sexta-feira, 30 de maio de 2014

As vezes, quando escuto relatos de filhos sobre suas mães fico pasma. Alguns não se importam em saber como estão passando, se precisam de alguma coisa e seguem suas vidas como se elas não existissem. Já foram necessárias. Agora não mais. Outros relatam com frieza e distanciamento a relação. Parecem dois estranhos, nos raros desencontros cheio de formalidade. 

Não consigo compreender como se esquecem, com tanta facilidade, as noites insones, os ensinamentos, o buscar e levar a escola, aulas de balé, natação, inglês, casa de coleguinhas. Estudar junto para a prova, fazer pesquisa, banho morno de madrugada para baixar o febrão, segurar a testa para vomitar o 1º porre da vida. Vibrar no auditório com a apresentação seja lá do que for como se fossem os maiores artistas do mundo. E eram! Xingar juiz, técnico e a torcida adversária numa competição qualquer. Fazer mágica com o dinheiro do mês ou economia por meses, só para comprar o que tanto desejavam. Realmente não compreendo.


sobre mãe

"Dizem: quando nasce um bebê, nasce uma mãe também. E um polvo. Um restaurante delivery. Uma máquina de chocolate prontinho. Uma mecânica de carrinhos de controle remoto. Uma médica de bonecas. Uma professora-terapeuta-cozinheira de carreira medíocre. Nasce uma fábrica de cafuné, um chafariz de soro fisiológico, um robô que desperta ao som de choro. E principalmente: nasce a fada do beijo.
Quando nasce um bebê, nasce também o medo da morte – mães não se conformam em deixar o mundo sem encaminhar devidamente um filho.
Não pense você que ao se tornar mãe uma mulher abandona todas as mulheres que já foi um dia. Bobagem. Ganha mais mulheres em si mesma. Com seus desejos aumentam sua audácia, sua garra, seus poderes. Se já era impossível, cuidado: ela vira muitas. Também não me venha imaginar mães como seres delicados e frágeis. Mães são fogo, ninguém segura. Se antes eram incapazes de matar um mosquito, adquirem uma fúria inédita. Montam guarda ao lado de suas crias, capazes de matar tudo o que zumbir perto delas: pernilongos, lagartas, leões, gente.
Mães não têm tempo para o ensaio: estreiam a peça no susto. Aprendem a pilotar o avião em pleno voo. E dão o exemplo, mesmo que nunca tenham sido exemplo. Cobrem seus filhos com o cobertor que lhes falta. E, não raro, depois de fazerem o impossível, acreditam que poderiam ter feito melhor. Nunca estarão prontas para a tarefa gigantesca que é criar um filho – alguém está?
Mente quem diz que mãe sente menos dor – pelo contrário! Ela apenas aprende a deixar sua dor para outra hora. Atira o seu choro no chão para ir acalentar o do filho. Nas horas vagas, dorme. Abastece a casa. Trabalha. Encontra os amigos. Lê – ou adormece com um livro no rosto. E, quando tem tempo pra chorar – cadê? -, passou. A mãe então aproveita que a casa está calma e vai recolher os brinquedos da sala. “Como esse menino cresceu”, ela pensa, a caminho do quarto do filho. Termina o dia exausta, sentada no chão da sala, acompanhada de um sorriso besta.
Já os filhos, ah… Filhos fazem a mãe voltar os olhos para coisas que não importavam antes. O índice de umidade do ar. Os ingredientes do suco de caixinha. O nível de sódio do macarrão sem glúten. Onde fica a Guiné-Bissau. Os rumos da agricultura orgânica. As alternativas contra o aquecimento global. Política. E até sua própria saúde. Mães são mulheres ressuscitadas. Filhos as rejuvenescem, tornando a vida delas mais perigosa – e mais urgente.
Quando nasce um bebê, nasce uma empreiteira. Capaz de cavar a estrada quando não há caminho, só para poder indicar: “É por ali, filho, naquela direção”." (Publicado na Veja/BH)

tristeza permitida

TRISTEZA PERMITIDA

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitarconvites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Martha Medeiros

