terça-feira, 25 de março de 2014

o tempo não para

O tempo não para! Só a saudade é faz as coisas pararem no tempo”. (Mário Quintana)

Teve um dia que minha amada Beth Lilás me corrigiu lembrando que saudade é no singular. Substantivos que nomeiam sentimentos, em geral, não são usados no plural. Mas há exceções, como a palavra saudade, diz o professor Pasquale. Mas eu - sem me importar com as regras do português - respondi de imediato, que a minha é sempre no plural. Não economizo mesmo! Nesses cinco anos de ausência sinto saudades: do seu cheiro, das risadas, do colo, afago, comidas, das brigas na tranca, telefonemas sem hora marcada, constante “a vida é para ser celebrada filha!”, alegria, determinação, garra, resiliência (muito antes dos teóricos criarem o termo), sabedoria, avisos gritados (leva uma bluuuusa minina, a sombrinha que vai chover – e o sol rachando moringa, mas de repente caía um toró!), preocupação com cada filha, dedicação amorosa com netos e bisnetos e AMOR!!! A lista é enorme das minhas saudades, mas é melhor parar por aqui. No congelamento desse tempo que guardo na alma. MÃE: AMO VOCÊ DE VIVERRR!
  

flor de papel

Flor de Papel

Dessas coisas da vida – FLOR DE PAPEL E A ESTÁTUA VIVA.

Nas minhas andanças pela noite do quintal da vida, num dia em que nada estava dando certo, esbarrei com a surpresa, nas escadarias em cerâmicas vermelhas desse mágico lugar. Um tedioso palhaço de nariz azul estava ali exibindo um conhecimento sensacional e eu diria encantador, se não fosse sua forma desnecessária de provar que sabe. Trazia com ele uma cestinha com fragmentos de textos de grandes escritores, ele chamava  a cestinha de oráculo. Eu arrisquei a ver o que oráculo tinha para mim, peguei um papelzinho dobrado e ao abri-lo, Clarice Lispector saiu e sussurrou-me:  –Divertir os outros, um dos modos mais emocionantes de existir. Entendi, Clarice, entendi...

Sentada em um dos vermelhos degraus, olhos grandes me observavam e parecia que, as minhas palavras encontravam empatia em seu sorriso. Enquanto eu discutia com o palhaço de nariz azul sobre o cuidado de não causar repúdio nas pessoas pela literatura e de usar a arte para agregar e não para segregar, pude sentir os grandes olhos se aproximando e quando o oráculo foi mais uma vez solicitado, ela se apresentou: -Olá! Chamo-me Júlia. Eu respondi: –Oi! Sou a Si. Sorrimos e conversamos sobre alguns textos, contei a ela da minha vontade de juntar gente numa conversa calorosa para aquecer uma dessas noites frias de Julho; ela disse que estará lá, seja aonde for, se não estiver em Portugal. Despedi-me do palhaço e de Júlia e continuei a caminhar pelo quintal...

Depois de algum tempo, topando com algumas cenas, voltei às escadas escuras, sentei num dos seus degraus encantados com um copo de sede nas mãos, estava tudo tão igual. De longe ouço uma voz, cantando meu nome, era a menina dos olhos grandes novamente, que dessa vez sentou do meu lado e contou sobre seus sonhos. Nesse momento pude perceber que algo diferente estava acontecendo.  Ouvi-a, atentamente, falar da sua paixão por Tony, um português, que segundo ela, é a primeira estátua viva do mundo; da campanha que seus amigos estão fazendo para ajudá-los a realizar esse sonho de juntar os amores; dos erros e acertos que deu... E de repente uma frase acendeu e iluminou a noite escura –Si, esse amor me curou, penetrou não só em minha mente e coração, mas se instalou em outros órgãos, hoje, como melhor, durmo melhor, penso melhor e reajo melhor... Ele diz que me ama como amam as baleias, há poesia em cada frase que ele me diz e eu não sei mais viver sem esse amor.
O dia clareou, iluminando todo o quintal mágico, nos despedimos e num abraço ela sussurrou não se faz amigos, reconhece-os. Não some, Si, não some.

Branca flor, sentada na escada espera por seu amor que de longe a nutre com poesias. Flor de papel escreve em folhas, suas letras tortas, enquanto sonha. E o que ela viu, foi apenas a estátua viva piscando no final do filme. Brancura de idéias, clareando as escadarias vermelhas.

Si Fernandes.

desaventurança

Desaventurança


IV
O dia estava nublado, um tom de chumbo cobria todo o céu, ela olhava para o alto como se tentasse lembrar algo que lhe pudesse dar alguma esperança. Nada era capaz de ativar suas recordações e um misto de temor e contentamento tomou conta do seu corpo ressequido e fraco. Trazia junto a si uma espécie de aljava e uma foice. E não se intimidou ao encarar a montanha que haveria de escalar, apenas, suspirou como um choro engasgado, contido e prosseguiu até chegar ao cume daquele derradeiro desafio.
A montanha era coberta de uma terra preta e fofa fazendo com que os passos daquela dura caminhada fossem menos dolorosos. Como se a natureza ofertasse sua parte no sacrifício. O céu, nesse momento, parecia mais perto e os olhos que já não sabiam mais chorar, derramaram uma lágrima que saiu quase como um grito e rolou pelo seu rosto até chegar ao solo. Com determinação segurou a foice e deu o primeiro golpe forte e sem remorsos. Toda montanha parecia gritar de dor e veio o segundo golpe, e assim, conseguira ferir a terra. Em silencio e com semblante decaído retirou da aljava algumas sementes que brilhavam como o sol e as enterrou ali. E nesse momento, seus sonhos saltaram, estavam todos eles bem na sua frente. Suas lembranças vieram como um relâmpago e explodiram em seu peito. Paulina, sentiu-se vazia de si mesma.
Simone Fernandes

garotos

Garotos!


