rural e pude assim verificar onde estes benefícios fizeram algum efeito. Na sede do município não existe agência da Caixa Econômica, portanto os pagamentos dos bolsistas são feitos na casa lotérica, dá para imaginar a fila que se forma ? Conheço varias pessoas que entram nessa fila todos os meses, e por conhecê-los sei da forma como vivem. Todos tem parabólica, DVD, e claro televisão. São visitados por comerciantes ambulantes a quem compram cestas básicas caríssimas, colchões e etc. Entretanto, vivem numa casa de taipa, sem banheiro, como se ali morasse alguém vivendo abaixo da linha da pobreza. São felizes com as bolsas, viraram consumistas diferenciados mas continuam no mesmo Brasil.
Outra constatação foram os pulos dados por alguns, da classe D para C e da C para B. Da B para A não conheço nenhuma constatação, a não ser de alguém que saiba jogar futebol ou que acertou na loteria. Entretanto a classe B passou a respirar melhor e com isso viajam de avião, fazem compras em shopings, enfim, melhorou de vida mas não saem do Brasil B. À medida que a nova classe média chega a mais lugares e tem acesso a novos serviços, surgem, no entanto, tensões com a classe média tradicional brasileira, que parece sentir seu espaço sendo tomado. O antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, professor emérito da Universidade de Notre Dame (EUA), diz que o crescimento evidenciou a “resistência à igualdade” dos brasileiros.
Uma pesquisa realizada pelo Data Popular dá algumas noção do desconforto sentido pelas classes mais elevadas, que agora tem que compartilhar alguns espaços.De acordo os números, 48,4% dos entrevistados disseram que “a qualidade dos serviços piorou, agora que eles são mais acessíveis” e 49,7% disseram que preferem lugares “com pessoas de mesmo nível social.”
“Decidimos fazer essa pesquisa quando começamos a perceber as pessoas reclamando, por exemplo, sobre os aeroportos, que estão muito mais lotados agora. E nossas pesquisas têm mostrado que há uma resistência muito forte das classes superiores em aceitar os recém-chegados”, diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Vejam que além das desigualdades, o Brasil B quando consegue dá alguns passos enfrenta preconceitos. Mas se damos dois passos os endinheirados do Brasil A dão dez.
Vejam o que diz o site Consumidor Moderno no artigo
DESIGUALDADE NO MELHOR ESTILO:
“Em tempos em que a nova classe média é protagonista, uma pesquisa do mercado de luxo propõe um olhar para o consumidor de alto poder aquisitivo
Preço é o que menos importa quando se fala em produtos de luxo. O que o consumidor mais valoriza é a glamour da marca, a exclusividade dos produtos e serviços, e o atendimento personalizado.
Ser do Brasil A, ser rico, não chega a ser um absurdo, absurdo mesmo é a distancia do Brasil econômico para o Brasil social. O cidadão rico não é peça importante na avaliação que fazemos, embora soe a deboche as extravagâncias em certas demonstrações de poder. Sobre a televisão brasileira muito já se falou, da sua má qualidade e às vezes de muito mau gosto, e quando eu pensava que já tinha visto tudo a Rede Bandeirante decide produzir um reality show exagerado com o nome de “Mulheres Ricas” onde a ostentação e a cafonice se misturaram segundo críticos de plantão. Do exterior um jornal inglês ao comentar o programa destaca a desigualdade brasileira. "Com a economia do Brasil crescendo, os preços dos imóveis explodindo e os salários dos executivos também, os milionários estão crescendo. O Brasil tem criado cerca de 19 milionários por dia desde 2007, de acordo com um estudo recente. Mas o Brasil continua sendo uma das sociedades mais desiguais do mundo: dados do governo divulgados no mês passado mostram que 11,5 milhões de brasileiros viviam em favelas no ano passado", diz o The Guardian.
A Folha de S.Paulo chamou o programa de "patético" e "seria cômico se não fosse trágico.
Para quem não assistiu, o reality show mostra o cotidiano de cinco mulheres milionárias e que amam ser ricas. Elas desfilam em jatos particulares, com joias e roupas de grife, champagne Cristal, bebendo água mineral, com marcas como Chanel, Lamborghinis, Ferrari, Mercedes, enfim, um mundo que a maioria dos brasileiros desconhece.
Se há uma lição a ser tirada de Mulheres Ricas, reality show exibido pela Band na noite desta segunda-feira, é a de se tomar cuidado com os excessos. Eles são meio caminho andado para o constrangimento. E foi exatamente o que se viu durante o programa: as cinco mulheres que dão título ao reality, gastando dinheiro a torto e a direito, exibiram um misto de ostentação e cafonice poucas vezes visto na TV brasileira, ficaram por uma hora falando platitudes, comprando roupas, sapatos, sendo paparicadas por assistentes e vendedores, tomando champanhe e espancando a língua portuguesa –
Pelo menos para o Brasil B, os televisores deveriam se manter fora da Band, mas infelizmente uma fatia de telespectadores do lado de cá assistirão o “Mulheres Ricas” , não sei entender por que.