quinta-feira, 22 de maio de 2014

quarta-feira, 21 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014


Com namorada brava não se discute. Mulher contrariada é tão letal quanto pres
as de mamute. Subjugar a amada é mais ultrapassado que perfil no orkut. Ela triste é o maior dos meus horrores. Pior que meu Corinthians eliminado na libertadores. E o sorriso dela, tem coisa melhor? Dá mais calor que o Sol de Maceió. Mais gostoso que dançar forró. Melhor que brigadeiro caseiro, com muito leite moça e um bom chocolate em pó. Minha bela, às vezes fera, hoje, completa mais uma primavera. O desejo do estagiário ser efetivado, do peixe beta sair do aquário, do assalariado virar bilionário, nada disso é comparado ao intuito desse meu poema improvisado: Feliz Aniversário!!!
Postado há 15th June 2012 por Ivan Monma


Nem todo desejo é um direito. Liberdade também é ter respeito. O mais prático nem sempre é o certo. Ir pelo caminho mais rápido na maioria das vezes não é o ato mais esperto. Milhares de automóveis indo para o mesmo local com muitas poltronas vagas. Todas as televisões ligadas no mesmo canal, cada uma num cômodo diferente da mesma casa. Uma balada, algumas bebidas, pessoas sem alegrias forçam sorrisos falsos. Não quero só álcool, eu busco algo. Quando você mira alto, mesmo errando o alvo, você ainda acerta alto. A intenção é pura, a auto-ajuda é uma fonte que não responde mais às nossas perguntas. Mesmo que meu modo de pensar seja rústico. Vivo cada dia como se fosse o antepenúltimo. Se fosse o último, seria muito triste, a minha esperança ainda resiste.
Postado há 29th September 2011 por Ivan Monma
  
Conheço o meu valor, só que as vezes esqueço. Como você não me lembrou, tive que lembrar sozinho mesmo. Não venha me falar que eu não sei o quanto é difícil, isso já sei de cor. Se for pra ajudar, em vez de lamentar, tente alguma coisa melhor. Dizer o que eu já sei é muito pouco, quero ver quem vai ajudar a carregar tijolo. Enquanto pessoas julgam o inimigo, eu projeto meu futuro. Antes só corria atrás do prejuízo, agora ocupo o tempo com meu lucro. Sinto falta da infância e suas regalias. Mas escolher o próprio caminho, com a sabedoria adquirida da vida, me deixa cheio de alegria. Não sou vidente, o amanhã não é evidente, o que me deixa mais contente: está nas minhas mãos o presente. E vou moldá-lo, com muito afinco, igual um vaso de barro, vou deixá-lo lindo. Não tenho todos os talentos que admiro, porém os que possuo me mantêm vivo. Vivo e evoluindo, cada dia mais um pouco, um escultor cada obra mais habilidoso.
Postado há 13th September 2011 por Ivan Monma
9

É esse o meu jeito, meu mínimo e meu máximo, tudo ao mesmo tempo. Meu horóscopo não detalha todos os meus tópicos, ser utópico e lógico faz parte do meu histórico. Meus dons não me levaram para o pódio de uma olimpíada, não me deixaram milionário nem consagrado em alguma academia. Não sou autodidata, aprendi muita coisa só depois de levar muita porrada. O que eu sei fazer é simples, subo em cima dos ringues, enfrento qualquer adversário, não que eu não tenha medo ou nenhum ponto fraco, mas não sei fazer o contrário disso, nem sempre ganho, mas quanto mais eu apanho, mais eu revido. A derrota me deixa ligado, a vitória satisfaz o meu ego, independente do resultado, ser feliz é o que eu quero. Nem sempre podemos nos culpar quando há desentendimento, eu estou sendo eu mesmo, você está sendo você, é só isso e tudo isso que podemos fazer, é o pior e o melhor que podemos ser, agora eu consigo entender. Segure bem firme a minha mão, vou segurar bem forte a sua. Tomo cuidado quando é curva. Ultrapasso a velocidade da luz nas retas. Chegamos bem mais longe com as nossas próprias pernas.
Postado há 9th July 2011 por Ivan Monma

