quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

religião e a criação dos Deuses

Para Charles Darwin, a origem da religião não era segredo. “Assim que os importantes traços cognitivos relacionados à imaginação, questionamentos e curiosidade juntam-se ao poder do raciocínio, o homem passa a desejar a conhecer as razões dos fenômenos que o cercam, especulando vagamente sobre sua própria existência…”, escreveu Darwin em “The Descent of Man”, na minha tradução livre.

No entanto, a “fé” sempre causou perplexidade a Darwin. Toda sociedade humana teve deuses. Sejam góticos, mitológicos ou maias, eles sempre estiveram presente. Em todas as culturas, os homens colocam esforços significativos na elaboração de catedrais, rituais. Sem nenhuma vantagem aparente na sobrevivência ou reprodução da população. Então, porquê e como a religião surgiu?

Não existe consenso entre os especialistas, mas novas ideias estão surgindo com a junção das disciplinas de arqueologia e estudos da mente. Esse campo emergente explora a hipótese de que a religião seria uma consequência natural da mente humana. Ou seja, os caminhos evolucionários que teriam criado nosso sofisticado cérebro, também teriam sido responsáveis pela crença no sobrenatural.

A afirmação é baseada em dados recentes que sugerem que os humanos teriam a tendência de procurar sinais de “agentes”, ou mentes como a nossa, no mundo natural. Em paralelo, arqueólogos buscam indícios de religião através da relação com outra atividade cognitiva humana: o comportamento simbólico levando a sociedades mais complexas. Esses dois campos tem se desenvolvido muito, mas a distância entre as evidências físicas arqueológicas e os modelos teóricos da neurociência ainda é enorme.

Através de objetos achados durante escavações arqueológicas, cientistas tentam unir o uso de símbolos com a emergência da espiritualidade humana. Cerca de 100 mil anos atrás, povos no sul da África, nas cavernas de Blombos, rabiscaram figuras geométricas em alguns objetos. Apesar de não ser possível associar esses registros com religião, é razoável pensar que o pensamento simbólico seria um pré-requisito para o comportamento espiritual.

Num período próximo, cerca de 95 mil anos atrás, encontrou-se esqueletos humanos em Qafzeh, Israel, sugerindo rituais de velório. Neandertais, há uns 65 mil anos atrás, também velavam seus mortos em algumas circunstâncias. Seriam essas as primeiras evidências de uma angústia metafísica?

Talvez tudo isso seja muito subjetivo para alguns, mas as pinturas dos caçadores da era do gelo são mais convincentes. Cerca de 30-35 mil anos atrás na Europa, temos o florescer do expressionismo simbólico, no período conhecido como a explosão do Paleolítico Superior.

Pinturas bem realísticas, retratando criaturas – meio-homem meio-animal – foram encontradas nas paredes das cavernas de Grotte Chauvet, na França. Também foram achadas pequenas esculturas em cavernas da Alemanha, incluindo uma “Vênus” e três “Homens-leão”, os primeiros seres quimeras.

A tal da Vênus ilustra bem a dificuldade em se conciliar as interpretações dos pesquisadores. Se por um lado, a mulher sem cabeça, com seios fartos e uma detalhada genitália é considerada como uma deusa da fertilidade, por outro lado, outros a consideram um típico exemplo de “paleo-porno”. Afinal, assim como a religião, a pornografia também sempre esteve presente em qualquer sociedade humana.

Ainda seguindo pistas arqueológicas, templos de 11 mil anos atrás foram achados em Gobekly Tepe, na Turquia. Ali, encontraram-se diversas esculturas de animais selvagem, indícios de velórios e de remoção do crânio. Mesmo assim, é difícil vincular esses achados com a adoração a deuses, a não ser que as culturas comecem a chamá-los por nomes específicos. Nesse caso, nos resta as culturas literárias da Mesopotâmia e Egito, cerca de 5 mil anos atrás. Nesses impérios, fica claro o poder e temor aos deuses nas escrituras.

Teriam sido doutrinados a crer ou já teriam nascidos crentes?

Segundo as novas ideias que estão emergindo de um modelo de religião cognitivo, humanos seriam tão especializados em compreender sinais e desejos de outros que se tornaram supersensíveis a “agentes” causadores. Essa sensibilidade seria uma consequência de uma hipertrofia cognitiva social, criando uma tendência em nosso cérebro de atribuir a um outro ser eventos estocásticos ou fenômenos naturais. Seríamos intuitivamente teístas por natureza.

Pesquisas recentes têm mostrado que crianças em idade pré-escolar preferem explicações teológicas a mecanísticas no que se refere a fenômenos naturais. Quando questionadas se as pedras seriam pontiagudas porque são constituídas por pequenas quantidades de matéria ou para proteção de animais que queiram sentar-se nelas, as crianças optam pela última explicação. Elas buscam uma qualidade animada para a pedra.

O valor de estudar isso em crianças é que elas podem distinguir melhor o que é inato do que é cultural. Mas é interessante notar que testes semelhantes, feitos em adolescentes sob pressão de responder rápido, resultaram em dados semelhantes. Pode ser que, sob pressão, nosso cérebro haja instintivamente, optando por explicações não científicas.

Essa disposição criacionista ecoa junto com uma outra tendência do cérebro humano: nosso supersensível detector de “agentes”, isto é, a capacidade de procurar por seres racionais mesmo em objetos inanimados. Num clássico experimento da década de 40, psicólogos notaram que pessoas assistindo animações de círculos, triângulos e quadrados tinham a inclinação de associar as formas geométricas a personagens, até mesmo criando narrativas em eventos aleatórios.

É o famoso barulho no meio da noite. Pensamos logo: quem está aí? É uma pergunta que surge quase instantaneamente. A tendência de procurarmos um agente pode ter sido programada em nosso cérebro pela evolução através de uma seleção natural que favoreceu falsos positivos. Afinal, um barulho no meio da noite pode muito bem ser um ladrão (ou um leão), nos colocando em estado de alerta.

Logicamente que isso está longe de ser uma explicação para a crença em deuses ou espíritos. Outra peça cognitiva que se encaixa perfeitamente nessa ideia vem da “teoria da mente” (conceito já discutido em colunas anteriores). A teoria da mente nada mais é do que a capacidade que temos de entender que um outro ser também tem uma mente, com intenções, desejos e crenças dela mesma.

Essa capacidade é desenvolvida com o tempo, sabe-se que só a adquirimos por completo depois dos 5 anos de idade, e nos auxilia a navegar nas complicadas relações sociais humanas. Enquanto o cérebro de um chimpanzé esta programado para lidar com relações pessoais num grupo de 50 indivíduos, o humano pode encarar até 150 pessoas.

Mas se já suspeitamos que um agente é o responsável por um evento misterioso, estamos a um passo pequeno para começarmos a imaginar que esse agente tem uma mente que funciona de forma semelhante à nossa. Oras, é lógico que o ladrão tropeçou no meio da noite procurando algo pra roubar. Elevando-se esse conceito a uma dimensão mais sofisticada, chegamos a uma rica representação do que deve ser a mente de um Deus. Passamos a atribuir desejos, paixões, ódio e vingança a um “agente-Deus”, da mesma forma que as sentimos.

Além disso, devemos estar também programados para não aceitar a morte da mente. Experimentos com crianças, mostrando um boneco de rato sendo engolido por um boneco de jacaré, mostrou que elas entendem a morte carnal, isto é, compreendem que o rato não precisa mais se alimentar, por exemplo. Mas falham em identificar a morte da mente.

Continuam a achar que o rato pode ter fome ou que estaria preocupado com seu irmão, indicando a persistência do estado psicológico, mas não físico. A separação da mente e corpo é comum em muitas religiões, retratada na vida após a morte ou reencarnação, sugerindo que talvez seja um fator humano universal na sua essência.

Nosso cérebro social pode explicar porque crianças são atraídas por animais falantes e fadas voadoras, mas religião é muito mais que isso. Derivar crenças a partir da arquitetura cognitiva da mente é, sem duvidas, necessário, mas não suficiente.

A velha alternativa continua valendo: a religião promove um comportamento cooperativo entre indivíduos desconhecidos e assim cria grupos estáveis capazes de adaptação em circunstâncias mais desafiadoras, como o frio intenso ou escassez de alimento. A religião melhoraria a sobrevivência e reprodução de seus membros.

Em suporte dessa ideia, vale lembrar que os homens são mais propensos a um comportamento altruísta e solidário se sabem que estão sendo vigiados. Dessa forma, a presença onipotente de um Deus supernatural e preocupado com a moralidade serve de estímulo ao comportamento altruísta, especialmente em grupos grandes ou quando o anonimato é possível. Mas existem poucas evidências científicas de que esse é realmente o caso. Faltam estudos investigando se os indivíduos realmente seguem todos os princípios da religião a que pertencem.

Acompanho essa discussão há um tempo e acredito que os objetos arqueológicos respondem apenas a um pedaço das questões e os modelos cognitivos ainda estão muito baseados em especulações. Mesmo assim, a forma como diferentes disciplinas têm convergido para a resolução desse problema sugere um aumento no interesse sobre o assunto.

Espero ver uma transformação nos próximos dez anos, com novas evidências e mais dados apontando para o porquê e como as religiões de fato surgiram e dominam sociedades humanas.

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Se Dilma Rousseff tives­se escapado daquele arrastão policial, seu destino provavelmente seria outro. Eram tempos estranhos. Dilma foi presa numa operação que mandou para os porões da repressão uma leva de militantes da Vanguarda Armada Revolucionária (VAR), grupo político que ela integrava. Durante 22 dias, foi moída a pancadas e choques elétricos por torturadores do Exército. Ficou quase três anos na prisão. É possível imaginar que, se não tivesse sido capturada pelas três equipes de agentes que a cercaram no centro de São Paulo no dia 16 de janeiro de 1970, Dilma teria seguido sua militância na VAR. Dois anos depois, então, ela poderia ser uma das pessoas escondidas na casa de número 8.695 da avenida Suburbana, no bairro de Quintino, no Rio de Janeiro. Tratava-se de um “aparelho” da VAR, como se chamavam os endereços clandestinos. Dilma talvez estivesse ali no lugar de Lígia Maria Salgado Nóbrega.

Lígia nasceu em 1947, como Dilma. Levava uma típica vida de classe média em São Paulo, semelhante a que Dilma tinha em Belo Horizonte. Em 1964, Lígia iniciou o curso de normalista no Colégio Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros, enquanto Dilma entrava no Colégio Central, na capital mineira. Ambas começaram a se interessar por política nessa época. Em 1967, Lígia ingressou na Faculdade de Pedagogia, da USP. Dilma, na Faculdade de Economia, da UFMG. A exemplo de Dilma, Lígia era frequentadora assídua do centro acadêmico. Míope, pendurava no rosto miúdo óculos grossos, parecidos com os que Dilma usava. Ela era baixinha, tinha os cabelos castanhos curtos, repartidos ao meio. Antigos colegas se lembram de sua voz firme nas assembleias, quase uma surpresa para o jeito quieto que cultivava. No final de 1969, Lígia se vinculou a uma célula da VAR em São Paulo. Dilma fez o mesmo em Minas. No ano seguinte, as duas já eram militantes perseguidas pela polícia. Ao contrário de Dilma, Lígia conseguiu safar-se das quedas sofridas pela VAR em 1970 e se escondeu no Rio. Manteve-se na clandestinidade até aquele 29 de março de 1972, quando policiais do Dops varejaram o aparelho de Quintino. Houve tiroteio no local e um militante conseguiu fugir. Os outros três que estavam na casa foram presos: Lígia com um tiro no braço, Maria Regina Lobo Leite de Figueiredo com um tiro na perna e Antônio Marcos Pinto de Oliveira sem ferimentos aparentes. No dia seguinte, o corpo de Lígia deu entrada no IML, vindo do Dops carioca. Tinha escoriações e manchas escuras pelas costas e a marca inequívoca da execução: um tiro na cabeça. Lígia ia fazer 25 anos e estava grávida de dois meses. A família do carioca Antônio Marcos recebeu seu corpo num caixão fechado. Ex-seminarista e poeta, ele havia morrido, segundo a autópsia, por “feridas transfixantes de tórax e abdome”, que lhe perfuraram vários órgãos internos. O corpo de Maria Regina, 34 anos, filha de um pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, formada em filosofia, também chegou ao IML no dia 30. Assim como Lígia, ela levara um tiro na cabeça. Hoje, Lígia Salgado Nóbrega é o nome de uma praça comunitária em Cidade Ademar, no subúrbio paulistano.