DOIS BRASÍS - TERCEIRA PARTE

João Almeida
TERCEIRA PARTE
Já ia mudando de assunto quando leio num jornal:
MEC "reprova" 46 instituições de ensino superior na Bahia.
Perceberam? 46 instituições de ensino superior reprovadas!
Ao contrário dos socialistas, no Brasil, o isolamento do país está em uma educação de péssima qualidade.
Estamos chegando ao final de 2011, 2012 está logo ali, e lendo hoje uma coluna numa revista semanal concluí , como estou certo nas minhas avaliações.
1) A falta de saneamento e habitação decente para os mais pobres. O número de brasileiros em favelas dobrou em uma década, segundo o IBGE. Em dois anos de Fernando Henrique e oito de Lula, passamos a ter 11,4 milhões de brasileiros em favelas. A população carente cresce mais que famílias de outras classes sociais. E não se discute planejamento familiar porque a Igreja não deixa.
Avaliação 8 -A falta de um sistema de saúde pública eficiente. Grávidas ou velhos morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Dentro desse quadro, impressiona ainda mais o abandono, no Rio de Janeiro, de um prédio do Ministério da Saúde construído para abrigar o Instituto do Cérebro, que seria o maior serviço de neurocirurgia da América Latina. O prédio tem 56 leitos para internação, dez para UTI, e também baratas, fezes de pombos, poeira e cupins.
9) A deficiência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro e hoje paga o preço de engarrafamentos monstruosos. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais. O chato é que tem sempre os ricos de Higienópolis (SP) e Ipanema (RJ) que não querem metrô em sua esquina porque traz uma gente “diferenciada” de outros bairros.
Dizem que no primeiro mundo, um executivo pode ir para o trabalho de metrô, desfruta de uma excelente qualidade. No nosso país, um executivo, que naturalmente faz parte do Brasil A, diria: “Deus me livre!”
O Brasil econômico se distancia do Brasil social e isso faz do nosso país um líder em desigualdades sociais. O Brasil A representa apenas 4,5 % a maioria estão estabelecidos no Brasil B onde ficam as classes B,C,D, E e etc. Já foi dito que de um lado está o Brasil que deu certo (?) Aquele em que as pessoas possuem tudo o que o dinheiro pode comprar. Têm acesso ao que há de melhor em termos de educação, alimentação, lazer, moradia etc. Do outro lado está o Brasil B dos que não tem ou tem dificuldades para ter acesso à educação, saúde e trabalho. Percebam que estou sempre citando as diferenças ?, mas é isso mesmo, o desequilíbrio da balança, a liberdade que os iluminados tem de usar a massa numa manipulação absurda. Pode até ser um avanço, as bolsas distribuídas pelo governo, mas seguramente não altera o gráfico das desigualdades. A falta de políticas que realmente funcionem no Brasil é de nossa responsabilidade, das escolhas que fazemos, mas convenhamos é uma missão difícil para pessoas com pouca formação, o processo já é difícil para os melhorzinhos, imaginem...
O certo é que ao longo da história, o Brasil vem perdendo a oportunidade de construir um desenvolvimento integral que proporcione um salto na qualidade de vida de seu povo. Essa situação cria contrastes e produz disparidades internas e externas. Parecem dois mundos distintos, dois países diferentes, e o primeiro faz de conta que o outro não existe.
Algumas avaliações sobre diferenças de classes, fazem uma classificação detalhista considerando que existem, Classe A 1, A 2, B, C e D. Nas classes A 1 e A 2, as diferenças não chegam a destaques consideráveis nas possibilidades de acesso à bens e serviços, já nas classes B para baixo as situações ficam mais expostas. Na questão saúde por exemplo B, C e D são farinha do mesmo saco.
O acesso ao atendimento à saúde, como bem reza a nossa Constituição, é um direito da cidadania. Com exceção dos Estados Unidos e da África do Sul, todos os países do mundo oferecem hoje um sistema de saúde com acesso universal aos seus cidadãos. Vejamos o que diz um artigo do médico psicanalista Dr. Márcio V. Pinheiro.
“ Já se foi o tempo de uma medicina só para os ricos, e uma caridade pouco confiável para os demais. Hoje, no mundo inteiro ninguém duvida que o atendimento à saúde não deve ser mais um privilégio dos mais favorecidos. A doença e o sofrimento são inimigos tenazes e perigosos de qualquer sociedade que devem ser levados a sério na hora da distribuição dos recursos públicos, frutos do trabalho de cada cidadão.
O Brasil caminha, a passos largos, para um sistema tríplice de saúde. Para os mais pobres e provavelmente mais doentes, existe um sistema único de saúde (SUS). Para a classe média vamos encontrar os planos de saúde e as seguradoras ambos com fins lucrativos. Para os ricos, o atendimento "particular". Nesse sistema de saúde fragmentado e injusto, o racionamento do atendimento se faz a partir do poder aquisitivo do cidadão. Será que é isso que a população brasileira quer? Se a resposta for sim, então nós teremos o sistema de saúde que merecemos. Mas, se for não, fica então uma pergunta incômoda: porque o país caminha nessa direção? Afinal, somos ou não somos uma democracia?”
Pessoalmente sinto na pele a dificuldade de ser assistido pelo nosso sistema de saúde pública, as minhas necessidades não encontraram atendimento nas especialidades de endocrinologia e hematologia num tempo razoável, me forçando a comprometer meu orçamento e a recorrer à parentes para sair do sofrimento, qualquer doença é sofrimento.