Não quero lugares finos nem nada muito sofisticado. Quero minha família reunida no quintal fazendo churrasco. Com cerveja gelada, suco natural e refrigerante barato. A simpatia do meu irmão me faz falta. A ausência da minha mãe me mata. A minha namorada... ah, a minha namorada... Saudade do seu beijo, seu cheiro, sua boca, sua coxa, sua barriga, sua virilha, seu pescoço... saudade de cada centímetro do seu corpo! Quero assistir jogos do meu time de coração, junto com meu irmão, que, acredite ou não, entende de futebol tanto quanto o Felipão. Não quero festa com caviar nem champanhe, quero a comida da minha mãe, naquele almoço de domingo, manja? Arroz, suco de laranja, salada de alface e tomate temperada com sal e vinagre, molho de pimenta caseiro, feijão com bacon, carne moída com batata... Ah, como eu quero logo voltar pra casa!

A cada dia a mais no calendário é um dia a menos sem vocês do meu lado.
Postado há 26th June 2011 por Ivan Monma

Pense no que te proponho
Colocar um "s"
Na frente do seu "sonho"


Eu já achei que um poema poderia salvar o mundo, mas depois de tantos poetas magistrais, o que os novos terão a mais? Todos conhecemos o mundo e suas mazelas. Cada um sabe onde o seu calo aperta. E mesmo assim a Terra continua girando sem a menor pressa de concluir a sua meta. As fábulas nos ensinam que a inteligência supera a força bruta e, no final de toda luta, o bem vencerá o mal. Contam às crianças as mais belas histórias e as mais inofencivas mentiras... tem alguma coisa errada nessa pedagogia, precisamos reformular nossas cartilhas. Todos nós sabemos que existe prostituição infantil, inclusive no Brasil, mas quem mexe uma palha para reparar essa falha? Condenamos de forma veemente a escravidão e, ironicamente, permitimos que crianças morram de inanição. Alguém que já foi criança tem a obrigação de garantir às novas gerações uma boa infância! Mandamos robôs para Marte, construimos usinas nucleares, lotamos os cemitérios e compramos remédios para dores musculares. Não nasci em berço de ouro, trabalho muito para ganhar muito pouco. No meu serviço deixo um pouco da minha saúde e muito do meu suor, não preciso ser rico, só quero uma vida melhor. Quero casar e ter um menino e uma menina, fazer compras e rimas, ter uma casa com piscina, um carro que caiba toda minha família... mas estamos acabando com a Terra, o uso da gasolina libera muito carbono na atmosfera, não existe espaço suficiente para cada ser humano ter um possante, os lugares e as felicidades estão muito distantes, como andar só de bicicleta? Enquanto escrevo esse post no blog alguém está morrendo de fome ou levando tiro em alguma guerra. Apontar um problema não me isenta de culpa nem me garante o perdão, criticar é infinitamente mais fácil do que apresentar uma solução. Desculpe ser prolixo, eu queria chegar em algum lugar nesse texto mas acho que me perdi no meio do caminho... Você sabe como é né? Errar é razoável para aqueles que lutam de pé
Postado há 28th May 2011 por Ivan Monma