A vida sempre andou por um triz para os jovens da geração de 68 que enfrentaram o regime militar. A diferença da sorte de Dilma e Lígia é que, entre a prisão de uma e o assassinato da outra, a ditadura tinha mudado. Em 1968, o Exército havia aprendido a torturar, sempre justificando a ignomínia com o combate ao perigo terrorista. No ano seguinte, com a prática da tortura já disseminada, passaram a ser registradas algumas mortes em dependências oficiais. A maioria era de vítimas dos tenebrosos “acidentes de trabalho” dos torturadores. Em 1971, apenas um ano após a prisão de Dilma, passou a ser raro sair vivo dos porões da ditadura. A máquina da repressão tinha sido orientada para o extermínio, a eliminação total dos adversários. Os militares, então, operavam centrais como a Casa da Morte, em Petrópolis, no Rio, de onde ninguém escapou com vida. Em 1971 a repressão matou 50 pessoas, superando os 29 assassinatos do ano anterior. Entre dezembro de 1972 e outubro de 1973, houve 43 mortes.

Para uma parcela dos jovens da época, portanto, não é exagero falar em sobreviventes. Em 1988, quando se comemoravam os 20 anos de 68, Vladimir Palmeira, um dos ícones das manifestações estudantis que deram cara ao período, se lastimava: “A minha geração é a um só tempo gloriosa e angustiada: fomos presos, torturados, mortos, exilados e não conseguimos chegar a lugar nenhum.” Palmeira estava, então, participando da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que, apesar da idade, era um típico produto da geração de 1977, a que apressou o fim de ditadura militar. “Veja só, hoje apoio um sujeito da minha idade, mas que em 1968 era um reacionário”, constatava.

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A DILMA QUE MORREU
As vidas de Lígia Nóbrega (foto) e Dilma se cruzaram.
Mas a ditadura determinou um destino diferente para as duas


O destino perdedor que afligia Palmeira estará superado quando Dilma subir a rampa do Palácio do Planalto para sua posse, no dia 1º de janeiro: 1968, enfim, terá terminado. “A minha geração é vencedora”, comemora agora o ex-ministro José Dirceu. “Chegou ao lugar que merece”, disse ele à ISTOÉ. Ainda um influente dirigente do PT, José Dirceu segue sem condições políticas de assumir cargos públicos. Outras figuras centrais de 68, no entanto, chegam ao poder ao lado de Dilma cotadas até para ocupar ministérios. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, amigo íntimo da presidente eleita, é um deles. Pimentel foi um ativo militante da VAR, o mesmo grupo de Dilma e Lígia. Também pertenceram às organizações armadas o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins (Movimento Revolucionário 8 de Outubro, MR-8), o assessor da presidência Marco Aurélio Garcia (Partido Operário Comunista, POC), o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc ( VAR) e mais uma penca de secretários e assessores do atual governo.Todos são entusiastas dos velhos tempos. Marco Aurélio Garcia, que era conhecido como Mag nos grupos clandestinos, já disse que os anos 60 foram “um momento luminoso do século passado.” No livro “1968, O Ano que Não Terminou”, do jornalista Zuenir Ventura, Franklin Martins recordou: “Não nos preocupava tanto se íamos ou não vencer. Estávamos preocupados em lutar.” Martins comandava colunas de estudantes nas passeatas de 68 e, no ano seguinte, participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. Hoje ele se considera mais reformista, embora diga que ainda guarda um tanto do espírito da época: “A justiça social continua sendo o que me movimenta na política.”

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Planeta Terra em transe

Antonio Luiz M. C. Costa 29 de julho de 2010 às 15:43h

Multiplicam-se os sinais de recaída dos países ricos na crise e da incapacidade de seus governos de encontrar soluções

O debate sobre um segundo tempo da crise econômica dos paí-ses ricos ou, para os mais otimistas, uma “recuperação em W”, esquentou nas últimas semanas, com trocas de farpas entre economistas keynesianos e neoliberais e entre ambos e seus governos. A maioria dos banqueiros está decididamente com a ortodoxia neoliberal, mas seu pensamento já não é tão único.

A Casa Branca e vários governos europeus equilibram-se sobre o muro e a opinião dos investidores, a julgar pelas cotações de ações e títulos, é flutuante. Um dia ouve-se dizer que as bolsas caíram por “falta de confiança do mercado” na determinação dos governos de pagarem suas- dívidas, conforme alega a ortodoxia, no outro a explicação é que caíram por causa da expectativa de que as medidas de austeridade retardem a recuperação do crescimento econômico, conforme advertem os keynesianos. O Fed ora aflige-se com o crescimento da dívida dos EUA, ora com o risco de deflação. O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, bate boca com Paul Krugman sobre a possibilidade de saí-da do euro, desmentido que sinaliza que o risco é levado muito a sério.

Os juros exigidos dos títulos de dívida da Irlanda pelos investidores não mostram maior disposição do “mercado” de recompensá-la por seu pioneirismo nas “medidas de austeridade” europeias. Enquanto isso, caem os juros dos títulos de longo prazo do Tesouro dos EUA, apesar de a Casa Branca não cogitar de grandes cortes de gastos a curto prazo.

Da verve de Krugman, Prêmio Nobel de Economia e o mais popular dos paladinos do keynesianismo, surgiram as “fadinhas da confiança”. Entidades análogas a Papai Noel que seria preciso supor para justificar a lenda urbana corrente entre os “economistas de água doce” (os de Chicago, junto aos Grandes Lagos – os da Costa Leste são menos ortodoxos), segundo a qual acabariam por ser premiados os governos dispostos a fazer sofrer trabalhadores e pensionistas para agradar seus credores, na maior parte grandes bancos e fundos por eles administrados. Que, diga-se de passagem, só foram salvos, por ora, de uma quebradeira sem precedentes desde 1929 porque os mesmos governos se endividaram para resgatá-los.

Em sua coluna no New York Times, Krugman coleciona evidências de que a economia da autoflagelação (ou melhor, da flagelação das massas pela elite financeira) não compensa. A Islândia pôs banqueiros na cadeia, recusou-se a pagar a dívida de seus bancos em plebiscito e elegeu um governo de centro-esquerda no lugar dos fãs de Ludwig von Mises e Friedrich Hayek. Pois teve uma retração menor e mostra sinais de recuperação antes da Irlanda, para não falar da Estônia e Letônia – que cortaram decididamente gastos públicos e salários e sustentaram a cotação de suas moedas ante o euro para garantir que seus credores não perderiam um centavo. Os bálticos só têm como prêmio de consolação os elogios da revista The Economist, que publicou um mapa imaginário no qual os põe no lugar das Ilhas Britânicas, ao lado da Irlanda, enquanto relega o Reino Unido, endividado pelo socorro ao sistema financeiro, à vizinhança de Portugal e Espanha.

No mundo real, não se vê nenhuma preocupação do mercado com a solvência do Reino Unido: seu prêmio de risco é um dos mais baixos (57º na lista dos 69 principais devedores) enquanto a Letônia (em 8º) tem o terceiro maior risco entre os europeus (depois da Grécia e Ucrânia, 4º e 5º, respectivamente). Portugal, Lituânia, Islândia, Irlanda e Espanha são vizinhos nessa escala (13º, 15º, 16º, 19º e 20º, respectivamente), mesmo se tentam políticas diferentes.

A pressão generalizada pela ortodoxia não se justifica por qualquer evidência empírica, mas também não se deveria tentar explicá-la como crença em fadinhas, apego aos livros sagrados do neoliberalismo ou resultado de pulsões sadomasoquistas. A pressão visa aproveitar a crise para encolher ao máximo o Estado de Bem-Estar Social e as garantias trabalhistas e concentrar o máximo de renda no setor privado, numa reedição dos ganhos das bolsas estadunidenses e britânicas dos anos 80 e 90 após Margaret Thatcher e Ronald Reagan – sem perceber que, após décadas de concentração de renda e flexibilização do trabalho, a tentativa de reeditar o mesmo ciclo pode ser social e politicamente catastrófica.

Nos EUA, 58% de todo o crescimento real de renda gerado entre 1976 a 2007 foi embolsado pelo 1% de famílias mais ricas. Na base da pirâmide, houve estagnação e queda dos salários reais, agravada a partir de 2008 pela crise e pelo desemprego. Na Zona do Euro, o aumento da desigualdade nos últimos anos também foi marcante: em 2000, os 20% mais ricos ganhavam 4,4 vezes mais que os 20% mais pobres; em 2004, 4,8 vezes. Na Europa como um todo, cresce a percepção popular nos seus países mais prósperos de que a União Europeia é um pretexto para minar direitos sociais e trabalhistas – e naqueles que mais claramente haviam se beneficiado da integração, os países menos ricos da periferia europeia, o sonho subitamente acabou.

Em Washington, os vetores das pressões da ortodoxia incluem o Tea Party, o Partido Republicano e as grandes empresas industriais e financeiras. A atuação dessas na propaganda política não tem mais limite, visto que o Supremo decidiu que pessoas jurídicas também têm completa “liberdade de expressão”. A Câmara de Comércio dos EUA, o maior dos lobbies empresariais, abriu fogo contra os déficits, as novas regulamentações (da saúde e do setor financeiro) e o “crescimento do governo”.

Uma parcela crescente da opinião pública se deixa convencer de que a política “socialista” de Obama inibe o investimento e a recuperação. Obviamente, a falta de investimento deve-se à presença de capacidade ociosa na maioria dos setores, consequência da recessão, mas o discurso pragmático, centrista e racional do presidente, enfraquecido pelos resultados pouco convincentes da política externa, tem dificuldades em se fazer compreender ante o apelo emocional do populismo de direita.
Na Europa, a principal alavanca das pressões é a Alemanha: ao fazer cortes de gastos públicos sem necessidade real e controlar o Banco Central Europeu, o país impõe ao continente uma austeridade artificial.

Contraproducente em relação aos interesses da própria indústria alemã, que tem os vizinhos europeus como seus principais clientes, mas que faz sentido em relação aos interesses percebidos do setor financeiro. Só a ameaça da França de pular fora da canoa do euro pôs um limite à truculência de Angela Merkel, disposta a deixar a Grécia quebrar para evitar a derrota governista numa eleição local. Os eleitores alemães sentem menos a crise. Ali, onde o aumento do desemprego foi relativamente pequeno e parece ter sido controlado, a percepção é que os outros países devem se arranjar como puderem. Não percebem o quanto essa política é desastrosa para gregos, portugueses e espanhóis, cuja economia está em queda livre, e o quanto sua prosperidade depende do resto do continente. Os mesmos analistas que se dizem preocupados com governos que não agem para reduzir o déficit entrarão amanhã em pânico com as manifestações e os conflitos sociais que tais cortes causarão.

