quarta-feira, 9 de junho de 2010

EM TEMPO

ALEX FERRAZ

Quem com porcos se mistura, farelo come”. Cito-a a propósito da compulsão do governo brasileiro em se tornar parceiro de ditaduras abomináveis, exibindo tais laços com um orgulho indisfarçável de quem acha que vai “quebrar a banca” dos “capitalistas”. E não se trata apenas de mero jogo de campanha. As parcerias são para valer e envolvem muito dinheiro em trocas comerciais. Por exemplo, o jornal “Asia Times” publicou extensa reportagem na semana passada sobre a aproximação cada vez maior do Brasil com a Coreia do Norte, país governado pelo Presidente Eterno da República (é assim mesmo que eles chamam!) Kim II-sung (falecido), através do seu filho Kim Jong-II, um ditador que comanda o país com mão de ferro desde 1994, com muita censura e liberdade zero para os cidadãos (proibiram até a transmissão ao vivo da Copa do Mundo, que só será vista em gravações, caso a seleção deles ganhe a partida!). Pois é: laços comerciais cada vez mais fortes entre Brasil e Coreia, além de entendimentos políticos (sic) delicados.
Corta para o Irã, com cujo governo o nosso mantém estreitíssimos laços e ambos combinaram uma farsa chamada de acordo com o único objetivo de evitar as sanções internacionais contra o Irã, que está fabricando bomba atômica. O país dos “aiatolás atômicos”, como bem classificou o colunista Merval Pereira, é governado por um homem, Mahmoud Ahmadinejad (com licença da má palavra), que nega o Holocausto (e, portanto, inocenta Hitler), prende, tortura e executa homossexuais, censura imprensa e internet e trata as mulheres como seres abjetos.
Outros “amores” da atual política externa brasileira são Cuba e Venezuela. Os cubanos, sabemos a fartar, vivem em uma prisão ao ar livre (nem sempre ao ar livre, aliás!) naquela ilha do Caribe, governados pelo ditador Fidel Castro há meio século, e sem direito à liberdade de expressão. Qualquer manifestação anti-governo, lá, é cadeia certa, ou até mesmo execução. Na Venezuela, o bufão Hugo Chávez odeia a imprensa e a controla com mão de ferro, além de usar o seu exército para tudo, inclusive para obrigar tabelamento de preços. E aí, fica no ar a questão: como um governo pode ser parceiro de gente deste tipo e falar em liberdade e democracia aqui?
Bem, quanto aos “esquerdistas” brasileiros que morrem de amores por esses governos ditatoriais, faço uma sugestão: larguem as mordomias deste Brasil imenso e rico, abdiquem das liberdades e vão viver lá, caras!

O preconceito