quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CARA DO NOVO CONGESSO

O Congresso Tiririca
Uma pesquisa exclusiva ÉPOCA/Ibope ajuda a entender por que o palhaço cantor virou o símbolo das eleições para deputado e senador
Desde o início da propaganda eleitoral na TV, o palhaço Tiririca, nome artístico do humorista Francisco Oliveira Silva, de 45 anos, candidato a deputado federal em São Paulo pelo PR, repete dois slogans que viraram as marcas de sua campanha. O primeiro é “Vote em Tiririca. Pior que está não fica”. O segundo é “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu não sei, mas vote em mim que eu te conto”.
O próprio sucesso eleitoral de Tiririca, um dos prováveis campeões de voto para deputado federal, sugere a nulidade do primeiro bordão. Com uma campanha rica e organizada, Tiririca é incapaz de defender ou formular minimamente qualquer proposta e debocha acintosamente do sistema eleitoral.
Filipe Redondo / ÉPOCA Cerca de 60% dos eleitores acham que arrumar emprego, ajudar aliados e promover eventos de lazer são funções de um deputado federal
Só 13% valorizam em primeiro lugar os parlamentares que estudam e participam das votações importantes do país
73% afirmam que o total de deputados federais e senadores da República deveria diminuir
Estima-se que, em números absolutos, Tiririca poderá ser o parlamentar mais votado do Brasil, com potencial para atingir mais de 1 milhão de sufrágios. Esse índice seria suficiente para levar em sua garupa mais quatro ou cinco deputados para Brasília, beneficiando candidatos menos votados da coligação, que inclui PT, PCdoB, PRB e PTdoB.
Enquanto o primeiro bordão de Tiririca tende a ser desmentido pelos fatos, o segundo resume com precisão um tipo de deficiência que parece generalizado entre os eleitores. Uma pesquisa inédita feita pelo Ibope sobre o grau de conhecimento a respeito das funções de deputados e senadores mostra exatamente aquilo que Tiririca não para de repetir: a maior parte das pessoas aptas a votar não sabe bem ao certo para que serve um congressista.
O questionário da pesquisa foi elaborado por ÉPOCA com o auxílio do cientista político Fernando Abrucio e de profissionais do Ibope. A pesquisa mostra que a maioria dos eleitores é capaz de identificar corretamente algumas atribuições dos parlamentares. Quase 90% concordam que “votar pela criação ou reforma de leis” é função de um deputado. Além disso, 83% responderam positivamente à questão sobre a fiscalização do governo federal pelo Legislativo. Mas, em geral, prevalece na cabeça do eleitor a confusão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Na ONU, presidente do Irã diz que 11/9 foi farsa

Enviado por luisnassif, sex, 24/09/2010 - 07:29
Por carloslbf

Da Folha.com

A delegação americana na ONU (Organização das Nações Unidas) classificou como "repugnante" a teoria do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que os ataques de 11 de Setembro podem ter sido uma farsa apoiada pelo próprio governo dos Estados Unidos.

Em seu discurso a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Ahmadinejad explicou que há três teorias sobre os ataques de 11 de Setembro --e os americanos saíram da sala antes de ouvir a terceira delas.

A primeira: que um "grupo terrorista poderoso e complexo" conseguiu passar pelo sistemas de inteligência e segurança dos EUA. A segunda: "que alguns segmentos dentro do governo dos EUA orquestraram o ataque para reverter o declínio da economia americana e seu controle no Oriente Médio, também para salvar o regime sionista" --segundo o iraniano, "a maioria do povo americano, bem como de outras nações, e políticos concordam com essa visão".

Nesse momento, os americanos se levantaram e deixaram o auditório sem ouvir a terceira teoria, de que o ataque foi obra de "um grupo terrorista, mas que o governo americano apoiou e tirou vantagem da situação". Várias delegações europeias também saíram. Um diplomata europeu disse que as delegações europeias deixaram a sala em solidariedade aos EUA.

"Em vez de representar as aspirações e a boa vontade do povo iraniano, o senhor Ahmadinejad novamente escolheu declamar teorias conspiratórias repugnantes e calúnias antisemitas, que são tão detestáveis e ilusórias quanto previsíveis", afirmou o porta-voz da missão americana da ONU, Mark Kornblau, em comunicado logo após as declarações polêmicas do iraniano.

MAIS POLÊMICA

Em seu discurso, ele criticou ainda o sistema capitalista, defendeu o direito dos palestinos "exercerem sua soberania e escolherem seus líderes" e comentou a questão nuclear.

"Foi dito que as potências querem pressionar o Irã para o diálogo, mas o Irã sempre esteve pronto para o diálogo", disse o iraniano, que citou ainda a iniciativa de Brasil e Turquia para se chegar a um acordo de troca de combustíveis nucleares, que "recebeu uma reação inapropriada das potências".