Dos EUA ao Japão, passando pela Europa, as forças de centro e centro-esquerda, estejam ou não no poder, falham em apresentar discursos e propostas coerentes ante a crise. Receiam ser marginalizadas como “radicais” se apostarem em planos ousados e posições firmes. Em busca de um consenso impossível, repetem o discurso da direita em tom mais sereno e executar de maneira tímida e hesitante, as mesmas medidas que a direita exige com entusiasmo, principalmente a mais populista, que não tem vergonha de explorar preconceitos nacionais e raciais. Nos EUA, as principais vítimas são os hispânicos, transformados pelos republicanos, a partir do Arizona, em bodes expiatórios dos problemas nacionais. Na Europa, os muçulmanos: na França, a polêmica artificial em torno do “véu integral” usado por apenas duas mil mulheres no país serve de cortina de fumaça para desviar atenções do adiamento da aposentadoria e do escândalo L’Oréal.

Onde se mostram confusos e hesitantes, a direita populista, ao estilo de Sarah Palin e Glenn Beck ou de Silvio Berlusconi, aparenta clareza e entusiasmo e pode crescer, na medida em que consegue convencer um número suficiente de eleitores de que têm algo a ganhar ao tirar a rede de proteção aos menos favorecidos e expulsar imigrantes e minorias. Mas suas políticas não ajudarão a sair da crise e poderão agravá-la a médio prazo. O resultado mais geral é o impasse: na Alemanha, na França, no Reino Unido e nos EUA, veem-se governos enfraquecidos, dependentes de uma base parlamentar cada vez mais frágil.

Krugman gosta de fazer a comparação entre os EUA de hoje e o estagnado Japão pós-bolha dos anos 90, e também do atual cenário mundial com o dos anos 30 – e o debate atual como uma reedição, sem avanços, do que se deu entre Lord Keynes e Hayek na mesma ocasião. O cenário também recorda, sob muitos aspectos, a América Latina dos anos 80 e 90.

Em todos os casos, a perspectiva econômica é de uma década perdida. Moratórias das dívidas de alguns países, falências de alguns grandes grupos financeiros e empresariais e dez ou mais anos de estagnação, acompanhada de forte queda de ações e títulos à medida que os investidores tomem consciência disso: a previdência privada não será mais atraente que a social. O desemprego permanecerá relativamente alto e as contas públicas precárias: sem crescimento, será difícil reduzir o endividamento.

A diferença entre eles está na resposta política. Nos anos 30, predominou o fascismo, exceto nos países de tradições democráticas mais sólidas. O Japão permanece no marasmo: a troca do Partido Liberal-Democrático pelo Partido Democrático não trouxe mudanças reais. Na América Latina, foi, na maioria dos casos, uma virada à esquerda com o crescimento de novas lideranças e movimentos populares. Qual o caminho a ser seguido pelos países ricos? Possivelmente serão divergentes e será muito difícil manter a unidade da Zona do Euro, ainda que nenhum dirigente ouse discutir o assunto abertamente. Mesmo que a moeda única sobreviva, o continente não conseguirá aplicar uma política econômica coerente ou ter um papel construtivo na recuperação global. Os movimentos separatistas em alta na Catalunha, no País Basco, na Irlanda do Norte, no norte da Itália e em Flandres mostram que está em questão não só o futuro da União Europeia, como o de seus próprios integrantes como nações.

O Ocidente, como um todo, tende a encolher em termos relativos, mas as políticas ortodoxas farão o recuo ser maior e mais rápido do que seria inevitável. Não estamos mais nos anos 30, quando a hegemonia da Europa e dos EUA era tal que sua crise deixava o mundo sem opção. Hoje, as nações independentes da Ásia e do Sul têm um peso muito maior. Sua demanda tem permitido que muitos dos países exportadores de petróleo e commodities da África, Ásia Central e América Latina prosperem.

Mas esses não estão isentos de problemas. As dificuldades das empresas exportadoras e o crescimento das greves e dos movimentos trabalhistas na China e no Sudeste Asiático sinalizam que, também lá, o “milagre” está chegando ao fim. Mais cedo ou mais tarde, o ritmo de crescimento vai ter de diminuir e a prioridade passará a ser redividir o bolo.

No melhor dos mundos, isso aconteceria de maneira coordenada, com o crescimento do mercado interno da China e, depois, de outros países periféricos substituindo gradualmente o dos Estados Unidos e da Europa. Em uma era de estagnação e conflito interno dos desenvolvidos, cenários catastróficos não estarão fora de questão. Um governo radicalmente conservador nos EUA, perspectiva muito plausível para 2012, pode se sentir estimulado à guerra para reativar a economia e tentar reverter seu declínio.

Fidel Castro, que voltou à ativa depois de três anos de convalescença, reuniu-se com os economistas do cubano Centro de Investigações da Economia Mundial, em 14 de julho, para discutir o risco de ataque dos EUA ao Irã (que inicialmente previu para junho) e pedir-lhes a se dedicarem quatro horas por dia, nos dez dias seguintes, a elaborar um “ensaio de ficção científica” sobre as opções da América Latina em caso de guerra nuclear. Sua preocupação talvez seja prematura, mas está longe de ser demência senil. •
Antonio Luiz M. C. Costa

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Uma Proposta de Felicidade

A Alegria de Crer…

Janeiro 17, 2009
Uma Proposta de Felicidade

Publicado em Andreia às 05:55 por odesafio9ano



O que é para cada um de nos a Felicidade???

Um dia, enquanto os outros descansavam, o Homem e a Felicidade decidiram jogar às escondidas. Mas eram tão inseparáveis que não tardavam a encontrar-se imediatamente. Cada vez, era mais difícil encontrar um lugar diferente onde esconder-se. Acontece que, quando tocou a vez de ser a Felicidade a esconder-se, a Mentira, que passeava por ali disfarçada de Verdade, aconselhou-a a que se escondesse dentro do Homem, porque esse seria o último lugar onde lhe ocorreria procurar. A Felicidade assim fez. Aproveitando um descuido do homem, introduziu-se no seu coração.

Quando o Homem se pôs a procurá-la, não havia maneira de a poder encontrar. O tempo passava e começou a crescer nele o medo de que tivesse acontecido algo à Felicidade. O certo é que não podia viver sem ela. A Felicidade gritava desde o coração do Homem, para lhe dizer onde estava, mas o Homem estava tão preocupado em buscá-la por fora que não prestava atenção ao seu interior. E quando isso acontece, as portas do coração fecham-se, deixando nele encerradas todas as suas riquezas. Então a Mentira, disfarçada de Verdade, aproximou-se do Homem para lhe dizer que tinha visto a Felicidade a caminhar pelo caminho que levava ao Reino da Obscuridade. O homem, sem duvidar, correu para esse reino. Mas quanto mais avançava naquela direcção, algo muito forte dentro dele lhe dizia que esse não era o caminho certo. Deteve-se um momento, na sua frenética correria, e logo começou a escutar os gritos desesperados da Felicidade, que o chamava desde a profundidade do seu coração.

A partir de então, decidiram tornar-se inseparáveis e não se perderam de vista, para que a Mentira não os voltasse a enganar. E assim, a Felicidade ficou para sempre a residir no mais profundo do coração humano.

felicidade

felicidade




Se a felicidade mora dentro do coração do homem, porque ë tao dificil ser feliz?

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5 Comentários »

1.

José Sá disse,

Fevereiro 5, 2009 às 06:39

Porque os homens não querem perder tempo, e perdem tudo. Andam atrás da felicidade esquecendo-se do essencial.
Responder
2.

odesafio9ano disse,

Fevereiro 5, 2009 às 06:43

HOJE É TEMPO DE SER FELIZ!

A vida é fruto da decisão de cada momento.
Talvez seja por isso,
que a idéia de plantio seja
tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura,
de deixar cair na terra de nossa existencia
as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja,
é uma forma de semente que lançamos
sobre o canteiro que somos. Um dia,
tudo o que agora silenciosamente plantamos,
ou deixamos plantar em nós,
será plantação que poderá ser vista de longe…

Para cada dia, o seu empenho.
A sabedoria bíblica nos confirma isso,
quando nos diz que

“debaixo do céu há um tempo para cada coisa!”

Hoje, neste tempo que é seu,

o futuro está sendo plantado.
As escolhas que você procura,
os amigos que você cultiva, as leituras que você faz,
os valores que você abraça,
os amores que você ama,
tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso:
alegria de recolher da terra que somos,
frutos que sejam agradáveis aos olhos!

Infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é
que a vida não é real fora do cultivo.
Sempre é tempo de lançar sementes…
Sempre é tempo de recolher frutos.
Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem,
frutos de hoje,
Sementes de hoje,
frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você
anda escolhendo para deixar cair na sua terra.
Cuidado com os semeadores que não lhe amam.
Eles têm o poder de estragar
o resultado de muitas coisas.
Cuidado com os semeadores que você não conhece.
Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores…

Cuidado com aqueles que deixam cair
qualquer coisa sobre você, afinal,
você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros…
eles costumam deixar marcas
dolorosas que não passam…

Cuidado com os invasores do seu corpo…
eles não costumam voltar para ajudar
a consertar a desordem…

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar…
eles costumam lhe fazer esquecer
que você vale à pena…

Cuidado com as palavras mentirosas
que esparramam por aí…
elas costumam estragar o nosso
referencial da verdade…

Cuidado com as vozes que insistem
em lhe recordar os seus defeitos…
elas costumam prejudicar
a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho.
É nessa cara safada que você tem,
que Deus resolveu expressar mais uma vez,
o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita
de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças.
Ainda há muito o que fazer,
ainda há muito o que plantar,
e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado,
olhe para frente,
e veja o que ainda pode ser feito…

A vida ainda não terminou.
E já dizia o poeta
“que os sonhos não envelhecem…”

Vai em frente.
Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

Deus resolveu reformar o mundo,
e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.

Isso prova que Ele ainda acredita em você.
E se Ele ainda acredita,
quem sou eu pra duvidar… (?)

Padre Fábio de Melo
Responder
3.

Andreia Costa disse,

Fevereiro 6, 2009 às 05:46

Ser Feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e período de crise.

Ser Feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornam um autor da própria história…É atraves desses desertos fora de si, mas ser capaz de encontar um oásis no recôndito da sua Alma!.

Agradecer a Deus a cada manhã peço milagre da vida…

É saber falar de si mesmo…
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter coragem e segurança para receber uma critica, mesmo que injusta…
A Felicidade,é tudo isto e muito mais. è preciso que as pessoas sabem viver e utilizar esse sentimento:
Felicidade!

Andreia Catarina Ferreira da Costa
Responder
4.