a estrada é difícil. e cheia de perigo. não estou perdido. sei o meu destino. nunca mais sozinho. confiei no cupido. eu estou com você e você está comigo. nosso futuro está se abrindo. estamos construindo. deixe o pessimismo. esqueça o mau dito. se estiver cansada eu sou teu abrigo. durma o teu sono pois ele é merecido. despeje tuas lágrimas pois o percurso é assim sofrido. também quero chorar pois nosso tempo é dolorido. mas temos um artifício. meu instinto. somado ao teu juízo. quando estivermos distraídos. o acaso é nosso amigo. não se renda ao inimigo. o fundamento é lícito. já não importam os caminhos. beberemos vinho tinto. no nosso próprio recinto. onde alegria é requisito. depois de tanto sacrifício. e seremos ricos. sem termos ouro escondido. o paraíso não é restrito. tem uma placa de bem vindo. tudo que avisto. juntos eu conquisto. sem você seria um quinto. e da tristeza restou resquício. a dor é só detrito. espalhado pelo sítio. para nos lembrar do acontecido. ao entrar no labirinto. o início é esquisito. aquele sonho tão querido. meu ideal antigo. não é mais o que eu sinto. o mundo é um penico. sou um clandestino. agora é outro vínculo. que me deixa bem mais vivo. conhecendo o desconhecido. seu poder se torna mítico. encontrei o meu ofício. distribuo o infinito. para cada indivíduo. enfrentando tudo isso. estou conseguindo. beirando o precipício. glamour é fictício. me tornei bem mais digno. mesmo que mau visto. cuspindo e corrigindo. e assim sigo. e fico. e sigo. e fico e sigo. seus olhos assim luzindo. me sinto então muito bonito. e o nosso amor é tão mais lindo. nada é mais divertido. tudo vale a pena quando vejo o teu sorriso. e enfim me findo
Postado há 5th November 2010 por Ivan Monma





terça-feira, 13 de maio de 2014

... Meus maiores erros foram os que  não cometi. Corro mais do que o corpo pode suportar. Já tentei parar... mas  minhas pernas não permitem, minhas asas insistem. Não ligo quando dizem ser maiores  as tristezas. Não usaram minha medida para mensurar a distância entre as estrelas. Guardo no peito uma constelação. Meu coração é racional e Seus maiores medos são seus piores segredos.

Uma História Marginal Contada - parte I

Nasceu na periferia Todo dia ele joga bola descalço na rua de barro. Seu lar, amadeirado, deve ter uns  vinte metros quadrados. Quando vai pra escola vê aquele pátio gigante, ele corre e corre e corre e só quer correr. O espaço é pequeno praquela felicidade tão grande. Nem presta atenção naquela voz distante, o inspetor pedindo Para de vadiage! Já tá na hora de entrar pra classe! O menino só corre e sorri, até cansar. Entra na sala e vê coisas de que nunca ouviu falar Pede pro professor explicar melhor E o filhodaputa pede pra ele ler o livro,  diz que o texto está explícito O menino não sabe ler, sabe conversar, brincar, xavecar, ser feliz mas o talento dele não condiz com a expectativa da escola. De novo seu pai chora, expulso pela segunda vez no mesmo mês, ainda é moleque, apronta tudo que pode enquanto sua mãe enlouquece Corre pelas ruas alucinado, sem camisa, na chuva e nem fica gripado. Futebol, taco, bolinha de gude, fliperama, dama, dominó, peão, ioiô. Não devolve o troco do pão pra sua mãe e ainda pede umas moedas pro seu avô. Compra um pipa e faz o estirante, sobe a ladeira feliz da vida. Dá um nó na rabiola e passa o cortante, Seu pai, no bar da esquina, bebe pinga com mel. Ele não tem preocupações e desbica orgulhoso sua pipa no céu.
Postado há 18th July 2012 por Ivan Monma
BLOG DO MIOPE

É jovem e, como todo bom jovem, sonha bastante. Sonhos lindos e intensos como marfins dum elefante. Ser galã de novela ou cantor de funk. Quem sabe jogador de futebol. Todos queremos um lugar ao sol. Por que não um puxadinho na Lua? A mais gata da sala na sua cama toda nua. O tênis da moda, calça e camiseta polo de marca, tudo original. Ir no shopping com amigos comer aquele lanche do comercial. Comemorar o natal com chester e champanhe. Um emprego bom pro seu pai e um vestido novo pra sua mãe. Um convênio médico. Tomar whisky com energético. É tanto querer. Não tem como não ser. Pedir pra desistir é como sugerir pro Usain Bolt parar de correr. Um quarto só seu. Talvez esse moleque também tenha sido eu.minha razão é pura emoção.

Precisa trabalhar. Já tem catorze anos e nessa idade já tem a responsabilidade de ajudar a quitar as contas do lar. Seu irmão mais velho tentou arrumar serviço com carteira assinada. Mas quando pesquisam seu CEP na internet, descartam na hora seu currículo, para conseguir emprego tem que ter endereço específico. Não morar na periferia é pré-requisito. Resolveu averiguar a indicação de um amigo. Disse que pagam bem, por semana é mil e cem, não sendo necessário usar roupa social, não precisa se preocupar com a concordância do plural, não exigem escolaridade, não importa a idade, é perto da sua casa, não perderá horas em condução lotada, tem que ter proatividade e respeitar a hierarquia... era tudo o que queria. Ao dizer sim ao seu chefe, sentiu certo desconforto. Tiros pro alto na quebrada, a boca tem funcionário novo.


Encosta

Faz tempo que saí da escola. Adorava fazer rima e jogar bola. Para o esporte, hoje em dia, o preparo físico não colabora. Sempre tem um refrão ruim na moda. Mais chato que praia com muriçoca. Mal acaba uma, logo aparece uma parcela nova. Quem nunca assistiu dvd pirata comendo pipoca? Toda criança deveria subir num pé de amora. Depois de arrumar namorada, passei a apreciar piadas de sogra. Pra cada velha resposta sempre tem uma pergunta nova. Tracei minha rota. Não me contento com a sua cota nem vou dar meia volta. As pessoas falam muita bosta. Do que você realmente gosta? Quase tudo é lorota. Uma parte de mim agoniza quando você chora. Ontem passei naquela loja, comprei o chocolate que você adora. No fim de tudo, pouca coisa importa. A casa mais confortável é a nossa. A música mais bonita é qualquer uma que te arrepia quando toca. A mesa está posta. Vem logo, não gosto quando você demora. Chegou a tão esperada hora. O holofote às vezes incomoda. Sei exatamente o que fazer agora. Subir no ringue, pedir a proteção de Oxóssi, dobrar a aposta.

Amenizar...


Acordou embaixo da lua. Limpou as remelas na blusa. Há quatro anos mora na rua. Esse frio é uma tortura. Os movimentos são lentos. É atacado pelos fortes ventos. Sente dor em cada músculo do corpo que dormiu no chão. A roupa, o próprio cobertor. O colchão, uma caixa de papelão. Procura no bolso as moedas do dia anterior. Quer amenizar esse sofrimento. A intenção não é comprar alimento. Precisa de algo para esquecer seu tormento. Anda alguns quarteirões e dobra a esquina. Passa pelo bar, pela quitanda e pára em frente à padaria. Lá de dentro vem o seu fornecedor. As moedas são depositadas nas mãos deste senhor. Em menos de um minuto, já tem para usufruto o tão aguardado produto. O aroma entra pelo nariz e perfuma seu pulmão. O gosto toma conta da boca, impregna na garganta e esquenta o coração. Os olhos se fecham e a feição é de plena satisfação. Pois é... no inverno, nada melhor que um bom café.

Até Breve

Não quero ler sobre a ciência da felicidade. A verdade nunca caberá num livro. A medicina evolui e também aumenta o povo adoecido. Há muito tempo existe a sociologia e o social continua destruído. A faculdade ensina a vender, não importa o que. O governo facilita a compra do automóvel. O corretor mente para o casal que junta moedas para comprar o primeiro imóvel. A situação anda muita estranha, até o Anderson silva tá andando com segurança. Que saudade tenho de te escrever. Estou pra casar sabia? Você precisa saber! Não quero só fotos em redes sociais pra contar minha vida, quero transformar os fatos em rima e poesia. Hoje fico por aqui, estou indo fazer um orçamento da filmagem do meu casamento. Depois me conta sobre o seu emprego e aquela promessa de aumento. Eu volto com mais tempo. O mundo é nosso, vê se não esquece! Até breve
Postado há 27th October 2012 por Ivan Monma



quinta-feira, 3 de abril de 2014


Hoje eu pari um verso, chorei vendo novela, quase chorei de tristeza, Esmiucei o sistema, manguei do Luan Santana,  lamentei o estremecido lá pro lado do Chile. Sorri pelo sorriso de Maria. Senti saudade do meu canto.. Hoje eu sofri de afetos; eu morri de sono; eu inventei remorso. Tive dó do bêbado, que parecia perdido e na igreja, fedido, não foi bem-vindo não. Eu fui suave porque pra onde ia, carregava a esperança.. Eu fiquei um pouquinho mais triste . Eu resolvi continuar sonhando, só não consegui prometer apagar  as decepções. Eu respondi bastante. Eu perguntei um pouco. Eu judiei dos meus pensamentos.  

Bebeu chá de erva doce
Como se aquilo fosse
Curar-lhe as feridas da alma cansada.


O POEMA PARIDO


TAMBÉM ACONTECEU ESSA CANÇÃO. CLIQUEM NO LINK E OUÇAM A VOZ MACIA E CHEIA DE POESIA DO MENINO, MEU AMIGO, ITALLO FRANÇA, QUE ME DÁ ORGULHO QUE SÓ! 

SER VIZINHA DO CANTOR É BOM PORQUE, CAMINHANDO UNS PASSOS, GANHO UM AUTÓGRAFO E UM ABRAÇO. Enquanto mentes fracas despencam em abismos
eu aproveito a vida desenhando elos e pontes...


by Lu Cavichioli































Descrição
Cota1
Cota2
Cota3
Valor R$

16/04/2014
16/05/2014
17/06/2014
17/06/2014
Licenciamento Atual
85,00
Licenc. Exercícios Anteriores
0,00
Seguro Obrigatório
105,65
Seguro Exercícios Anteriores
0,00
IPVA Atual
138,59
138,59
138,59
415,77
IPVA Exercícios Anteriores
0,00
Valor Total de Multas à Pagar
0,00
Valor total dos débitos
606,42

 Em seu breve curso se encontram todas as realidades
Olhe para este dia pois ele é a vida, a verdadeira vida da vida.

Em seu breve curso se encontram todas as realidades
 E verdades da existência, a bem-aventurança do crescimento, a grandeza da ação a gloria do poder

Pois o ontem é apenas um sonho e o amanhã apenas uma visão, mas o hoje, bem vivido faz de cada ontem um sonho de felicidade e de cada amanhã uma visão de esperança.
Portanto, olhe bem para este dia.

Provérbio sanscrito














Eu e  Maria temos muitos amigos aqui que naturalmente ou de um jeito ou de outro veem nossas postagens, algumas desabafos, queixas de quem está numa luta para se livrar de um  câncer. Se alguém tentar explicar porque de tantas postagens de decepções não se contentem, procurem olhar com carinho o lado de cá.
a
Quisera eu ser forte pelo menos 10 anos, só para subir nas árvores

Algumas vezes nos reunimos às margens de um córrego que corria manso atrás da chácara do Lalá. Levávamos as nossas varinhas de bambu mesmo sabendo que no tal córrego, nenhum peixe de expressão iríamos pescar. Só algumas pequenas piabas.
A garrafa de Velho Barreiro era aberta, e João Preto começava a contar os casos vividos por ele nas cidades interioranas quando biscatiava pelos sertões de Minas Gerais.
Este era o nosso peixe!
Às vezes em noites chuvosas e escuras, ou em outras iluminadas pelo luar, as histórias contadas por este preto de pele, e branco de almacomeçava a nos encantar. A riqueza dos detalhes e o brilho no olhar, já era o suficiente pra fazer a gente acreditar.
Contava das fotos que tirava com uma máquina polaroide, e de quadros que vendia para donas de casa, e que muitas vezes trocava suas mercadorias por 
                                                     
Quisera eu rejuvenescer só por alguns momentos, nos momentos em que me fosse dada a liberdade de entrar na brincadeira com meus netos. O tempo como disse Mario Quintana é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-
feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano...e
.
Quando se vê passaram 50 anos! 
E eu digo: quando se vê os netos já cresceram que não dá mais pra brincar com eles.
E que importância tem isso ?  perguntarão alguns, como pessoas que não são desse mundo. Na verdade esse mundo não é mais o mesmo, tornaram-se tão banais certos valores, que quem quiser que envelheça, como se isso não fosse regra e João velho  uma exceção, então: brinque só !

Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e 
inútildas horas... 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por 
puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, 
nunca mais voltará.