Homens são tão meninos. Cheguei a essa conclusão, assistindo a pelada de terçafeira de um grupo de amigos meus. Foi tão bonitinho vê-los levando a sério uma brincadeira de criança. O jeito moleque daqueles homens gritando, caindo, se ralando, vibrando com um gol. E depois, suados, conversando eufóricos, dando gargalhadas e sacaneando uns aos outros. Eu fiquei horas olhando essa cena. Estavam ali chefes de família, empresários, militares, professores que naquela hora, eram apenas meninos querendo se divertir. A molecagem daquele momento me fez sorrir jubilosa, porque alguns deles são meus amigos de infância, e eu pude ver, naquele instante, os garotos de quinze, vinte anos atrás. E nós, as mulheres, sentadas, falávamos da vida, filhos, emprego, amores e desamores. Éramos como velhas senhoras, diante daqueles garotos. Como na história de Peter Pan, onde meninas são chatas e a Wendy decepciona a todos, crescendo. Tive vontade de ser menino, como eles.

Voltando para casa na companhia de um dos garotos perdidos, comentei o que eu senti. Então, ele me perguntou, ainda no tom da magia dos jogos de terças: - Por que vocês não experimentam se divertir assim? Eu respondi: - Porque somos meninas, ora! E ele dividindo a atenção entre o trânsito e eu, com cabelo grudado na testa suada, deu um sorriso debochado e disse: Meninas são chatas! – Me olhou de rabo de olho e retrucou: E você, Wendy, por que cresceu? Eu não respondi, apenas sorri, e num suspiro pensei: Ai, como os meninos são bonitinhos!

Quando o arco íris encontrou o pote de ouro e outras jóias

Quando o arco íris encontrou o pote de ouro e outras jóias


O tempo cinza teve que se render ao brilho desse momento
O relógio universal se debruçou ao nosso favor
A vida abraçou o sonho e juntos, dançaram devagar
Os Dons Quixotes enfrentaram seus moinhos de ventos
E como arco íris que encontra o pote de ouro, aconteceu
encontro gerou encontros agregados no mesmo sentimento
Mãos frias, corações acelerados e gestos quentes, cheios de emoções
E descobrimos que do lado de cá, dentro da alma o dia tem mais que vinte quatro horas
A magia da cidade sorriso nos deixou em estado de graça
Algo em nós denunciava que ali a felicidade tinha pousado suave
Maceió ofereceu seu solo úmido para que a amizade, que era uma semente, florescesse.
Ver Milene, um capítulo especial, a minha valente, abraçá-la e confirmamos o que já sabíamos, nossa amizade é desde sempre e a reafirmação de que ela é e sempre será a minha lagarta listrada;

Cida, zoinho d´água que fez o meu transbordar de carinho;
Wendel e seu sorriso de garoto perdido, o Pan de gestos suaves que me fez ver o menino atrás dos músculos;
Cris e Fábio, suas queridices e outros neologismos que combinem com coisas boas roubaram meu coração;
Giovanna e seu olhar doce, sua força e sua pose de princesa me encantou;
Túlio com seu jeito maravilha, Pedro com sua timidez encantadora e Arthur com seu carisma que não podia faltar num namorado meu;
Neto e seu olhar que disputa com verde do mar;

Dora e sua autenticidade, em gestos, olhares e palavras sempre positivas;
E eles, os maestros dessa canção:
Denise, a borboleta azul que espalha emoção e sorriso no seu voar;
Rodolfo e sua magia que transforma tudo em poesia e canções de amor;
Todos vocês fizeram a alegria por o seu melhor vestido e dançar em nós.

Simone Fernandes.


Ouçam a música!

visiveis

Visíveis



Não há nada que me agrade mais do que conhecer pessoas. Eu consigo passar horas olhando alguém, reparando seus gestos, sons e expressões involuntárias.

E por isso, percebo coisas que ainda me atemorizam quanto ser sociável que aspira ter um tantinho de cultura e educação. E esse meu pasmo, pode parecer infantil, piegas ou romântico. Mas, estar em pleno século XXI e constatar que muitas pessoas ainda vivem um comportamento “pequeno- burguês” de séculos passados, ostentando atitudes que classificam de classe, ignorando ou exaltando outras de acordo com seu status, leia-se, poder econômico. Negando gentilezas que gerariam um mundo melhor e eu não estou falando de uma utópica ideia de igualdade social, mas de um sentimento de humanidade. Apavora-me!

Há pouco tempo fiz uma viagem e o primeiro abraço que recebi foi do taxista que foi me buscar no aeroporto e gentilmente me levou pelo percurso mais bonito da cidade, sem cobrar nada mais do que já tínhamos acertado. Chegando ao hotel, novamente fui afagada pela generosidade de dois atendentes que me ofereceram uma água com gás e se recusaram a receber por isso e lamentaram que àquela hora (uma e meia da madrugada) não tinham mais suco ou outra coisa melhor para oferecer. E no decorrer do dia recebi de braços abertos todas as outras demonstrações de vida humanitária vinda de um grupo que, muitos chafurdados num lamaçal de soberba, protocolos ultrapassados e etiquetas tão boçais, tratam como invisíveis.

Não cumprimentar o porteiro; não agradecer uma camareira, não responder- sim, por favor; não, obrigada; negar agradecimento por algum serviço prestado; nos torna melhores ou superiores a quem?

O meu olhar constrói e desconstrói o feio e o bonito.



“Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem, apenas, sei de diversas harmonias possíveis, antes do juízo final”.