Mario Francisco Moreira disse,

Fevereiro 9, 2009 às 07:22

A felicidade não se resume a um mero acto de sermos felizes, mas também a um acto altruísta de a estender aos outros. Pequenos actos no nosso dia-a-dia como, visitar os doentes ou dar apoio a um amigo em momentos difíceis, são também, importantes formas de felicidade, pois o ser humano não é feliz apenas realizando-se a si próprio, mas também servindo os que lhes são próximos e pelos quais tem estima. Por vezes um homem não é feliz mesmo, tendo tudo (casa, trabalho, carro, etc.), pois falta-lhe algo que o complete, e esse algo é estender o seu bem-estar e qualidade de vida aos que lhe são próximos, e assim, tornar melhor o mundo á sua volta. Por vezes, o homem não é feliz pois busca uma felicidade que não existe, uma felicidade que não olha a meios para atingir os fins, uma felicidade que para ser atingida sacrifica os outros, uma felicidade sem escrúpulos e com segundas intenções, uma felicidade que magoa e causa desigualdade.

Isto não é uma felicidade, isto é egoísmo e ganância, na medida em que o homem só se preocupa consigo e esquece os seus semelhantes, desrespeitando-os, humilhando-os e servindo-se deles para atingira sua própria felicidade.

Mário Francisco da Silva Azevedo Moreira
9º ano de catequese Sequeiro.
Responder
5.

Carla (Catequista 3º Ano) disse,

Fevereiro 11, 2009 às 19:23

A felicidade vem ao nosso encontro, não é preciso procurá-la….O que é precisamos de procurar é: VIVER…E este viver não é ter tudo, é tentar SER tudo: um ser humano trabalhador, empreendedor, que não se contenta com a mediocridade; um ser humano justo, humilde, à disposição do outro, cheio de amor para dar; um ser humano de valores, que não embandeira a fé quando tudo corre bem, e a renega quando alguma coisa de mal lhe acontece.
Se soubermos VIVER assim, vamos de certeza ao encontro da Felicidade!!
Responder
Oi, é com muita sinceridade que escrevo.

Sou evangélico e luto com todas as forças para provar que a igreja católica não é a igreja de Jesus. Debatendo com um amigo ele me deu este site para pesquisar as perguntas que fazia para ele.

Entrei e vi que você, com todo o respeito já havia dado algumas respostas sobre o que eu achava de vocês, e li uma coisa que foi escrito no site, que era para não termos ódio no coração quando se tratar da igreja católica.

Pois muito bem, li mais e mais artigos seu e tenho que admitir o seu conhecimento, e uma coisa engraçada me aconteceu, não entendi o que vocês queria dizer com ódio no coração, mas comecei a ver a igreja católica com outros olhos e comecei a questionar a minha religião.

O pastor de minha igreja se desentendeu com ela e saiu para fundar outra e nos chamou para segui-lo, ele declarou que essa religião evangélica (prefiro não mencionar qual) era errada e a dele que ia ser a correta. Daí eu vi que ele começou a tratar a igreja que eu seguia como a igreja católica.

Tive uma noite de cão pois estava decepcionado com aquela atitude e comecei a pesquisar no seu site. Hoje não tenho ódio no coração e acredito que Maria morreu virgem como já foi provado no seu site, eu não sou cego e nem burro como a maioria.

Hoje quero não só te chamar de amigo, mas também de irmão, mas tenho uma outra dúvida.

MARIA REALMENTE SUBIU PARA O CÉU?

O QUE É DÓGUIMA DE FÉ?

Pergunto com toda a sinceridade do meu coração sem querer fazer intrigas do fato.

Hoje não me considero um evangélico, mas sim um protestante perdido, fui excluído de minha igreja por duvidar de sua integridade e me sinto envergonhado de tantas injustiças com a mãe de Jesus.

Não quero julgar mais e sim acreditar que Maria é a mãe da igreja Católica e que a Igreja Católica é a verdadeira.

Obs: meu próximo desejo e receber o corpo de Cristo na comunhão.

Com muita admiração a seus cuidados com a fé

Seu futuro irmão

Cristiano.

Nossa Senhora Aparecida e os Evangélicos

Nossa Senhora Aparecida e os Evangélicos

Félix Maier

Todo ano, por ocasião da festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, há vozes que se levantam contra o evento religioso, a exemplo de ateus, positivistas e, principalmente, evangélicos. Na última década, a oposição à figura da mãe de Cristo não tem se atido a palavras, mas também a ações violentas, típicas da intolerância religiosa vista há pouco tempo entre os talibãs, quando estes subjugaram o Afeganistão à lei corânica.

Em 12 de outubro de 1995, vimos, estarrecidos, o pastor Sérgio von Helder, da Igreja Universal do Reino de Deus, chutar uma estátua de N. Sra. Aparecida em um programa de TV. O pastor aloprado recebeu 2 anos de condenação, que foi transformado em pena alternativa, e foi transferido para uma igreja da Universal na África, para esfriar a cabeça oca. O mascate da fé eletrônica deveria ter ficado pelo menos uns 20 anos no xilindró, porque aquele ato insano poderia ter provocado uma reação sem limites dos católicos de todo o Brasil. Ainda bem (será mesmo?) que os católicos dão a outra face a tapa, quando levam um soco na cara. Se um ato semelhante tivesse sido cometido contra a religião islâmica, por certo todas as igrejas de Edir Macedo teriam sido incendiadas. E ele próprio explodido por algum homem-bomba.

Um pouco antes do triste episódio, já havia uma “guerra santa” entre a TV Globo e a Igreja Universal. A Globo exibia a minissérie Decadência, com Edson Celulari no papel de Edir Macedo. A Universal rebatia os tiros na sua própria TV, a Record, no programa “25ª Hora”, além da panfletagem anti-Globo em seu jornal Folha Universal, então com uma tiragem média de 700.000 exemplares. Recentemente, por ocasião da inauguração da Record News, Edir Macedo destilou todo seu veneno acumulado por quase duas décadas contra a Rede Globo, na presença do presidente Lula e outros convidados ilustres.

Anos atrás, o advogado evangélico Eurípedes José de Farias entrou na Justiça contra Nossa Senhora Aparecida. Seu alvo é a lei 6.802, de 1980, que consagrou a Santa como padroeira do Brasil e declarou o dia 12 de outubro feriado nacional em sua homenagem. “Os evangélicos também são brasileiros e para nós isso é idolatria” – afirma o zangado causídico, que espera receber R$ 1,2 milhão por cada ação movida por ele contra a Padroeira, ao mesmo tempo em que escreve o livro “Nossa Senhora e a batalha nos tribunais”. Mais grana em jogo. “Templo é dinheiro” – diria o casal de líderes da Igreja Renascer presos nos EUA este ano, por contrabando de dólares.

Se Jesus Cristo fosse escolhido padroeiro do Brasil, certamente os evangélicos acolheriam a medida sem contestação alguma. A propósito, o então senador Paulo Octavio, hoje vice-governador do Distrito Federal, já propôs que Cristo Rei seja declarado padroeiro do Brasil. Obviamente, a idéia é destituir N. Sa. Aparecida do posto de Padroeira, nada mais. Mas, aí os positivistas e marxistas também poderiam se sentir discriminados. E todos os adeptos das outras religiões, como os budistas e os muçulmanos. Sendo os católicos maioria no Brasil, não é nenhuma aberração que Nossa Senhora seja a Padroeira. Quando todos os brasileiros forem ateus, Karl Marx será um ótimo nome para padroeiro. E poderá ser retirada da Constituição a palavra “em nome de Deus”. E também retirados os crucifixos das paredes do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal.

Engraçados, esses protestantes, que tanto acusam os católicos, de que adoram estátuas, quando na verdade sabem muito bem que apenas veneram a Mãe do Salvador, assim como se guarda com carinho uma fotografia da mãe, da avó ou da esposa, para afagar de vez em quando, seja num álbum caprichosamente montado em casa, seja a foto guardada em uma simples carteira de dinheiro.

Ora, todos os cristãos – inclusive os evangélicos - sabem muito bem que sem Nossa Senhora não haveria Jesus Cristo. Por que, então, toda essa ignorância e intolerância contra Maria? Até o Corão, livro sagrado do islamismo, que se originou a partir do judaísmo e do cristianismo, tem um capítulo, de número 19, especialmente dedicado a Nossa Senhora, denominado Maryam (Maria), que em árabe quer dizer “devota”. E o nome de Maryam, a Mãe de Nosso Salvador e Mãe de todos os cristãos, é citado 33 vezes no livro sagrado do islã. Por que pessoas que se dizem cristãs não conseguem ter veneração por uma mulher tão singular, tão “cheia de graça”, cujo corpo imaculado nem sequer os muçulmanos colocam em dúvida? “O anjo disse: Assim seja, pois o Senhor disse: Isto é fácil para mim” (Maryam, 19:17).

A intolerância dos talibãs evangélicos só tem crescido nos últimos anos. Na cidade de Valparaíso, GO, cidade do entorno do DF, ocorreu uma jihad tapuia. A inauguração de uma estátua de São Francisco de Assis numa praça da cidade gerou reclamações de evangélicos, que exigiram a imediata retirada da escultura do santo que é, por sinal, o padroeiro da cidade. Segundo a revista Time, São Francisco é o maior santo do segundo milênio.

No Rio de Janeiro, o Morro Santa Marta foi rebatizado pelos evangélicos como sendo o “Morro Dona Marta”. Só não mudou o barulho dos foguetes e da fuzilaria dos traficantes, que continuam atuando como dantes, no terreiro dos xavantes. Nem mesmo Caco Barcelos em seu livro Abusado – o dono do Morro Dona Marta (Record, 2003) sabe onde pisa, pois uma foto interna do livro se refere à “Favela Santa Marta”. Se prosseguir o intento talibã, logo os “bíblias” estarão modificando os nomes dos Estados, das cidades e das instituições nacionais. Que tal Estado de Dona Catarina, Cidade de Dom Paulo, Casa da Dona Misericórdia, Hospital Dona Helena? A propósito, durante o governo Antony Garotinho, uma força de elite policial era composta quase que exclusivamente por evangélicos. O mesmo ocorreu em uma unidade do Exército no Nordeste, quando militares evangélicos eram os preferidos na transferência para lá.

Nem mesmo minha tranqüila Joaçaba, SC, que recentemente apareceu no mapa do Brasil por conta da briga de dois ganhadores da Megasena, escapou da intolerância evangélica. Primeiro, foi negado pela Câmara dos Vereadores que se colocasse o nome de Frei Edgar numa praça em frente à catedral que o frade em questão havia construído, além de ter levantado o Hospital Santa Terezinha e o Colégio Crito Rei. Enfim, um benfeitor de toda a cidade. Depois, em uma mesa redonda, evangélicos se posicionaram contra a construção de uma estátua a Frei Bruno, que será a 4ª maior do mundo, depois de uma estátua gigante que será construída na Índia, da Estátua da Liberdade e do Cristo Redentor. Pergunto: qual o direito de os evangélicos serem contra a construção da estátua em que não irão despender sequer um centavo? E se os joaçabenses construíssem uma estátua gigante de Buda no mesmo local, qual o problema? A estultice evangélica não consegue ver que tal monumento só traz benefício para a cidade, pelo acréscimo de turistas do Brasil e do mundo inteiro que acorrerão ao local.

Durante cerimônia de casamento de um meu irmão, também em Joaçaba, realizada numa Igreja Presbiteriana, o pastor passou a atacar a Igreja Católica, chamou o Papa de anticristo e referiu-se aos padres como “morcegos”, talvez devido à roupa preta que uns poucos sacerdotes ainda usam. Esqueceu-se o infeliz pastor que ele era na verdade o “urubu-rei”, já que, durante as rezas e os escárnios, estava metido num traje tão ou mais preto quanto o dos seus desafetos.