Ahmadinejad defendeu a reforma da ONU "para que todos os países possam participar", e criticou a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança, como instituições monopolizadas pelas grandes potências. Ainda criticou a figura do secretário-geral da ONU, dizendo que deveria ser independente e não sofrer pressão.

O polêmico presidente ainda citou as ameaças de queimar o Alcorão, planejadas por uma pequena igreja americana na Flórida para marcar o aniversário do 11/9. Apesar de a igreja ter voltado atrás, deu origem a vários vídeos de pessoas queimando o livro sagrado muçulmano, publicados na internet e divulgados no mundo muçulmano.

"Muito recentemente o mundo testemunhou o ato feio e desumano de queimar o sagrado Alcorão", disse Ahmadinejad.

Ele rapidamente citou as quatro rodadas de sanções impostas ao país pelas Nações Unidas por causa de seu programa nuclear. Segundo Ahmadinejad, alguns membros do Conselho de Segurança da ONU "igualaram energia nuclear com bombas nucleares".

Também acusou os EUA de construir um arsenal nuclear em vez de se desarmar, e reiterou seu pedido para um mundo livre de armas nucleares.

"A bomba nuclear é a pior arma desumana e que deve ser totalmente eliminada. O TNP [Tratado de Não Proliferação] proíbe seu desenvolvimento e estoquem e pede o desarmamento nuclear", lembrou Ahmadinejad.

O início da era do petróleo no Brasil

Enviado por luisnassif, sex, 24/09/2010 - 09:16

A venda das ações da Petrobras –hoje na Bolsa Mercantil & Futuros (BM&F) – marca oficialmente a entrada do país na era do pré-sal. Ainda esta semana, uma enorme plataforma, recém-chegada da China, iniciou as primeiras perfurações na bacia.

É curiosa a maneira como a politização obsessiva tratou da questão do pré-sal.

Quando a Petrobras obteve a auto-suficiência, em vez de celebração, o feito foI tratado com desdém e ceticismo por boa parte da velha mídia.

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Mais tarde, quando foram anunciadas as primeiras projeções sobre as reservas do pré-sal, novo festival de dúvidas. Em várias órgãos da imprensa mundial, as descobertas eram celebradas como as mais relevantes da década. Internamente, tratadas com eloquentes manifestações de dúvida, como se o país não fosse merecedor da dádiva do pré-sal, não sabendo separar ganhos do país de ganhos político do governo.

Um breve apanhado de análises e reportagens sobre o tema serviria para comprovar o ridículo das apostas negativas,

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Depois, chegou-se na fase da definição do modelo de exploração. A idéia inicial – vitoriosa – era a de que as reservas do pré-sal deveriam ser uma ferramenta de desenvolvimento para o país. Logo, o modelo a ser adotado deveria permitir ao país absorver a maior parte do lucro proveniente da exploração.

Em geral, quando existe risco exploratório, adota-se o modelo de concessão, pelo qial as concessionárias correm o risco de furar poços vazios. Quando há certeza sobre o potencial, regime de partilha, no qual as concessionárias entregam parte da produção ao Estado.

Apesar de ser o modelo mais adequado para os casos de exploração de baixo risco, a decisão gerou um festival de críticas e de previsões de que o seria um fracasso.

Não adiantavam manifestações de empresas do mundo inteiro, interessadas em participar do pré-sal em qualquer das modalidades de exploração existentes. A previsão fatal dos ditos especialistas era a de que o modelo adotado significaria o fracasso na atração de empresas que poderia participar da exploração do pré-sal. Não ocorreu.

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Finalmente, partiu-se para a capitalização da Petrobras. Foi planejado o movimento de venda de ações, com a União integralizando sua participação com reservas comprovadas. Novo carnaval em torno do preço a ser considerado para o barril de petróleo não explorado.

Depois, um festival interminável de manchetes nos principais jornais, visando jogar o preço das ações para baixo, para beneficiar os especuladores.

Fez-se de tudo. Manchetes com declarações de dirigentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), terrorismo com os efeitos do desastre do Golfo do México sobre a prospecção de petróleo em águas profundas. O apogeu foi a "denúncia" do jornal O Estado de S. Paulo de que, quando contratava funcionários, a Petrobras solicitava a folha corrida dos candidatos à Polícia Civil paulista. Uma medida de racionalização, de prudência, adotada por qualquer grande empresa, foi tratada como se atentado aos direitos individuais. A "denúncia" durou três dias, até se constatar que os dados solicitados não eram sigilosos.

Ao bater o martelo dando início à temporada de venda de ações, o país poderá celebrar uma grande conquista. Apesar da enorme torcida contrária.