Simone Fernandes.

quarta-feira, 12 de março de 2014

diversos

 Hoje de manhã lembrei de você ouvindo blues.   Mas nunca ouvimos blues e aquela musica pertence a outro tempo. É que às vezes  eu me lembro de você quando me deparo com algo bonito. Um pôr-do-sol desmaiando sobre o meu ombro. A tarde de um dia que não volta. O bando de pássaros que nunca serão os mesmos [este canto é a promessa  de que a poesia resiste às mais insuspeitáveis provas].  É um barco no rio do destino sem previsão de portos. Mas que segue para sempre e sempre...











Sob o sol, sobre a sombra

Ando com essa urgência no bolso
mesmo sentada
todos os pulsos apontam
Acordo as seis
no ranço da pressa 
de ontem 
povoada por qualquer instante
que me parta

Fernanda Tatagiba
    Os enganos só têm um destino, a desilusão que os liberta. Na verdade, tudo que a gente precisa é se atrever a colocar as idéias criativas em marcha. Chega de acreditar que a vida cotidiana é aquela que a mídia ensina, coisas assim -- evite emoções fortes, vigie a tensão, coma pouco, beba pouco, pense o óbvio, exercite-se moderadamente e de forma planejada. lute por ter uma vida longa, mas viva uma vida em câmera lenta, higiênica, pasteurizada, amorfa. acredite nos slogans, sonhe, cultive ideologias libertárias, mas não tente jamais transforma-las em algo real, não seja ingênuo. contenha-se, satisfaça-se com nada, consuma o descartável, deseje apenas dentro dos parâmetros aceitáveis, mantenha laços que o faça sentir-se pertencendo a uma tribo qualquer e jamais contrarie seus princípios e pense por si mesmo ou certamente, você acabará sendo expulso. nada faças, nada penses, volta a dormir, põe tua angústia de castigo....--
---É real o que você vê nas vitrines?




'pior... pior... 
começamos 
a olhar o medo... 
o medo grande... 
e a pressa... 
o medo é uma pressa que
 vem de todos os lados, 
uma pressa sem caminho...'

Sagarana - João Guimarães Rosa



 (ins)pirado aqui






 Uma lástima! o amor não quis esperar. Naquela manhã não me beijou devagar. Não teve tempo para pensar que a urgência faz parte do que já se espera. A saudade é mais lenta, quer esticar o momento dividi-lo em segundos, parti-lo em partes tão ínfimas e tão importantes que o tempo que durou é eterno. Mas ele preferiu a pressa. Não me beijou devagar. Esmagou antes os lábios como se me dissesse assim coisas (as que eu não saberia ouvir).  Devias ter me beijado mais devagar. Se ouvisse o som do coração dançaria  valsa  comigo. É uma dança lenta porque quer dizer coisas pequenas e grandes mas todas sentidas e verdadeiras. Depois ele decidiu  rodopiar comigo numa batida que de tão rápida  me fez doer a lembrança. O amor é devagar, eu agora sei. E menos, não, muito obrigada. não sei esperar.








Hoje eu poderia rir de alegria por me fazer tão bem. Poderia fazer aquelas coisas que não exigem nada,
que se completam em si mesmas, atos tão simples como:
enfiar as contas de um colar,
andar de pantufas do Taz,
apreciar objetos,
olhar a chuva,
acender incensos,
ficar horas no chuveiro,
sentir a náusea de um perfume antigo,
guardar a caixinha de sândalo,
ler, escrever palavras que pedem passagem,
 beber o chá,
contar as folhas no fundo da xícara,
desprezar sortilégios,
rir da própria ingenuidade,
ignorar o poder,
ser livre para cantar bem alto,
 
dançar ,
vestir uma fantasia,
transgredir as horas,
esquecer-me de todos os poemas escritos
e de todos os que ainda vou escrever.
 

Mas.... e se eu tivesse simplesmente desejado ouvir sua voz?




Canção do Amor

Tu és a corça e eu o cervo,
pássaro tu e eu a árvore,
o sol tu e eu a neve,
 tu és o dia e eu o sonho.
 
De minha boca adormecida
à noite um pássaro de ouro voa a ti:
tem a voz clara, multicolores asas,
e vai cantar-te a canção do amor
 - e vai cantar-te a canção de mim.

Hermann  Hesse
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
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É algo muito bom perceber que o único e verdadeiro esforço que tenho de aprender a fazer é o de que tudo seja feito sem esforço algum, na maior das despreocupações, na absoluta leveza de saber que levito no infinito e que isso não é ameaçador, pelo contrário, é  um conforto sem fim.

Aprendi que a nossa força  sujeita-se à força do céu.
 

Não adianta puxar a corda, ela sempre irá pender para o lado mais forte.

Ou seja, se o que te inspira  fazer tiver a força do Universo, maravilha, tudo vai correr bem, tudo vai fluir, tudo vai escorregar pela correnteza. Parece até que anda sozinho. Mas se o teu querer  só tiver a tua força...

Sem leviandade penso que  para onde for o vento, assim devo ir.

Porém se notar que as coisas não andam sozinhas, paro por aí.

Não quero forçar o futuro. Ele já lá está, à minha espera, e não vai mudar de caminho só para me agradar....



Abraços Invisíveis

Sentir-me
semente
germinando ainda
em terra quente
e úmida
Raízes-cabelos
adentrando
pelos espaços vazios
na eclosão
de vida
de célula tumefata
Procurar no alto
a luz
a liberdade
os movimentos
quase coordenados
em abraços
invisíveis
E nascer
plena de otimismo
e alegria

Marina Rolim
domingo, 29 de dezembro de 2013
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As luzes da noite ficavam bailando para mim. Ultima chance para que se faça tudo com o coração envolvido em cada pequeno ou grande gesto, fazer assim para se sintonizar bem com o espírito do dia de hoje, que é profundo e insondável, provoca confusão nos desatentos, mas elevação nas almas sintonizadas.

Sim! faz-se urgente que surjam novas atitudes e idéias que espalhem 'bombas' capazes de romper com os valores e estruturas tão engessadas que automatizam e aprisionam o ser humano nessa mediocridade tão distante da intensidade e do infinito de possibilidades que nos é possível.

 Bombas feitas de palavras, de poesia, de música e arte, de beleza, de atitudes, sonhos, idéias e valores.

Bombas feitas de esperança. Bombas espalhando um vírus de humanidade e a capacidade de criar e compartilhar momentos, instantes e perspectivas que possam romper e explodir a ordinariedade da vida, revelando-a como ela deve ser: Extraordinária!



De repente...

...num instante fugaz
os olhos se cruzam,
as mãos se entrelaçam
e os seres humanos,
num abraço caloroso,
num só pensamento,
exprimem um só desejo
e uma só aspiração:

Feliz Ano Novo
Glückliches Neues Jahr
Nytar
Feliz Año Nuevo
Felicigan Novan Jaron
Heureuse Nouvelle Année
Feliz Aninovo
Shaná Tová
Happy New Year
Felice Nuovo Anno
Akemashite Omedetou Gozaimasu


 Am0r e Luz
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
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Necessito crer que o amor está à mercê de cada instante se, é da soma de todos esses instantes que se constitui o sempre. É paradoxal afirmar que o  amor nunca vem antes, não há oração, coração ou simpatia para que ele se anteceda sem antes  compreender a suprema força e a instigante fragilidade que estão contidas em cada instante desse querer.

Saber viver o agora, acima de tudo é algo primordial, porém conhecendo as exigências do amanhã - somente o que está baseado na verdade e na transparência pode durar -.

Vencer a nós mesmos, vencer a própria pressa, suportar e decifrar o descaso e descanso da hora.

 Entre um sim ou um não a linha é tão tênue e ao mesmo tempo um enorme abismo.

Quando as coisas não acontecem, o vazio torna-se o espaço mais ocupado do quarto onde habitamos, trazendo consigo os prenúncios de uma implosão anunciada.



A paz  sem vencedor e sem vencidos

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 24 de dezembro de 2013

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Dezembro me  mostra que as lindas visões que inundam a minha alma com entusiasmo e ternura não são minhas em particular, circulam pela alma de nossa humanidade. Ganhará quem tiver coragem e empenho suficientes para concretizar essas visões.

Acredito que somos energia, sendo a matéria um mero invólucro, que serve para carregar as limitações físicas que atraímos para poder trabalhar as nossas fragilidades.  É um bom mês para  diluir, deixar que cada coisa aconteça quando tem de acontecer. É saber que tudo no Universo tem um tempo propício, e que a gente  não deveria bloquear o que está para acontecer.

As pessoas não se diluem em emoções adversas, ficam zangadas, ficam com raiva, culpam as outras, ficam endurecidas, e continuam as suas vidas com um nó no peito, provocado por emoções que se recusaram a aceitar.

Eu, se alguém de quem gosto me faz mal, por exemplo, eu choro. Choro de tristeza por ter atraído alguém assim, que é tão infeliz ao ponto de magoar quem lhe quer bem. Só isso. Só assim  sinto que irei diluir na própria emoção que sinto, e nunca, nunca bloquear uma dor.

Aos poucos vou me  habituando à ideia de que a vida traz emoções alegres e tristes, e que tudo flui se não deixar escapar nada.  O amor não precisa de nenhuma referência – esta é a beleza e a liberdade do amor.  Sentir, sentir, sentir...


Ultima página

Mais uma vez o tempo me assusta.
Passa afobado pelo meu dia,
atropela minha hora,
despreza minha agenda.
Corre prepotente, para disputar lugar
com o vento.
O tempo envelhece, não se emenda.
Deveria haver algum decreto
que obrigasse o tempo a desacelerar
e a respeitar meu projeto.
Só assim,
eu daria conta dos livros que
vão se empilhando,
das melodias que estão
me aguardando;
Das saudades que venho sentindo,
Das verdades que ando mentindo,
Das promessas que venho esquecendo,
Dos impulsos que sigo contendo,
Dos prazeres que chegam partindo,
Dos receios que partem voltando.
Agora,
que redijo a página final,
Percebo o tanto de caminho percorrido
Ao impulso da hora que vai
me acelerando.
Apesar do tempo,
e sua pressa desleal,
Agradeço a Deus
por ter vivido,
amanhecer e
continuar teimando ...

Flora Figueiredo
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
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Este é um daqueles momentos em que seria melhor  amadurecer um pouco mais seus desejos para agir numa hora que fosse mais propícia. A televisão mostrava um documentário sobre a produção de Camembert da Normandia. Os vizinhos faziam um churrasco ao som de músicas tenebrosas. de forma urgente, contrariando todas as evidências, Ester teclou rapidamente e automaticamente um número de celular. O telefone tocou e ninguém atendeu do outro lado. Era quase visceral a necessidade de se declarar : o amor sempre tem pressa!![mas nem sempre há boa coordenação entre o desejo e a oportunidade de agir nesse sentido].As coisas são como são porque sempre se originam em idéias. Ester buscava sentimento.




0 verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

Vinícius de Moraes
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
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A vontade que ela tinha
Era sacudir a amiga dorminhoca

E contar

Palavra por palavra
O que tinham conversado

Queria abrir a janela
E ao ver a viúva

Debruçada

Fumando no andar
De baixo

Correr pelas escadas
Sentar à sua porta

E contar
Calmamente


Que se falaram
Novamente

E 'ele'
Aparentemente

 A amava

E encantava mais
A cada palavra

Teve vontade de sair
E obrigar o guardador
de carros

O único que conhece ter
 Um Passat vermelho

A sentar no banco ao lado

E ouvir
 A sua história

Até que
Emocionado

Limpasse os olhos
Com sua flanela

Ao ver que 'ele'
Batera à porta

E assim a trazia de volta

Quis que o senhor
De olhar perdido
No sinal fechado

Desligasse o carro
E a ouvisse

E que ele
Nunca mais ficasse triste

Queria que o porteiro
do prédio chic
Largasse a mangueira

Ou tocasse água para cima
Como em um desses comercias de margarina

Porque lembraram
De ter uma família feliz

Queria que sua vizinha
de porta
Chamasse o marido

Que foi embora

Para que eles lhe dissessem
O quanto entendiam

Como era raro
E bonito

Mesmo sendo
Impossível.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
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Pode fechar seus olhos?
Não! Espere.
Talvez seja melhor eu os fechá-los.
Deixe que eu tome temporariamente sua visão
E te deixe apenas com seus outros sentidos.
Confia em mim? Confia em nós?
Relaxe, conte até um determinado numero,
E só então comece a me procurar.
No inicio vai se divertir, achar tudo muito engraçado,
Porem,por trás da brincadeira,eu avalio o quão conectado estamos.
Me segues pelo perfume, pelos passos?
Me segues a cega ou tem algo que o direciona?
Não se apresse, temos longos dias pela frente, longos dias de treinamento.
Desta vez te permito espiar e ter mais de uma chance.
Porem,quando o mês acabar, novamente terá que vendar-se.
Só que dessa vez , nosso destino dependerá de seus instintos.
Acha que podes me encontrar?
Acha que nosso amor te guiará?
Que ele durará?


A tarde se despede dando seus últimos suspiros.
Pelas ruas, apenas o silêncios se faz presente.


Estou aqui. Confie.


( ” Sweet november” um filme emocinante)
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
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A frase não é só força de expressão, segundo estudo  publicado no periódico Psychological Science. Os cientistas acompanharam 220 recém-casados durante três anos (o suficiente para baixar o fogo da paixão) e pediram que ambos se autoavaliassem e ao parceiro em relação a qualidade e defeitos, como gentileza, inteligência, compreensão, imaturidade e preguiça. Os casais mais felizes (e duradouros) eram aqueles que quase não viam imperfeições no outro.



Gosto quando te calas

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
Pablo Neruda
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbqSA7CH__KOtbJV56-L9JQpKLxUv2XjCPwa1WKjNga4BdIsn7dOc9AmdWSS_rIWEuC_j5AH9ULpBtZOi_br1a5hPohiGdJXN4WbF5WbmnMln40xCz9MtzrjZ3WSQ22uZ1-FbO_TQAUOI/w400-h345-no/292498_397220546964261_968432732_n.jpg


Em momentos de mudanças e necessidade de decidir, dá vontade de olhar a vida desde o fim e ver onde isso vai dar ou qual o melhor caminho a seguir.

Entardeço com saudades de quem eu não consegui conhecer.

Não é de gente desconhecida, mas de gente que está na minha vida, que passa pela minha vida,
 mas que eu nunca conheci.

Estranha a sensação de que estamos desperdiçando gente. Gente que podia fazer muito mais sentido, que podia ser mais inteira, ter mais histórias, mas que acaba tendo uma forma bem abstrata.

Eu tento encaixar em algum lugar, mas é difícil quando as impressões sobre uma pessoa e uma relação lhe parecem tão superficiais e que qualquer tentativa de enquadramento seria por demais leviana.

Ao mesmo tempo, existe um certo encantamento na superficialidade. Uma eterna áurea de mistério que em muitos momentos engana. É a leveza do que não tem raiz, não prende, mas também não surpreende.

Você acaba acreditando que existe algo de especial naquela história, já que tem tanto tempo, tantas vontades, tantos momentos. Mas nunca foi mais fundo para saber de fato o que tem no sótão ou se é puro vazio.

Ao mesmo tempo, mesmo que em pequenos fragmentos sutis de alma, acaba-se percebendo um pouco do que se tenta esconder. Medos, desejos, sonhos e sentimentos.

E eu acho tão bonito quando as pessoas assumem suas emoções e, apesar das dificuldades que a vida impõe, enfrentam tudo para obedecer ao que o coração pede insistentemente.

Como o mundo seria melhor se as pessoas ouvissem mais o coração.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
http://centropaijoaodeangola.com.br/images/tumblr_lmn4s1B7Ii1qfdtylo1_500.gif?372

Flora , uma executiva de sucesso, estava apreensiva.  Respirou fundo e saiu decidida, sem grandes alardes, sem grandes transtornos, as coisas acontecem porque têm de acontecer, pensava.  Estava disposta a colocar tudo às claras. Acertar os ponteiros, colocar os pingos nos is, ajustar todas as contas.   Na hora h, no dia D todas as convicções se foram, evaporaram diante do medo da solidão.   Preferiu culpar seu nervosismo : quando há muita ansiedade envolvida, aí as coisas que aconteceriam sem transtornos parecem se insurgir e produzir muitos contratempos . Ele a abraçou forte demais....

sexta-feira, 8 de novembro de 2013
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Aaah vida surpreendente! Com um sorriso triste, Janaína suspirou sabendo que para ela era sempre a mesma coisa. Quem chegava com o muito prazer, nas entrelinhas já se despedia. A vontade era nem dar-se ao luxo de deixar-se gostar. Quanto mais gostar, mais dor ao despedir-se. Sempre que alguém chegava com ares de eternidade, mais rápido seria em sumir sem deixar qualquer rastro a que ela se agarrasse, qualquer retorno que esperasse. Era um vem e vai, sempre nesta ordem. E uma vez só, não havia retornos, nem surpresas, nem gritinhos de alegria por ser surpreendida com uma brincadeira de esconde-esconde. Quando menos esperasse - e conseguia surpreender-se a cada vez - alguém já se tinha ido. E Janaína entrava correndo, na esperança ridícula de ter sido brincadeira - e sabia que mais uma vez havia acontecido. Quem sabe uma chave torta, uma senha ilegível, sons soltos de risadas distantes ajudam a decifrar um coração aos cacos??




.Tudo em ti 
era uma ausência 
que se demorava: 
Uma despedida 
pronta a cumprir-se.

Cecília Meireles

quinta-feira, 24 de outubro de 2013


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis29CJisDDpZPitV14eS9qbxh_h1NZq1znEoqAvAcQfrWWfs1fnMzhdpuEvnQg8asRJKPeXcFul6JnuWArWG8wX-TWE0w8jRSIA-MgtMGAp2iK7phDI533JcdozIsAjyNqSZSWsCzv0Yk5/s400/tumblr_l8bu4kc5ek1qcy2jio1_400%5B1%5D.jpg





Tens pressa de viver?
Tens receio de que tudo passe demasiadamente rápido?
De passo em passo, no chão polvilhado de vermelho e amarelo intermitente e úmido,as pessoas desviam-se da chuva.
Uma longa estrada estende-se como um tapete de folhas caídas, chorosas e desmazeladas.
Não há ordem na queda. Cai-se e mais nada.
A chuva cria dias de ausência, de desconsolo e de silêncios.
Era suposto todas as coisas fazerem sentido.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013
http://data.whicdn.com/images/8592482/tumblr_lj56k81qIN1qciek8o1_500_thumb.jpg?1302188303




o que tens ai você
neste teu dia tão desejado?

o que tinhas você no seu dia ontem?
seria o mistério que não ias revelar jamais?

por mim eu passeava por eles.
passeava e caminhava entre as imperfeições
dos objetos misteriosos, desconhecidos.

você tinha perigo nos bolsos?
eu não queria ver o perigo.
tenho medo dele.
queria ver apenas o bom.

mas é tão triste eu tê-lo visto de perto,
sabe,
 tê-lo vivido.

não queria ver nem o bom.
me contasse apenas sem detalhes.
eram chaves em teu bolso?  não.
eram bombas ...e não eram de chocolate.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7hnie8DLJlgu4xdk7sekW6_TVbZA1LbvDfsE6JA-b0vRQbQ0wO15ItORGX4PK7WAd2Ucmyb0H-v7rz92Xn3E_XDZOfHEC6oopYLYZAMHJKTMCdrX7ZgxENX1TAbU581i_AE8bsEo4AnwZ/s400/tumblr_lg7ew9uE1z1qcxve2o1_500.jpg


levei para passear
as poesias que fiz pra você
abri a janela do ônibus e deixei
o vento brincar
com as páginas arrancadas
sábado, 13 de julho de 2013




Hoje é dia de separar o lixo em:
orgânico,
metal,
papel,
plástico

       ex-namorado....(rs)




[e antes que eu percebesse, 
tudo isso não importa mais. 
estranho]

sábado, 6 de julho de 2013
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikWBcNNa95JJ6GqofcSDkDgrV3GCb0v-pac2PWUTMxmaI4rSrDfR7FnnvnX5O1WL7ujNXbPvCTg3nQ86JPkqDsZzVFUOW0XtzigR96RpyrFoySBPf09x8uVT86i29Xshw3a-b0J-UlX5Q/w960-h540-no/71797_608423095841673_1482506127_n.jpg




Amor é fogo
amor é rosa
amor é bobo
amor é foda

amor, não quero
amor eu quero
amor, sei lá!
amor,  vem cá
amor, ah vá!

amor sem nexo
amor e sexo
amor de ontem
amor de agora

amor, demora?


(Mi)



Postado por Mi às 12:22 5 comentários: 
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Relaxa, não pensa, ouve… mas ouve verso por verso.
Deixe as mãos soltas, guarde os segredos pra você.
Olhe pra dentro e pare de procurar em terceiros
um reflexo de outra pessoa.
Todo mundo sabe, você sabe....



http://25.media.tumblr.com/tumblr_ltr5v5XbHl1qk4hjeo1_250.gifhttp://24.media.tumblr.com/tumblr_ltr5v5XbHl1qk4hjeo2_250.gif


[o resto é pura encenação]
sexta-feira, 28 de junho de 2013

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRxYdH85bUUFMZbvOuuCXHRFUiwpIoU38Mmc96BHqyx18XDU2QFyIUfLPdVfuTxgsadvmD5Hd61ZcHLUmK0Kp3yD2526lo-pyyB0mXmvJf1ZZGZfeXGIhvrRCAMW3ptxYp_JPXkQp0f00/w500-h527-no/tumblr_lno5miXJfA1qdkqg2o1_500.jpg


Ei

Posso ir
Te possuir?
Te cafu, né?
Me seduz, ir
Pra além de mim

Hei

Fácil mente
Te gravar
Te cravar
Permanente
Feito rima do nordeste
Gostar assim, de "repente"