Sérgio von Helder continua fazendo escola. No dia 25 de outubro de 2004, José Rocha do Nascimento, da mesma igreja do pastor talibã, invadiu a Catedral Militar Rainha da Paz, em Brasília, durante a reza do terço, ergueu a imagem de Nossa Senhora e a jogou no chão, onde se espatifou em quatro pedaços. Levado para a 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro, disse que aquele tinha sido “o dia mais feliz de minha vida”. E acrescentou: “Deus está contente por eu ter feito isso. Ele não gosta da idolatria” (Correio Braziliense, 7/11/2004, pg. 28).

Felizmente, episódio bem diferente se observa na Vila Naval Almirante Visconde de Inhaúma – Área Alfa, perto de Valparaíso, GO. Na Capela Sagrado Coração de Jesus e Maria, ocorrem cultos, tanto de católicos, quanto de evangélicos. A única exigência dos evangélicos é que as estátuas dos santos sejam retiradas antes do culto. Um ecumenismo que deveria ser a regra neste País, não a exceção.

Nestes anos todos, eu, que sou católico, nunca ouvi nenhum padre falar mal de outra religião. O mesmo não ocorre com os evangélicos. Em duas ocasiões, eu fui assistir a um culto da Assembléia de Deus, no Rio de Janeiro, a convite de meu cunhado. Lá, ouvi críticas de pastores contra os católicos, repetindo a lenga-lenga de que nós adoramos estátuas, quando apenas as veneramos. Numa daquelas ocasiões, um dos pastores pediu para todos os presentes orarem pela conversão de João Paulo II...

Estátuas do candomblé são destruídas nas margens do Lago Paranoá, em Brasília. Quem são os autores? Pelo que é dito por pastores evangélicos nas TVs brasileiras, esbravejando contra “macumbeiros”, é fácil a polícia achar uma pista. Não prende ninguém porque não quer.

Numa democracia, as leis são sempre decididas pela maioria. Isso não significa que a maioria tem o direito de impor, p. ex., sua religião sobre os outros. Nesse sentido, o melhor exemplo vem dos Estados Unidos, onde existe efetivamente a separação entre o Estado e a religião, ainda que em sua moeda se leia In God we trust. Questão cultural. Se o marxismo um dia vier a se estabelecer naquele país, por decisão da maioria, a moeda bem que poderia ter a legenda In Marx we trust. Seria apenas uma questão de coerência. Bobagem é o que se verifica na França, quando estudantes islâmicas são proibidas de usarem véus nas escolas, e cristãos de pendurarem um crucifixo no pescoço, ao mesmo tempo em que se pode vestir uma camisa com o rosto do serial killer Che Guevara, “el chancho” (o porco) ou de um cantor pop especializado em consumir drogas pesadas.

Se a maioria do povo brasileiro tem origem cristã, não há nenhum motivo para que todos os símbolos religiosos, cristãos ou não, sejam simplesmente apagados da vida nacional. Nossa Senhora é a padroeira do Brasil porque a maioria do povo é católica. Nada mais justo dentro de um Estado democrático, por mais que os marxistas, os positivistas e os talibãs evangélicos esperneiem.


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/2386/1/Nossa-Senhora-Aparecida-E-Os-Evangelicos/pagina1.html#ixzz13YNvrMf7

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CARA DO NOVO CONGESSO

O Congresso Tiririca
Uma pesquisa exclusiva ÉPOCA/Ibope ajuda a entender por que o palhaço cantor virou o símbolo das eleições para deputado e senador
Desde o início da propaganda eleitoral na TV, o palhaço Tiririca, nome artístico do humorista Francisco Oliveira Silva, de 45 anos, candidato a deputado federal em São Paulo pelo PR, repete dois slogans que viraram as marcas de sua campanha. O primeiro é “Vote em Tiririca. Pior que está não fica”. O segundo é “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu não sei, mas vote em mim que eu te conto”.
O próprio sucesso eleitoral de Tiririca, um dos prováveis campeões de voto para deputado federal, sugere a nulidade do primeiro bordão. Com uma campanha rica e organizada, Tiririca é incapaz de defender ou formular minimamente qualquer proposta e debocha acintosamente do sistema eleitoral.
Filipe Redondo / ÉPOCA Cerca de 60% dos eleitores acham que arrumar emprego, ajudar aliados e promover eventos de lazer são funções de um deputado federal
Só 13% valorizam em primeiro lugar os parlamentares que estudam e participam das votações importantes do país
73% afirmam que o total de deputados federais e senadores da República deveria diminuir
Estima-se que, em números absolutos, Tiririca poderá ser o parlamentar mais votado do Brasil, com potencial para atingir mais de 1 milhão de sufrágios. Esse índice seria suficiente para levar em sua garupa mais quatro ou cinco deputados para Brasília, beneficiando candidatos menos votados da coligação, que inclui PT, PCdoB, PRB e PTdoB.
Enquanto o primeiro bordão de Tiririca tende a ser desmentido pelos fatos, o segundo resume com precisão um tipo de deficiência que parece generalizado entre os eleitores. Uma pesquisa inédita feita pelo Ibope sobre o grau de conhecimento a respeito das funções de deputados e senadores mostra exatamente aquilo que Tiririca não para de repetir: a maior parte das pessoas aptas a votar não sabe bem ao certo para que serve um congressista.
O questionário da pesquisa foi elaborado por ÉPOCA com o auxílio do cientista político Fernando Abrucio e de profissionais do Ibope. A pesquisa mostra que a maioria dos eleitores é capaz de identificar corretamente algumas atribuições dos parlamentares. Quase 90% concordam que “votar pela criação ou reforma de leis” é função de um deputado. Além disso, 83% responderam positivamente à questão sobre a fiscalização do governo federal pelo Legislativo. Mas, em geral, prevalece na cabeça do eleitor a confusão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Na ONU, presidente do Irã diz que 11/9 foi farsa

Enviado por luisnassif, sex, 24/09/2010 - 07:29
Por carloslbf

Da Folha.com

A delegação americana na ONU (Organização das Nações Unidas) classificou como "repugnante" a teoria do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que os ataques de 11 de Setembro podem ter sido uma farsa apoiada pelo próprio governo dos Estados Unidos.

Em seu discurso a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Ahmadinejad explicou que há três teorias sobre os ataques de 11 de Setembro --e os americanos saíram da sala antes de ouvir a terceira delas.

A primeira: que um "grupo terrorista poderoso e complexo" conseguiu passar pelo sistemas de inteligência e segurança dos EUA. A segunda: "que alguns segmentos dentro do governo dos EUA orquestraram o ataque para reverter o declínio da economia americana e seu controle no Oriente Médio, também para salvar o regime sionista" --segundo o iraniano, "a maioria do povo americano, bem como de outras nações, e políticos concordam com essa visão".

Nesse momento, os americanos se levantaram e deixaram o auditório sem ouvir a terceira teoria, de que o ataque foi obra de "um grupo terrorista, mas que o governo americano apoiou e tirou vantagem da situação". Várias delegações europeias também saíram. Um diplomata europeu disse que as delegações europeias deixaram a sala em solidariedade aos EUA.

"Em vez de representar as aspirações e a boa vontade do povo iraniano, o senhor Ahmadinejad novamente escolheu declamar teorias conspiratórias repugnantes e calúnias antisemitas, que são tão detestáveis e ilusórias quanto previsíveis", afirmou o porta-voz da missão americana da ONU, Mark Kornblau, em comunicado logo após as declarações polêmicas do iraniano.

MAIS POLÊMICA

Em seu discurso, ele criticou ainda o sistema capitalista, defendeu o direito dos palestinos "exercerem sua soberania e escolherem seus líderes" e comentou a questão nuclear.

"Foi dito que as potências querem pressionar o Irã para o diálogo, mas o Irã sempre esteve pronto para o diálogo", disse o iraniano, que citou ainda a iniciativa de Brasil e Turquia para se chegar a um acordo de troca de combustíveis nucleares, que "recebeu uma reação inapropriada das potências".

Ahmadinejad defendeu a reforma da ONU "para que todos os países possam participar", e criticou a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança, como instituições monopolizadas pelas grandes potências. Ainda criticou a figura do secretário-geral da ONU, dizendo que deveria ser independente e não sofrer pressão.

O polêmico presidente ainda citou as ameaças de queimar o Alcorão, planejadas por uma pequena igreja americana na Flórida para marcar o aniversário do 11/9. Apesar de a igreja ter voltado atrás, deu origem a vários vídeos de pessoas queimando o livro sagrado muçulmano, publicados na internet e divulgados no mundo muçulmano.

"Muito recentemente o mundo testemunhou o ato feio e desumano de queimar o sagrado Alcorão", disse Ahmadinejad.

Ele rapidamente citou as quatro rodadas de sanções impostas ao país pelas Nações Unidas por causa de seu programa nuclear. Segundo Ahmadinejad, alguns membros do Conselho de Segurança da ONU "igualaram energia nuclear com bombas nucleares".

Também acusou os EUA de construir um arsenal nuclear em vez de se desarmar, e reiterou seu pedido para um mundo livre de armas nucleares.

"A bomba nuclear é a pior arma desumana e que deve ser totalmente eliminada. O TNP [Tratado de Não Proliferação] proíbe seu desenvolvimento e estoquem e pede o desarmamento nuclear", lembrou Ahmadinejad.

O início da era do petróleo no Brasil

Enviado por luisnassif, sex, 24/09/2010 - 09:16

A venda das ações da Petrobras –hoje na Bolsa Mercantil & Futuros (BM&F) – marca oficialmente a entrada do país na era do pré-sal. Ainda esta semana, uma enorme plataforma, recém-chegada da China, iniciou as primeiras perfurações na bacia.

É curiosa a maneira como a politização obsessiva tratou da questão do pré-sal.

Quando a Petrobras obteve a auto-suficiência, em vez de celebração, o feito foI tratado com desdém e ceticismo por boa parte da velha mídia.

***

Mais tarde, quando foram anunciadas as primeiras projeções sobre as reservas do pré-sal, novo festival de dúvidas. Em várias órgãos da imprensa mundial, as descobertas eram celebradas como as mais relevantes da década. Internamente, tratadas com eloquentes manifestações de dúvida, como se o país não fosse merecedor da dádiva do pré-sal, não sabendo separar ganhos do país de ganhos político do governo.

Um breve apanhado de análises e reportagens sobre o tema serviria para comprovar o ridículo das apostas negativas,

***

Depois, chegou-se na fase da definição do modelo de exploração. A idéia inicial – vitoriosa – era a de que as reservas do pré-sal deveriam ser uma ferramenta de desenvolvimento para o país. Logo, o modelo a ser adotado deveria permitir ao país absorver a maior parte do lucro proveniente da exploração.

Em geral, quando existe risco exploratório, adota-se o modelo de concessão, pelo qial as concessionárias correm o risco de furar poços vazios. Quando há certeza sobre o potencial, regime de partilha, no qual as concessionárias entregam parte da produção ao Estado.

Apesar de ser o modelo mais adequado para os casos de exploração de baixo risco, a decisão gerou um festival de críticas e de previsões de que o seria um fracasso.

Não adiantavam manifestações de empresas do mundo inteiro, interessadas em participar do pré-sal em qualquer das modalidades de exploração existentes. A previsão fatal dos ditos especialistas era a de que o modelo adotado significaria o fracasso na atração de empresas que poderia participar da exploração do pré-sal. Não ocorreu.