DOIS BRASÍS - SEGUNDA PARTE

DOIS BRASÍS
JOÃO ALMEIDA
SEGUNDA PARTE
Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. Os números de empregos alardeados pelo governo e repetidos vezes pela mídia não passam de situações provisórias, por exemplo o crescimento da construção civil, alguns casos bem particulares realmente empregam, como é o caso de algumas regiões agrícolas na BAHIA que capacitam e remuneram bem a mão obra, no mais....
Os que vêm do Brasil B de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado.
Somos maioria...e somos poucos os que conseguem ir de mala e cuia do Brasil B para o Brasil A.
Tudo isso não é coisa só nossa e nem coisa nova, em qualquer parte do nosso planeta a situação é a mesma, dois países no mesmo espaço geográfico, sendo essa condição absolutamente normal, sempre foi assim desde o inicio dos tempos. As desigualdades não é o problema maior, o que é grave são as condições que se impõem a fatia da população situadas nas classes C e D ou seja: desigualdade extrema!. Assim volto a questão da probabilidade que uma pessoa de família modesta tem de obter um nível excelente de instrução e mais ainda de usufruir serviços de qualidade , comprometendo aí a sua condição humana que fica situada numa verdadeira tragédia.
Já sofremos com a degradação do ensino público porem ao seu lado nota-se perfeitamente uma queda na qualidade da culturabilidade de pessoas que embora tenham embaixo dos braços diplomas e certificados. O ensaísta canadense Alberto Mangue disse que além do analfabeto que não teve chance de aprender a ler, existe outro tipo de iletrado o que cultiva a ignorância desejada. É a atitude de quem não dá importância à cultura mesmo sendo escolarizado”
Nem todos desejam o do bom e do melhor, é fato que muita gente vive bem com pouco, mas é impossível viver bem com muito pouco. Viver bem com pouco, é ter uma morada modesta mas aconchegante, viver com muito pouco é morar num barraco numa invasão. Ser feliz com pouco é ser atendido por um médico quando precisa, com muito pouco é sofrer em filas, sentir dor sem sedativo e passar uma eternidade aguardando uma consulta um tratamento uma cirurgia. Logicamente que é um privilégio ter acesso ao que ha de melhor em todos os campos, privilégio justo quando a pessoa percorreu um caminho de sucessos adquirindo suporte financeiro para usufruir benefícios diferenciados. Nada contra, mas para quem não teve as mesmas oportunidades, é justo o que acontece por todos os cantos do Brasil? Claro que é um descaso extremamente desumano sem prazo para acabar, e por que ? por uma questão de cultura , cultura é o modo como indivíduos ou comunidades respondem às suas próprias necessidades e desejos . Um exemplo que me veio a cabeça agora aconteceu na época dos paraísos socialistas; que realizavam as necessidades básicas das pessoas e ofereciam um estupendo sistema de educação. O resultado foi que o povo bem educado obteve informações sobre o consumo do mundo capitalista e assim, caiu o muro de Berlim. Não acho que é de propósito que no nosso caso a educação para os pobres seja de péssima qualidade, pois ela não é formidável para a elite . As Universidades brasileiras estão fora da lista das melhores do mundo. Se a situação no Brasil A está assim.....

DOIS BRASÍS - PRIMEIRA PARTE

JOÃO ALMEIDA
PRIMEIRA PARTE:
Ando de certa forma frustrado com muita coisa que antes eu não me preocupava, achava os fatos isolados e que tudo poderia ser diferente no dia seguinte ou bem mais adiante, mas infelizmente verifico que o que sou ou o que somos é resultado das oportunidades que tivemos, as quais levam o homem por exemplo, ao BRASIL A ou ao BRASIL B.
Dois Brasís, países vizinhos, mas bem separados, a sua unidade só no aspecto geográfico, no mais vivemos misturados nas mesmas cidades mas existem a hora e a ocasião da separação.
É certo que temos a liberdade de escolha ditada por uma democracia, mas como não temos competência , elegemos conterrâneos do outro Brasil, os “iluminados” transformados em nossos líderes, que cuidarão das nossas necessidades. As leis, todas foram feitas pelos “iluminados” tantas ultrapassadas, mas que são aplicadas porque ainda não tiveram tempo para mudanças. No Brasil A pode haver problemas na vida do cidadão, mas no Brasil B é uma constante, onde a desigualdade social adquire forma. Me encontrei na internet com o sociólogo Orson Camargo que não é do meu Brasil, mas como escolheu a sociologia se envolve com nossas mazelas através dos estudos que faz. Segundo ele O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais.