quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

sou

Sou uma pessoa bem intencionado, mas cheio de falhas naturalmente possíveis... me esforço para acertar sempre, mas falho. Como já me questionaram  com a frase um pouco carregada de ironia: "O Sr, é Deus ?" logicamente que fiquei constrangido, não pretendo nada, além da minha vontade de cumprir gestos bons que  me são inatos e tentar evitar os que fazem parte de mim mas que de maneira nenhuma me fariam uma pessoa melhor. Tantas coisa eu queria e tantas outra eu não queria...mas a minha mesa da vida vem sendo servida sem que eu tenha visto o cardápio, e sem alternativas vamos engolindo mas sempre determinado a dá uma forcinha à alegria e a felicidade. A maior angústia que sinto hoje são pelas horas perdidas num tempo que não para

Pelo direito a gentileza

Pelo direito a gentileza


Deixe que eu seja gentil. Deixe que puxe a cadeira, espere um pouco, minhas mãos estão chegando ao espaldar, deixe que abra a porta, me dê tempo, minhas mãos estão pousando na maçaneta. Deixe que eu seja gentil, que eu me antecipe a seus incômodos, que procure facilitar suas palavras, que ajude a expressar sua vontade, que concorde com seu silêncio. Deixe que eu seja gentil, meu amor. Minha gentileza não é ditadura, minha gentileza não é imposição. 
Não desejo mandar em você, e sim mostro que não há meu medo de ser dominado. 
Deixe que eu dê colo, faça cafuné, massagem nos pés, me mantenha acordado até que durma. 
Deixe que eu seja gentil, que tenha a capacidade de adivinhar quando se emocionou ou não, que responda a ataques e indelicadezas. Sei que pode se defender sozinha. Não estou lhe chamando de frágil. 
Deixe que eu seja gentil, que aceite meu casaco nos ombros no fim da noite, que aceite meu elogio no início do dia. 
Deixe que seja gentil, que eu cozinhe seu prato predileto, que arrume a cama, lave a louça e que você não tema a mesura, não pense em conspiração. 
Gentileza não é favor. Gentileza não guarda recibo. 
Não peço nada em troca, não protesto recompensa. A gentileza é de graça. A gentileza não tem caminho de volta. 
Deixe que eu seja gentil, que pague a conta do restaurante, adquira um vestido. Não estou lhe corrompendo, não estou lhe comprando. 
Gentileza não é suborno, gentileza não é chantagem. Não me culpe por ser gentil. Não me entenda errado. Não pretendo controlá-la, logo eu que mal me domino. Deixe que seja gentil, mimar não é estragar, a grosseria é que destrói. 
Deixe que eu seja gentil. Que eu possa tirar seus sapatos e guardá-los nas gavetas. Não é machismo, amor, não é machismo cuidar de você. Sei que se vira sozinha desde a adolescência, que não precisa de ninguém, nem de meus olhos assustado por um sim. 
Mas deixe que eu seja gentil. Que eu possa acompanhá-la até o toalete durante a festa, que possa aguardá-la na saída. Gentileza é se preocupar antes de qualquer problema. 
Deixe que eu seja gentil, deixe que seja sua sombra mais frondosa. Respeitar é jamais esquecer que você está ao meu lado. Sou gentil por saudade antecipada. 
Deixe que eu pegue mais coberta, que feche a janela, que atenda o interfone e telefone. 
Deixe ser sua audição mais apurada: a luz se acende inclusive para os ouvidos. 
Não elimine o que recebi de meus pais. A paciência das pequenas urgências. 
Deixe que eu seja gentil, não ofereço porque pedia, não irei cobrar. 
Gentileza é escolha, gentileza é destino. 
Deixe que eu seja gentil, vou perguntar muitas vezes ao dia como está, não canse de me responder. 
Deixe que eu seja gentil, que eu segure seu guarda-chuva, que eu busque um copo de água de madrugada, que eu dobre suas roupas e lembre qual o momento de acordar. Não apague minha educação. Não estou dizendo que você é inútil, só quero ser gentil. 
Não estou dizendo que depende de mim, amor, que não valorizo sua liberdade. 
Deixe eu ser também você. 

tenho aprendido com o tempo,
que a felicidade vibra,
na frequência das coisas mais simples...
como a doçura contente de um cafuné sem pressa...
como os instantes que repousamos os olhos em olhos amados...
como aquele poema que parece
que fomos nós que escrevemos...
como o toque da areia molhada sob os pés descalços...
como o sono relaxado e tranquilo
que põe todos os sentidos pra dormir...
como a presença da intimidade legítima e verdadeira...
como o banho bom que devolve forças ao corpo...
como o cheiro de quem se ama...
como essas coisas...
como outras coisas...

simples assim...

como o nosso amor...

flores lindas

Foto: wikipedia_ForestWander

Foto: wikipeida_Aftabbanoori


São plantas herbáceas, perenes, de longos ramos flexíveis. As suas flores são vistosas, tubulares, solitárias, podendo ser de simples ou dobradas. O seu principal pigmento é uma antocianida denominada petunidina, que tem o seu nome derivado da palavra Petúnia, sendo um corante presente em algumas outras flores e frutas. 