Eis

O meu versinho
Bem de verso
Pois é tu
Que fez o disperso
Ser poema cru
Do qu'eu confesso
Postado por Ítallo França às 01:05 4 comentários: 
sábado, 22 de junho de 2013
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBAR2auHo0S1RI-3XI3_WyLMKExmyp-S82UCpRcUNQj0Prc64rM_mkkagXV_hKz8RndrJ2KBAWQvDJ8bl9CuHw_uteVg2x36on5obb1GKBgWvgDYqhRbmBuwbmCtrMpuFfFsIJ_1NdpM/w492-h335-no/tumblr_mkwo4nuYRR1r5klt2o1_500.jpg

Odeio a saudade que mora do meu lado desde que você foi embora. Odeio o cheiro bom do seu corpo impregnado na minha memória. Odeio a sua preocupação idiota com os meus sentimentos, seu bom mocismo inoportuno, que me encanta. Odeio suas tiradas clichês me arrancando riso. Odeio seu jeito careta e tão senhor de si. Odeio a música que você me toca, me entorpecendo os sentidos. Odeio o seu beijo me invadindo, com a minha ansiosa permissão. Odeio sua voz sua voz de menino carente me suplicando mãos e toques e tudo. Odeio seu beijo a devorar todos os meus quereres num átimo. Odeio que meu pensamento adormeça e acorde se importando com o seu. Odeio como me faz sentir bonita e infantil. Odeio que seja tão lúcido e maduro e agora siga por aí sem sentir falta da minha pele na sua... Contraste e completude. Odeio seus disfarces de homem inatingível. Odeio minhas reações delatoras. Odeio que consiga seguir sem mim e odeio mais ainda admitir que essa tenha sido a coisa certa a ser feita. Odeio essa imensa fome que sinto de ti, amor.

Postado por Mi às 23:23 2 comentários: 
sexta-feira, 21 de junho de 2013
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_mnF8uDIe6VvSfN_m0m6CXeOzDKVK-tAbCWRnVPXop1jGmsn97mhl7vy3NK5kqv8XkvJQMboMvZSpCJW9JMwErv43SBcEAlmiLuysE4nmVJqwuhg3g-d2iPqq_E-eXEI-oQGTLEQBt8A/w425-h577-no/tumblr_mmx8lyRKX01r0a4hso1_500.jpg




Amor é bandido
amor é bendito
amor é bagunça
amor é bonito

Amor faz poema
amor desnorteia
amor não tem pena
amor sacaneia

Amor de novela
amor vagabundo
amor do meu lado
amor é do mundo

Amor paciente
amor de verdade
amor indolente
amor de saudade

Amor lacrimoso
amor magoado
amor vai embora
amor impensado


Postado por Mi às 13:20 Um comentário: 
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PALAVREADORES
·                                                                                                                                           Mi
·                                                                                                                                           ᄊム尺go
.
estrelas,
 
amores
 
e insanidades
 
são feitas
de partículas raras
 
que nunca se acabam









Seguidores












Um euteAmo que se preze
há de sobrepujar mares furiosos,
ventanias, temporais.
Um euteAmo
verdadeiro
chega ao fim do dia em frangalhos
de tanto que inquietou,
porque rechaça a condição
de apresentar boa figura
sem que por dentro
lhe tenham revirado os sentidos.
É, sobretudo, farto
de intensidade e poesia,
o legítimo euteAmo.

Milene Lima















Pelas frestas da cidade
. Eu quero amor feinho.
Amor feinho
não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho
é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores
ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom
porque não fica velho.
Cuida do essencial;
o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

Adélia Prado








































































.

O sentidos precisam
sair do túmulo
onde os deveres
os enterram.
Corpo brincando:
-é nele que acontece a alegria

Rubem Alves













as pessoas perdem 
muitas coisas
 
devido ao
 
exagerado controle




































Este é um
 
poema de amor
 
tão meigo,
 
tão terno, tão teu...
 
É uma oferenda
 
aos teus momentos
 
de luta e de brisa
 
e de céu...
 
E eu,
 
quero te servir
 
a poesia
 
numa concha
azul do mar
 
ou numa cesta
 
de flores do campo.
 
Talvez tu possas
entender o meu amor.
 
Mas se isso
 
não acontecer,
 
não importa.
 
Já está declarado
 
e estampado
 
nas linhas e
 
entrelinhas
 
deste pequeno
poema,
 
o verso
o tão famoso
e inesperado verso que
 
te deixará pasmo,
surpreso,
perplexo...
 
eu te amo,
 
perdoa-me,
 
eu te amo..."
Cora Coralina

















De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
 

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do meu amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes











Assim o amor 
Espantado meu olhar
 
com teus cabelos
 
Espantado meu olhar
com teus cavalos
 
E grandes praias
 
fluidas avenidas
 
Tardes que oscilam
 
demoradas
 
E um confuso rumor d
e obscuras vidas
 
E o tempo sentado
no limiar dos campos
 
Com seu fuso sua faca
e seus novelos
 

Em vão busquei
 
eterna luz precisa
 

Sophia de Mello Breyner Andresen





















A vida lhe acontece 
somente quando você
 
a aceita incondicionalmente
 
e está disposto
 
a dar-lhe as boas-vindas.

Osho









O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
 
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa























.




















mas houve o estar, 
o existir,
 
o pensar,
o fazer parte sem fazer

































.





Agora preciso
de tua mão,
não para que eu
não tenha medo,
mas para que tu
não tenhas medo.
Sei que acreditar
em tudo isso será,
no começo,
a tua grande solidão.
Mas chegará o instante e
m que me darás a mão,
não mais por solidão,
mas como eu agora:
Por amor.
Clarice Lispector

































Eu quero amar, 
amar perdidamente!
Amar só por amar:
aqui... além...
Mais Este e Aquele,
 
o Outro e toda a gente...
Amar! Amar!
 
E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer?
 