***

Finalmente, partiu-se para a capitalização da Petrobras. Foi planejado o movimento de venda de ações, com a União integralizando sua participação com reservas comprovadas. Novo carnaval em torno do preço a ser considerado para o barril de petróleo não explorado.

Depois, um festival interminável de manchetes nos principais jornais, visando jogar o preço das ações para baixo, para beneficiar os especuladores.

Fez-se de tudo. Manchetes com declarações de dirigentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), terrorismo com os efeitos do desastre do Golfo do México sobre a prospecção de petróleo em águas profundas. O apogeu foi a "denúncia" do jornal O Estado de S. Paulo de que, quando contratava funcionários, a Petrobras solicitava a folha corrida dos candidatos à Polícia Civil paulista. Uma medida de racionalização, de prudência, adotada por qualquer grande empresa, foi tratada como se atentado aos direitos individuais. A "denúncia" durou três dias, até se constatar que os dados solicitados não eram sigilosos.

Ao bater o martelo dando início à temporada de venda de ações, o país poderá celebrar uma grande conquista. Apesar da enorme torcida contrária.

domingo, 15 de agosto de 2010

livro do MEC para escolas públicas!

...“arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes” : isso está no livro do MEC para escolas públicas!
| author: Gusta

MEC envia a escolas públicas livro que narra estupro e tortura
O Ministério da Educação enviou pelo menos 11 mil exemplares para bibliotecas de colégios públicos que narra o sequestro de um casal, o estupro da mulher e o assassinato do rapaz. Segundo reportagem da Folha, o livro, “Teresa, que Esperava as Uvas” será usado como material de apoio a alunos do ensino médio, com idade a partir de 15 anos.

No texto as vítimas são torturadas e há frases como “arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes” e “[Zonha, o criminoso] deu um tiro no olho dele. [...] Ele ficou lá meio pendurado, com um furo na cabeça.”

De acordo com o jornal tanto o governo quanto a autora e a editora da obra defendem a escolha, por possibilitar que o jovem reflita sobre a violência cotidiana. O Filtro

posição de uma candidata sobre fator previdenciário

São Paulo, 25 de maio de 2010.

“A evolução de uma sociedade depende do permanente estado de vigilância exercido sobre os desmandos do poder público”.

Na manhã de 24 de maio, em entrevista a rádio CBN, a candidata à Presidência – Marina Silva disse que vetaria o fim do fator previdenciário; disse ainda que se possível instituirá uma Constituinte para a Reforma Fiscal e Previdenciária. E justificou o veto pelo “déficit causado pelo RGPS ao Tesouro Nacional da ordem de 5%”.

- Antes de tudo, o que o Governo, chama de déficit do RGPS, versa pelo saldo previdenciário, ou saldo primário. Confusão impetrada no sentido de absolutamente nada acrescer qualitativamente ao debate. Agora, a candidata que se apresenta como opção entre “velho” e o “atual” – tem o mesmo tom de discurso que permeia nossos destinos nos últimos 16 anos. Alega ter agora outro entendimento sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que havia votado contra enquanto no exercício parlamentar. Diz que assim se portou a época no Congresso, pelo entendimento geral (e mando) do seu então partido – o PT. Assim o que era contra fica a favor. Tudo é circunstancial na vida política brasileira e que tanto carece de pensamentos; diretrizes e marcos regulatórios de longo prazo. Desta forma, a DRU aplicada sobre as contribuições à seguridade social está corretíssima; fato este que era a bandeira do PT pela votação contrária no Congresso. Lula da Silva, também fez a mesma coisa e em nada alterou como prometido desde a sua primeira eleição e tão pouco reduziu a carga fiscal, mas sim a ampliou. Propôs também, e desnecessariamente, uma reforma fiscal e previdenciária e que absolutamente nada se concretizou ou pelos menos em favor dos contribuintes e segurados da Previdência. Governo após Governo; passam oito anos com suas pífias políticas públicas e depois buscam novamente os palanques para pedirem mais oito alegando não terem tido tempo de fazer o que almejavam; alegam não terem concluído, pois a oposição não permitiu (!?). Quando assumem, sempre recebem uma herança maldita e prometem o milagre do crescimento. Só os tolos ainda esperam.

Lamentavelmente a história se repete num circulo vicioso, e aquilo que se apresentava como opção – se apresenta como reencenação dos últimos dezesseis anos…

Nossa expectativa é a de sempre demonstrar opções e não simplesmente se pautar pelo contraditório em razão de qualquer balizamento político ou ideológico. Até mesmo porque a ideologia em nosso cenário político é uma ironia. A quase totalidade dos que se ‘dizem’ dotados de alguma ideologia são as viúvas do muro de Berlin; outros adoram ficar em cima do muro (qualquer um serve); e talvez a grande maioria sequer saiba se o muro de Berlin existiu, ou era continuação da muralha da China; ou do paredón de Fidel em Cuba.

- No relatório divulgado pela própria Previdência (2009), e sem a inferência de qualquer entidade externa ou mesmo de análises econômicas independentes, o resultado final do exercício de 2009 foi positivo ou superavitário em R$ 2,8 bilhões. Reafirma-se, que tal resultado não sofre nenhum outro entendimento senão aquele praticado pela Previdência, e pelo qual até podemos discordar; porém não é o caso. Não há, portanto considerações como as aprovadas pelo Congresso (LDO) onde se destaca a renúncia previdenciária de R$ 18,9 bilhões para corrente ano. Não há também, embora legal, porém discutível, a retenção pela DRU nesse resultado oficial. No ano passado, tais contribuições (CSSL e COFINS) somaram R$ 162 bilhões; sendo que 80% deveriam seguir seu destinado apropriado pela Constituição para a Cobertura Social e Previdenciária – RGPS. São aproximadamente R$ 129 bilhões para cobrir o saldo previdenciário negativo de R$ 42,9 bilhões; portanto, qual déficit o Tesouro cobriu no RGPS como dito pela candidata Marina Silva? Para onde foram as “sobras desse superávit”? Onde candidata encontrou um déficit de 5%? E sobre o que foi calculado?

Quiçá, para melhor informar, em especial à sua assessoria econômica e aos que discutem onde aplicar seja lá quanto e de onde tirar os recursos – vale ainda informar:

1º Em estudo da Professora da UFRJ- Dra. Denise Lobato Gentil, e em análise no período 1995 a 2005 sobre as Contas Nacionais; demonstra-se que foi arrecadado nas contribuições previdenciárias (CSLL; CONFINS e CPMF) o total de R$ 652 bilhões. Foram aplicados na Seguridade Social R$ 339 bilhões → (52%). O valor pertinente a DRU seria de R$ 122 bilhões no mesmo período – regime de caixa. Do saldo resultante: (i) R$145 bilhões foram destinados para cobertura do déficit do RPPS federal; (ii) R$ 17 bilhões para despesas correntes em vários Ministérios; (iii) e R$ 33 bilhões, cujo destino e aplicações não aparecem analiticamente nos demonstrativos de execução orçamentária por fonte de receita – SIAFI1.

2º Ainda entre 1995 e 2005, → notadamente entre 2000 e 2005, foram “sacados” – R$ 107 bilhões2 além dos 20% que a DRU permite; e assim denotam-se os motivos de tanta e tamanha defesa, além de aceites elogiáveis aos mecanismos pelos quais petistas e ex- petistas; políticos ou financistas travestidos de comentaristas econômicos e/ou a serviço de interesses corporativistas têm em defender o indefensável; ou seja, a “eminente falência do regime público previdenciário; pois desde já se aventuram herdeiros ao espólio arrecadátorio que certamente não cessará”. Responde-se assim por motivos que possam levar a muitos a propagandearem a “dúbia” interpretação do que é déficit ou não; do “misturar” Previdência com pavimentar estradas; do “dizer ou omitir” que em 2009 a incidência do saldo previdenciário negativo do RGPS foi de 1,26% do PIB e atendeu diretamente a mais de 27 milhões de segurados; e o déficit do RPPS Federal que atende pouco mais de um milhão de inativos foi de 1,92% do PIB. Assim, no Brasil, os políticos não só apenas reescrevem a história, mas também a aritmética mais elementar possível – “onde o menos vale mais”.

“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios. “ (Barão de Montesquieu).

sábado, 7 de agosto de 2010

DEBATE INCONSISTENTE

Uma decepção o que se viu no primeiro debate dos candidatos à presidência da república, promovido pela rêde Bandeirantes. Dos quatro personagens, nenhum deu ênfase às idéias e propostas concretas aos interesses dos brasileiros.

Serra, limitou-se a falar do país como se fôssemos só Minas Gerais e São Paulo, e, em raras oportunidades referiu-se ao Maranhão, e em nenhuma ocasião aos demais Estados. Prendeu-se ao tema mutirões de saúde, esquecendo que a qualidade e eficiência do atendimento de emergência, hospitalar e preventivo, depende de grandes investimentos e mudanças administrativas, na criação dos meios para tal.

Dilma, do alto das suas prerrogativas,como a “candidata do povo”, mencionando aqui e acolá os feitos do PT e do governo que a promove, tropeçou em números no que tange aos indicadores e resultados de ações que o atual executivo desenvolve, esquecendo que o atual presidente assumiu em condições plenamente favoráveis, com a moeda estável e inflação sob controle. Quando questionada sobre os assuntos tratados, como saúde, educação e segurança, destacou o bolsa família, ou os programas ora mantidos de forma superficial pelo governo Lula. Questões como o Crack, por exemplo, só tratou ao fazer pergunta para a candidata Marina Silva, esperando talvez uma colocação mais firme em relação à repressão dêsse mal.

Marina, só tem olhos para a preservação ambiental. E na sua evidente fragilidade, nem tocou em pontos cruciais do seu Estado do Acre, como a vigilância de fronteiras, o narcotráfico, o contrabando. Como os outros debatedores, ficou só nas respostas às questões tratadas e de forma evasiva.

Plínio, o protótipo do socialista de retrancas, com ideais comunistas ultrapassados ao fazer comparações dos dois mundos que existem na sociedade brasileira, com as desigualdades entre os que têm tudo e os que nada têm. Tratou superficialmente dos grandes problemas na distribuições de rendas, na propriedade, e deixou claro que os ricos precisam renunciar a tudo em favor dos pobres, que a culpa da miséria é dos mais aquinhoados. Aquele discurso manjado do social-comunismo de século passado.

Como se viu, nenhum dos debatedores tratou de forma aprofundada dos temas polêmicos e muito graves como o crime organizado, o tráfico de drogas, a vigilância das vastas áreas de fronteiras deste país, das mudanças que precisam ser urgentemente feitas no código penal com mudança das leis caducas; no sistema carcerário transformando o condenado preso em sujeito produtivo com o trabalhado obrigatório e vigiado –tal qual no serviço militar- nos diversos segmentos carentes, como reparos e conservação de estradas, agricultura comunitária, coleta de detritos às margens e no leito de rios e córregos, etc. No trato com a natureza quanto a proteção da biodiversidade, preservando-a do impacto ambiental em projetos como a transposição do S. Francisco, da hidrelétrica Belo Monte, das ações de mineradoras, da mineração clandestina, etc.

Esqueceram de que o Brasil, como país de proporções continentais, precisa aumentar as condições de Segurança com o combate rígido, direto e efetivo, via engajamento das forças de repressão sob um comando único, com pessoal bem treinado, conhecedor de princípios e normas jurídicas e acima de tudo, bem remunerados, vacinados contra a corrupção e sucumbência diante das vantagens ofertadas pelo inimigo (o crime a ser combatido). Da Saúde pública, não somente com mutirões ou SAMUS, mas com pesados investimentos em modernizações de hospitais e postos, com elevação da quantidade de leitos, de médicos e agentes de saúde qualificados, bem remunerados e comprometidos com o bom atendimento; se for preciso, até a importação da mão-de-obra médica, para otimizar o sistema.