Dependendo da variedade, as suas cores podem ser vermelho, azul, rosa, laranja, salmão, púrpura e branca.


Foto: www.benary.com

Foto: www.1zoom.net

Foto: www.1zoom.net


Devem-se retirar sempre da planta, as flores murchas para evitar o surgimento de fungos. Florescem durante todo o ano.


Foto: wikipedia_Aftabbanoori

Foto: wikipedia_Aftabbanoori

Foto: www.1zoom.net


O que é realmente extraordinário e que enriquece a natureza das Petúnias é o fato de elas passarem pela chamada hibridação natural, ou seja, contrariando as leis da natureza uma mesma espécie é capaz de gerar através do cruzamento das suas características um ser totalmente novo e híbrido. 

flores flores


As petúnias são flores lindas, vistosas e coloridas, que representam o espelho da alma.


Foto: www.phase.com_Shirley+Haden


Foram descobertas no século XIX, sendo originárias da América do Sul, principalmente do Brasil e Argentina. 

Foto: www.1zoom.net

Foto: www.1zoom.net


As atuais petúnias são bastante diferentes das descobertas inicialmente, devido ao cruzamento de espécies através do qual se procurava conseguir plantas mais resistentes, maiores, e com mais cores.


O nome do gênero, Petunia, deriva da palavra francesa Petun, significando ‘flor vermelha’ na língua dos índios Tupi.


Foto: wikipedia_ForestWander

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Bebeu, bebeu Gabiraba, no bebedor Gabiraba
Meu chapéu caiu Gabiraba, meu amor "panhou" Gabiraba
Menina me dá um beijo Gabiraba,
Só não quero no pescoço Gabiraba,
Quero na ponta da mama Gabiraba,
Que é lugar que não tem osso Gabiraba.

Cravo Branco, Cravo roxo Gabiraba
Cravo de toda nação Gabiraba,
Quando o cravo muda a cor Gabiraba
Quem dirá meu coração Gabiraba

Bebeu, bebeu Gabiraba, no bebedor Gabiraba
Meu chapéu caiu Gabiraba, meu amor "panhou" Gabiraba
Alegria isso eu não tenho Gabiraba,
Tristeza comigo mora Gabiraba
Quando eu tiver alegria Gabiraba
Jogo minha tristeza fora Gabiraba

Amanhã muito cedinho Gabiraba
Pico a mula vou me embora Gabiraba
Quem tiver raiva excomunga Gabiraba
Quem tiver saudade chora Gabiraba

Bebeu, bebeu Gabiraba, no bebedor Gabiraba
Meu chapéu caiu Gabiraba, meu amor "panhou" Gabiraba
O coqueiro de tão alto Gabiraba,
Joga coco na cidade Gabiraba
Meu amor mora tão perto Gabiraba
E eu morrendo de saudade

O "I" Bate palma fecha a roda Gabiraba
Que eu já vi quem eu queria Gabiraba
Teus olhos se encheram d'agua Gabiraba
Meu coração de alegria Gabiraba

Bebeu, bebeu Gabiraba, no bebedor Gabiraba
Meu chapéu caiu Gabiraba, meu amor "panhou" Gabiraba
Meu bem me pediu uma lima Gabiraba
Da limeira do meu pai Gabiraba
A limeira não é minha Gabiraba
Mas destaca a lima pai Gabiraba

Quando a lima chegar lá Gabiraba
Não pergunte quem mandou Gabiraba
Pegue na lima com jeito Gabiraba
Que dentro da lima eu vou Gabiraba