Indiferente!...
Prender ou desprender?
 
É mal? É bem?
Quem disser que
 
se pode amar alguém
Durante a vida inteira
é porque mente!
Há uma primavera
 
em cada vida:
É preciso cantá-la
 
assim florida,
Pois se Deus nos deu voz,
foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,
 
cinza e nada
Que seja a minha noite
 
uma alvorada,
Que me saiba perder...
 
pra me encontrar...

Florbela Espanca






















O tímpano está no fim
A íris ficou transparente.
O sentido se desgasta.
Até o sentido está transparente.
A pressa alcança a pressa.
A terra arredonda a terra.
A mente encosta a mente.
Claro espetáculo: cadê o olho?
Tudo perdido, nenhum perigo
Força a mão heróica.
Corpos não se opõem mais
Um contra o outro. O mundo acabado
É semelhança em toda parte.
Caem os nomes do contraste
No centro que se expande.
O mar seco estende o universal.
Nem súplica nem negativa
Perturbam a evidência geral.
A lógica tem lógica, e eles ficam
Trancados nos braços um do outro,
Senão seriam loucos,
Com tudo perdido e nada que prove
Que até o nada sobrevive ao amor.
Laura Riding



























O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
 
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa











Quando nasci 
um anjo esbelto,
desses que tocam
 
trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado
pra mulher,
esta espécie
 
ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios
 
que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia
 
que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro
uma beleza e
ora sim, ora não,
 
creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
 
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens,
 
fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza
 
não tem pedigree,
já a minha vontade
 
de alegria,
sua raiz vai ao
 
meu mil avô.
Vai ser coxo na vida
 
é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
 
Eu sou.
Adélia Prado















Não tenho mais
 
os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
 
sou uma estrutura
agrandada pelos anos
 
e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto
 
e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
Lya Luft











Sem cabimento













quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem Deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento

Paulo Leminski

























































































Estava enrolada
em teias e traças,
debaixo da escada,
lá no subsolo
da casa fechada.
Começava a tomar ares de desgraça.
Manchada do tempo,
fenecia
a esperar que um dia
alguma coisa acontecesse.
Antes que se perdesse completamente,
sentiu passar um vento cor-de-rosa.
Toda prosa, espanou a bruma,
pintou os lábios
e sem vergonha nenhuma
caprichou no recorte do decote.
A felicidade volta à praça
cheia de dengo e de graça,
com perfume novo no cangote.
Flora Figueiredo













Atapetando passagens















não te aflijas
com a minha pétala que voa:
também é ser,
deixar-se e ser assim.
eu deixo aroma
até nos meus espinhos
ao longe, o vento
vai falando de mim.
e por perder-me
é que vão
me lembrando,
por desfolhar-me
é que não tenho fim.

Cecília Meireles


































.


















.passam-se os anos 
e as estações,

só o amor não passa,
e está sempre
 
de prontidão

Amém!!
















.
Dançando a existência






(..) para além da porta
que dá acesso à rua do jardim,
ides adquirindo,
pouco a pouco,
o fulgor de manifestar,
no vosso corpo,
o tempo amoroso.

M Gabriela| Apoptose































































































O amor nos tira o sono,
nos tira do sério,
tira o tapete debaixo dos nossos pés,
faz com que nos defrontemos
com medos e fraquezas
aparentemente superados,
mas também com
insuspeitada audácia
e generosidade.
E como habitualmente
tem um fim
- que é dor -
complica a vida.
Por outro lado,
é um maravilhoso
ladrão da nossa arrogância.
Quem nos quiser
amar agora
terá de vir com calma,
terá de vir com jeito.
Somos um território
mais difícil de invadir,
porque levantamos muros,
inseguros de nossas forças
disfarçamos a fragilidade
com altas torres
e ares imponentes.
A maturidade me permite
olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranqüilidade,
querer com mais doçura.
Às vezes é preciso recolher-se.
Lya Luft




















Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.
 

Ah, eu sempre quis um
amor que amasse.


Elisa Lucinda













O sonho aprendeu
 
a pairar bem alto,
 
lá onde o sobressalto
nem sequer nasceu.
 
Namorou a trôpega ilusão,
 
até que trêfego
e desajeitado,
 
desprendeu-se de
seu reino idealizado,
 
veio pousar tamborilante
em minha mão.
 
Assim, aquecido
 
e aconchegado,
 
parece que se esqueceu
de ir embora.
 
Na hora em que
 
ressona distraído,
 
eu lhe pingo
 
malemolências ao ouvido,
 
à sua inquietação
 
eu me sujeito.
 
Eis que o sonho
 
dorme agora
aqui comigo,
 
seu corpo repousa
 
no meu peito.
 
Flora Figueiredo










































Assobio no vento
a cada toque do
mensageiro do vento
alguma energia
contrária ao amor
é transmutada.
Assim Seja!



























besouro3













































https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEhr-bg9lZ1BBBl1cdWZw7fZy6qKynXF8Zk5X93VW0ZLJtSALBmtyT2fkmAEq0Dqk8V1OZNkpCQN1ZMRfWfULYc_QmuciUnIQRlutGon2xTyc6KWjXoIrHBayJ9VLcxU1yER1ClwWKRBiYyfECU_GLfj56iHSQ=









































































besouro3









































































































https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEhr-bg9lZ1BBBl1cdWZw7fZy6qKynXF8Zk5X93VW0ZLJtSALBmtyT2fkmAEq0Dqk8V1OZNkpCQN1ZMRfWfULYc_QmuciUnIQRlutGon2xTyc6KWjXoIrHBayJ9VLcxU1yER1ClwWKRBiYyfECU_GLfj56iHSQ=






















































































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