Na Educação com uma completa mudança nos critérios de avaliações de alunos nos seus rendimentos de aprendizado, dos professores na produtividade do ensino com resultados premiados além da melhoria dos seus vencimentos, e dos gestores, na condução de programas administrativos voltados para o bom desempenho, a boa conduta, os bons exemplos; das condições nas instalações de escolas e universidades, do critério de premiação aos mestres de comprovada eficácia no ensino, da insistente vigilância que as escolas públicas devem adotar para coibir acesso do tráfico, expurgando do ambiente escolar o mau aluno, o mau professor.

Na infra-estrutura, com a produção, estocagem e transporte de alimentos, melhorando as condições de estradas, ferrovias e acessos vicinais para escoamento dos produtos e ótimas condições do transporte de passageiros. Esqueceram da inoperância de algumas agências reguladoras, como a Anatel, que não fiscaliza nem conduz a boa administração das Teles, hoje entregues a multinacionais que só estão preocupadas com os lucros da telefonia móvel, pois o sistema de telefonia pública está em bancarrota. Anvisa e Infraero, muito reticentes na administração dos aeroportos, complacente demais na fiscalização das normas do transporte aéreo.

E, da grande esperança que o brasileiro tem de melhorias e mudanças também no Legislativo, fazendo valer a ilibada conduta, a honestidade e o comprometimento dos futuros políticos, sejam senadores, deputados, com as coisas do interesse da nação e nunca com os interesses pessoais.

FICOU MUITO A DESEJAR ESTE PRIMEIRO DEBATE, POIS UMA GRANDE PARCELA DO ATENTO ELEITORADO BRASILEIRO DEIXOU DE SER O ZÉ MANÉ DE OUTRORA; APESAR DE QUE A GRANDE MAIORIA AINDA SE DEIXE DESLUMBRAR PELAS NINHARIAS E FALSAS PROMESSAS.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fwd: Princípio de Pareto

Princípio de Pareto
segunda-feira 29 de Maio de 2006 por Aldo Novak
Vinte por cento daquilo que você faz, produzem 80% dos resultados.

Vilfredo Pareto, economista italiano que descobriu que 80% das
riquezas tendem a ficar nas mãos de 20% da população. Você tem coisas
demais, para fazer, e pouco tempo para elas? Será que você não está
precisando usar o Princípio de Pareto na sua vida?

Coloque suas fichas no essencial. Esqueça o trivial. O resto, o
Universo faz para você. Durante o mais recente carnaval, tive a chance
de estar com um grupo de 34 pessoas, viajando pela Bolívia e Peru,
visitando templos e construções Aymaras e Incas. No caminho para Machu
Picchu, passamos pelo lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca, e
um dos viajantes veio conversar comigo sobre os problemas que tinha
para controlar sua vida.

E o que esse viajante disse é o que praticamente todas as pessoas que
vivem em grandes cidades repetem: "tenho coisas demais para fazer na
vida, mas quase nenhum tempo".

Conversei com ele por quase duas horas, mas uma das dicas eu entrego
agora para você, na forma de um antigo axioma, chamado Principio de
Pareto. Qualquer empreendedor conhece o princípio, embora poucos o
apliquem. O Principio de Pareto afirma que "apenas 20% daquilo que
você faz é responsável por 80% dos seus resultados".

Essa frase parece apenas um pensamento vago. Não é. Para onde você
olhar, notará que este princípio funciona de modo inequívoco. Claro
que há uma pequena variação estatística (que flutua entre 14 até 24%),
mas na média ponderada, a estatística é clara: 20% de qualquer coisa
provocam 80% dos resultados dessa coisa, seja o que for.

Em outras palavras, 20% dos alunos de uma sala de aula, são
responsáveis por 80% da bagunça e do caos, enfrentado pelos
professores. Controle os 20% e você controlará a sala de aula. Vinte
por cento dos clientes de uma empresa são responsáveis por 80% das
compras repetidas. Invista nesses 20% e eles trarão ainda mais lucros
para sua empresa. Vinte por cento dos criminosos são responsáveis por
80% dos crimes registrados. Se a polícia tomar de assalto estes 20%, a
criminalidade cairá 80%.

Parece fantasia? Não é. Em sua vida pessoal o mesmo acontece. Vinte
por cento daquilo que você diz para as pessoas são responsáveis por
80% das reações que provoca nelas. Portanto, todo cuidado é pouco
quando você conversa com alguém que seja importante para você: Se você
disser apenas 2 palavras ásperas, em 10... terá um problema de
relacionamento para cuidar. Vinte por cento daquilo que você escolhe
para comer é responsável por 80% dos problemas de saúde que surgirão
mais tarde, em sua vida. Troque os 20% que podem gerar essas doenças e
você obterá 80% de chance de não desenvolver tais problemas.

Enfim, apenas 20% por cento de tudo o que você lê em um texto (como
este) já contém o mais importante a ser dito. Os outros 80% são apenas
palavras de ligação, introdução, fechamento e repetição didática.

Na sua vida, isso é muito importante. Deixe-me repetir: MUITO
importante. Note que de tudo aquilo que você fizer essa semana, apenas
20% são coisas essenciais. As outras 80% serão apenas secundárias. Por
isso, a chave é escolher, ou decidir, quais são os 20% essenciais, e
jogar todas as suas fichas ali.

Você quer dar um salto em sua vida? Então, pare de assistir 80%
daquilo que você assiste na TV, e escolha os 20% que são essenciais
para você. Olhe para sua agenda e faça o melhor que puder com os 20%
essenciais, em seu dia, deixando os 80% triviais para fazer quando, e
se, sobrar tempo. Pare de se preocupar com aquilo que está nos 80%.
Concentre seus dias aos 20% essenciais.

Lembre-se do que dizia Pareto: "apenas 20% daquilo que você faz é
responsável por 80% dos seus resultados". Você jamais poderá fazer
tudo, mas ao menos fará o que é essencial para sua vida, seu sucesso e
sua felicidade.

--

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Luciano Teixeira Brandão

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Brasil das desigualdades

segunda-feira, 26 de julho de 2010
O Brasil das desigualdades
Então vem a ONU e mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais no mundo. E o brasileiro dá de ombros e tá nem aí... Não quer nem saber as razões do fisaco mundial. Mas o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento tem critérios para chegar as suas conclusões.

A desigualdade na sociedade brasileira decorre da péssima qualidade dos serviços básicos; da falta de infraestrutura para estradas, portos, aeroportos; da baixa renda; do arroxo fiscal, um dos mais pesados do mundo; da inércia educacional; do despreparo dos servidores públicos - uma legião de terceirizados no país; do caos na saúde pública; do incalculável e infindo cuisto da corrupção, dos rombos, dos desfalques e desvios das verbas públicas.

Quando se diz que o brasileiro tá nem aí, se está dizendo que a oposição também tá. Ela apenas dá de ombros e acha que está bem assim. É disso que o brasileiro gosta. E que todo político precisa.

Silvester Stallone não falou à toa

ALEX FERRAZ

Diante das já superdivulgadas declarações de Silvester Stallone sobre o Brasil (onde rodou recentemente um filme), afirmando que os brasileiros não estão nem aí “se você explodir o país, e ainda lhe dão frutas e macacos de brinde”, uma comoção nacional. Imprensa, intelectuais, empresários, gente do povo, todo mundo revoltado, achando uma “ofensa” ao País. Eu, mesmo correndo o risco de ser execrado por alguns (ou muitos!), devo dizer que concordo com o significado mais profundo do que disse Stallone. Se depender de mim, ele não “está alone”. Vejamos: no mesmo dia em que explodiram as declarações do ator/diretor norte-americano, ouvi e li nos meios de comunicação que o pai e o irmão do sujeito que atropelou e matou o filho de Cissa Guimarães, fazendo pega dentro de um túnel fechado, tentaram esconder o carro e consertá-lo às pressas, para encobrir o crime; ao prestarem depoimento, eles denunciaram que tinham sido chantageados pelo PMs que flagraram o acidente, que lhes cobraram 10 mil reais para liberar o carro, o que foi feito. Mas o pai desistiu de pagar o restante (na hora, tinha apenas R$ 1 mil) quando soube que o morto era filho de gente famosa (se fosse um neguinho da favela, tudo rolaria numa boa).
Neste mesmo dia, fico sabendo, via TV, que, entre outras pessoas e patentes, foram presos um coronel, um capitão e um tenente do Corpo de Bombeiros, em Alagoas, por desvio dos donativos para as vítimas de catástrofes climáticas recentes; mais adiante, ouço que os referidos desabrigados do Norte continuam mais desabrigados do que nunca, neste país onde se paga o maior imposto do mundo; outra notícia me diz que, em São Paulo, o militar que pilotava um jet ski com o qual bateu em outro, matando uma adolescente, pagou R$ 700 de fiança e foi embora da delegacia para onde fora levado; e. na Tribuna de sábado, leio que o indivíduo que matou um travesti com quem vivia disse estar tranquilo “porque não devo nada a ninguém”.
Aí, o cenário: diante de tudo isso - mais filas em hospitais, educação ruim, buraqueira, miséria total, inclusive no entorno do Palácio do Planalto -, a população só se emociona com futebol. Ou seja, o país vem sendo explodido há décadas, quiçá séculos, por ume elite dominante burra, fútil e perversa, e o povão, se não oferece frutas e macacos a quem os explode aqui, mantém-se distante de tudo e até ameaça quem proponha ouvir o noticiário sério e analisá-lo, em vez de ficar grudado no Globo Esporte e afins. Pois é: Stallone tem ou não tem razão? Ah, vamos deixar de hipocrisia!

sábado, 24 de julho de 2010

Admirável Brasil novo.

Aqui se dá a Lula o que é de Deus e a César, talvez, o Senado, porque Lula é a voz do povo e dá a bolsa conforme o eleitor. O príncipe é o sapo. Só espero que quem o voto fere, pelo voto seja ferido.
| author: Gusta

por Nelson Motta no Sintonia Fina

Estamos vivendo a alvorada de uma nova era no Brasil, com grandes transformações econômicas e sociais, gerando novos significados para velhas expressões. E até novos conceitos filosóficos, como “minto, logo, existo”, como foi comprovado nos depoimentos das CPIs.

Atualmente, os empresários não querem mais ter lucro, eles só trabalham para gerar empregos. Os bancos e grandes empresas só pensam em salvar o planeta, pela sustentabilidade. As organizações não-governamentais são sustentadas pelo governo. Só falta o almoço grátis.

Modernizamos até mesmo provérbios universais consagrados pela sabedoria popular. As apavorantes galerias de fotos de nossas casas legislativas são o desmentido cabal de que as aparências enganam. Nas Comissões de Ética, ladrão que julga ladrão dá cem anos de perdão, e é mais fácil o Marcelo Camelo passar pelo buraco de uma agulha do que o STF condenar um parlamentar. Aqui se faz e aqui se apaga. No Brasil, o ladrão faz a ocasião, com emendas parlamentares e contribuições de campanha. Porque a liberdade deles começa onde termina a nossa.