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

quetão de gosto se discute sim

Para Immanuel Kant, sim. Tanto é que ele dedicou uma obra inteira para as questões do gosto, a Crítica da Faculdade de Julgar, publicada em 1790. Para o filósofo supracitado é possível discutir o gosto, porque uma discussão é diferente de uma disputa. Filosoficamente, uma disputa é uma batalha de argumentos que exigem demonstrações, a fim de que uma ideia prevaleça. Uma discussão é um processo de lapidação das opiniões, cuja finalidade é chegar a um acordo entre as partes. Assim, não se disputa sobre o belo, porém pode-se discuti-lo. Kant ainda afirma que a experiência estética é compartilhável e que a beleza é uma ideia universal da razão. Seu conteúdo e sua forma podem variar segundo circunstâncias históricas e segundo a subjetividade dos artistas, mas o sentimento de belo, fundamento do juízo de gosto, é universal.
Partindo das proposições kantianas, ou seja, se o sentimento de beleza é universal e passível de partilha, por que, atualmente, vivemos uma carência de esteticidade? Hoje em dia, conforme ilustra Marilena Chauí, se perguntássemos a uma pessoa comum o que é um artista, provavelmente ela elencaria nomes de atores de televisão ou cantores populares. Escritores, pintores e escultores com quase toda certeza não seriam citados. Para este indivíduo, diferentemente da concepção romântica, o artista não é o gênio criador, inspirado divinamente; é alguém que realiza performances. Por que esta percepção?
Na contemporaneidade, a sociedade do espetáculo está intrinsecamente ligada à Indústria Cultural. Com a necessidade de fazer girar o capital, a indústria da cultura, de maneiras diversas, distorce o conceito de beleza porque sua finalidade é atingir um número grande de pessoas. “Onde as massas têm o poder de decidir, a autenticidade se torna supérflua, nociva e prejudicial”, sentenciou Nietzsche. Sobre este ponto, a literatura é ilustrativa: por que livros, digamos, “palatáveis” (autoajuda, por exemplo) vendem muito mais do que livros complexos e bem escritos? Uma das respostas possíveis: a literatura genuína faz o leitor tropeçar. E não é todo mundo que está preparado para cair. Os “best sellers” são “best sellers” porque dizem o que o leitor espera. O menos preparado chama isso de “identificação” com a obra. “Puxa vida, este autor diz exatamente o que eu penso”. Não consegue perceber que o prazer da leitura está justamente em “fechar o círculo”. Este tipo de leitor jamais compreenderia Jean Paul Sartre, quando este afirmou que escrever é distanciar-se da linguagem instrumento e entrar na atitude poética, tratando as palavras como entes reais e não como símbolos estabelecidos. Seguindo o raciocínio sartriano, é lícito distinguir a linguagem: a cotidiana como “instituída” e a do escritor como “instituinte” (criadora, inventora de significações).

Chico Buarque
Filho do historiador Sergio Buarque de Holanda (1902- 1982), autor de Raízes do Brasil, Francisco Buarque de Holanda, o Chico Buarque, é um compositor e escritor que se tornou um símbolo praticamente unânime de “bom gosto” e quase sempre é colocado em oposição aos artistas “comerciais”.
Alberto Caeiro
Alberto Caeiro é um dos heterônimos do poeta português Fernando Antonio Nogueira Pessoa (1888-1935).
Não é exagero afirmar que o homem médio contemporâneo perdeu a capacidade contemplativa; mais que isso, perdeu a capacidade de distinção estética, ao ponto de colocar no mesmo balaio Ivete Sangalo e Chico Buarque. As músicas (e as artes em geral) produzidas para as massas são estruturalmente muito parecidas. Isso é facilmente explicável: a Indústria Cultural desenvolve recursos técnicos para multiplicar aquilo que é considerado o traço mais marcante da obra de arte: ser única. (é o que Walter Benjamim define como “aura”). Diz ele em seu clássico livro A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica: “Fazerem as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como superar o caráter único de todos os fatos através de sua reprodutibilidade”. O anseio da modernidade em quebrar a transcendência dos objetos artísticos que provinha de sua unicidade fez esmaecer a aura.
Novamente trago Nietzsche: “Quanto mais superior é uma coisa em seu gênero, tanto mais raramente ela é bem sucedida”. Sob este viés, cai por terra qualquer discurso de “democratização da arte”. Mas, em contrapartida, tomando as palavras de Kant que atribuiu o status de partilhável à beleza, não seria válido dizer que a arte pode ser para todos, ainda mais se levarmos em conta o poder de disseminação da internet? Não é bem assim. Para penetrar nesse reino, o homem precisa de cultivo. Aquela pessoa cujo espírito é educado pelas artes é capaz de formular o juízo de gosto adequado; é capaz de compreender que a arte está muito além da utilidade e do prazer. Sim, é preciso que o indivíduo tenha instrumentos de julgamento; é preciso dar a ele possibilidade de escolha. Em termos simples: para que alguém afirme categoricamente que “pagode” seja o seu o gênero musical preferido, faz-se necessário o conhecimento de outros tipos de música, como a erudita. Afinal, a comparação é o princípio mais elementar de conhecimento, como nos mostra Platão em sua célebre alegoria da caverna: se se conhece somente as sombras, acredita-se que elas sejam toda a realidade existente.