Neste país, quem dá (dinheiro público) aos pobres, empresta aos seus, naturalmente eleitores. Contra fatos não há argumentos, só bons advogados e lobistas eficientes. Macacos velhos têm suas cumbucas em paraísos fiscais, dinheiro sujo não se lava em casa. São partidos, partidos, negócios à parte - a parte de cada um no negócio. Afinal, tudo vale a pena se a multa é pequena.

Como se vê no noticiário político, mentir e coçar é só começar, conversa mole tanto bate até que cola, e CPI que é ladra não morde. Quem não mama, chora. Aqui, o barato não sai caro, no Senado sai de graça. O segredo é a lama do negócio.

No Brasil, tristezas não pagam dívidas de campanha, quando um burro fala os outros aplaudem, os cães ladram e a caravana é assaltada, e quando um não quer dois não roubam, chamam mais gente: os meios justificam os afins.

Aqui se dá a Lula o que é de Deus e a César, talvez, o Senado, porque Lula é a voz do povo e dá a bolsa conforme o eleitor. O príncipe é o sapo. Só espero que quem o voto fere, pelo voto seja ferido.
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às 18:16
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2 comentários:

"Política sem medo" disse...

Muito bom Gusta, deu ate para descontrair um pouco da raiva que eu sinto ao ler todo o noticiario e ver o que o PT continua fazendo. Lula fazendo campanha agora confirmando que e do Foro de Sao Paulo. Faltou a confirmacao de que e tambem das FARC que e a matriz do Foro e do MST. Ele veio em socorro a sua candidata que agora esta quase desativada (robot) ou sem autorizacao para falar, nao sei. Com tanta coisa acontecendo e uma candidata nao ter o que falar e uma coisa muito estranha. Mas para a petezada ha uma pesquisa oficial ai que esta dando vitoria para Dilma. Nao sei de onde eles tiraram esse resultado, sera que da cartola? So mesmo magica para estar dando empate entre os dois com vantagem para ela. E, nao custa nada sonhar, antes das eleicoes. Depois e tratar de se preparar para o "Governo de Transicao para Serra" e dai muita coisa vai ter que ser esclarecida. Serra quer que tudo seja muito bem explicado pelos acessores, militantes do PT. Nao vale deixar gavetas vazias principalmente nas financas publicas.
24/07/10 00:08
RR3C disse...

O cinismo

da mídia é, de um certo modo, empolgante. Estamos sempre na expectativa de uma nova patifaria nacional eleitoral.

Hoje, por exemplo, após o sucesso do comício dos mil na Candelária (?), a petista dilmatreira subiu feito foguete nas pesquisas. O dados proclamdos e decantados coincidiram, por mera coincidência observe-se, com o mega comício da candidata na terra natal do seu padim lulla, a metroplitana Garanhuns, que também é terra natal de mães que nascem analfabetas.

É bizarro! Prosaico e amadorístico.

As pesquisas são feitas para referendar a burla nas urnas eltrônicas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

EM TEMPO

ALEX FERRAZ

Quem com porcos se mistura, farelo come”. Cito-a a propósito da compulsão do governo brasileiro em se tornar parceiro de ditaduras abomináveis, exibindo tais laços com um orgulho indisfarçável de quem acha que vai “quebrar a banca” dos “capitalistas”. E não se trata apenas de mero jogo de campanha. As parcerias são para valer e envolvem muito dinheiro em trocas comerciais. Por exemplo, o jornal “Asia Times” publicou extensa reportagem na semana passada sobre a aproximação cada vez maior do Brasil com a Coreia do Norte, país governado pelo Presidente Eterno da República (é assim mesmo que eles chamam!) Kim II-sung (falecido), através do seu filho Kim Jong-II, um ditador que comanda o país com mão de ferro desde 1994, com muita censura e liberdade zero para os cidadãos (proibiram até a transmissão ao vivo da Copa do Mundo, que só será vista em gravações, caso a seleção deles ganhe a partida!). Pois é: laços comerciais cada vez mais fortes entre Brasil e Coreia, além de entendimentos políticos (sic) delicados.
Corta para o Irã, com cujo governo o nosso mantém estreitíssimos laços e ambos combinaram uma farsa chamada de acordo com o único objetivo de evitar as sanções internacionais contra o Irã, que está fabricando bomba atômica. O país dos “aiatolás atômicos”, como bem classificou o colunista Merval Pereira, é governado por um homem, Mahmoud Ahmadinejad (com licença da má palavra), que nega o Holocausto (e, portanto, inocenta Hitler), prende, tortura e executa homossexuais, censura imprensa e internet e trata as mulheres como seres abjetos.
Outros “amores” da atual política externa brasileira são Cuba e Venezuela. Os cubanos, sabemos a fartar, vivem em uma prisão ao ar livre (nem sempre ao ar livre, aliás!) naquela ilha do Caribe, governados pelo ditador Fidel Castro há meio século, e sem direito à liberdade de expressão. Qualquer manifestação anti-governo, lá, é cadeia certa, ou até mesmo execução. Na Venezuela, o bufão Hugo Chávez odeia a imprensa e a controla com mão de ferro, além de usar o seu exército para tudo, inclusive para obrigar tabelamento de preços. E aí, fica no ar a questão: como um governo pode ser parceiro de gente deste tipo e falar em liberdade e democracia aqui?
Bem, quanto aos “esquerdistas” brasileiros que morrem de amores por esses governos ditatoriais, faço uma sugestão: larguem as mordomias deste Brasil imenso e rico, abdiquem das liberdades e vão viver lá, caras!

O preconceito

domingo, 16 de maio de 2010

ÉTICA?

Do blog da Mirna

Nunca se mente tanto quanto antes da eleição, durante a guerra e depois da caça”.Georges Clemenceau (1841- 1929) – Estadista, médico e jornalista francês

Senhores,

Há Ética e há pessoas sem Ética.

Estes governos todos (à exceção de pouquíssimos políticos), têm primado pela FALTA DE ÉTICA. O atual ultrapassou o próprio ápice da mesma e se encontra em uma linha assintótica que não terá, portanto fim, pois tal linha, é uma curva tangente ao infinito.

E a falta de vergonha tem crescido acintosamente como o passar dos dias. Mostra-nos a mídia, e a Polícia Federal, a maioria das vezes, colige provas.

Qual o governo sério e digno, que teria como líder um Romero Jucá ?

Qual o governo sério e digno que teria como candidata para o maior cargo da República uma pessoa que tem faltado com a verdade reiteradamente?

Qual o governo sério e digno, que tem um Presidente do Senado cujas

representações contra o mesmo foram arquivadas pelo presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque, para que não fossem levadas a plenário?

Qual o governo sério e digno, cujo Secretário geral do Ministério da Justiça (filho do Corregedor Geral do Senado), tenha se evadido em férias e não foi de pronto afastado da posição que ocupava pelo presidente da República, consoante determina a legislação, para serem averiguados os atos que lhe acusam ter cometido?

Qual o governo sério e digno, que permitiria fosse concedida benesse vitalícia e inconstitucional (afronta o art. 37 da Constituição Federal) por Roseana Sarney – filha do presidente do Senado, para ex-governador cassado por “compra de votos”, etc…etc… para a qual tal ex- governador não contribuiu?

Determina a Constituição Federal:

“NENHUM BENEFÍCIO OU SERVIÇO DA SEGURIDADE SOCIAL PODERÁ SER CRIADO, MAJORADO OU ESTENDIDO SEM A CORRESPONDENTE FONTE DE CUSTEIO TOTAL“ – (art.195,V).

São tantos os membros dos Poderes envolvidos em escândalos que, em valendo o PROJETO FICHA LIMPA para este ano, poucos poderiam candidatar-se – ou mesmo continuar em seus cargos, pois suas ações desrespeitam frontalmente os Princípios dimanados do art. 37, caput da Lei Maior.

A senhorinha Dilma, por seu lado, fez declarações sobre não aceitar ajuda de políticos ‘”fichas suja”… porem, falou logo a seguir de forma ambígua… teceu considerações sobre as quais devem todos muito ponderar, antes mesmo de imaginá-la como possível candidata a receber seus votos. Deixou ela todas as portas abertas para receber adjutórios de politiqueiros carreiristas e hereditários que aí estão.. (*)

Desprezaria ela a ajuda de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, mais conhecido como ‘Sarney’ ?

… Ou de um Romero Jucá? ‘… ou mesmo de quaisquer outros, não importando se tenham ou não sido pela justiça declarados ‘culpados’,como determina a Constituição?

Ademais, sabemos – e bem – que, se tivermos que esperar ser a sentença transitada em julgado, ie. chegar à Decisão da qual não cabe mais recurso, o quadro político continuará o mesmo.

A justiça brasileira anda a passos de cágado. Os membros dos Poderes da República, em sua grande maioria, se irmanaram e se protegem mutuamente.

Portanto, estranhei dia desses ao ler que um determinado deputado havia sido condenado. Aleluia! UM o foi ! E OS OUTROS, QUANDO SERÃO?…

A respeito, escrevi matéria no mês anterior sobre o que realmente significa a expressão ‘trânsito em julgado’, seu verdadeiro entendimento à Luz do Direito:

“Pelo exposto, nem se venha a alegar o Princípio de Presunção da Inocência, insculpido na Constituição Federal de 1988 (inciso LVII do art. 5o): “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. A correta exegese do mesmo, não é a de que todo o homem se presumirá inocente, Claro está que “não se estaria consagrando propriamente o princípio da presunção da inocência, mas, sim, o da desconsideração prévia da culpabilidade, de aplicação mais restrita”.

Por outro lado, José Ribamar tem sido visitado por representantes de aposentados e mesmo por bem intencionados políticos, pedindo-lhe apressar a votação no Senado. Daquela feita, afirmou aos presentes que iria esforçar-se para que tal ocorresse. Um dia após ter isto asserido, aquele senador mudou a conversa e afirmou para a imprensa (sic) ‘haver projetos de interesse do governo – prioritários – que tinham que ser votados antes.

ÓBVIO: NÃO INTERESSA AO GOVERNO PROMULGAR O ‘FICHA LIMPA’. TAMPOUCO INTERESSA a Sarney – pois está ‘jogando’ com Lula, em ‘pendant‘,para que não sejam votados e promulgados os REAJUSTES e a queda do FATOR PREVIDENCIÁRIO:

PRIMEIRO, pelo fato de que a ‘limpeza’ política será tal, que praticamente serão destituídos grande parte dos políticos.

SEGUNDO, pelo fato de que o referido FATOR é “muito importante para as contas do governo”, como disse Miriam Leitão. Com todo o respeito que merece aquela economista, carece ela de conhecimentos não só necessários como imprescindíveis para discorrer sobre a Previdência Social. Em uma entrevista matinal afirmou : (sic) “O Brasil não tem idade mínima par a aposentadoria”…“O fator Previdenciário é importante para as contas do governo” e “O fator previdenciário é a grande derrota” …

Realmente é uma grande ‘derrota’ ,sim, senhora economista: o Estado terá menos dinheiro para suas gastanças já desmedidas.

Do exposto retro, verifica-se faltarem fundamentos jurídicos e atuariais às asserções de Miriam Leitão. Vale transcrever ensinamento do filósofo: “Vereis errar os mais sábios quando tratam de assuntos que desconhecem”.

Assim, sendo a Democracia…DO povo, Pelo povo e PARA o povo, é para este mesmo povo que os dinheiros vertidos em forma de contribuição deverão retornar, de acordo com a Lei Maior, que estão a atropelar sempre que lhes convém para alguns membros dos Poderes da República.

Penso, com supedâneo na Constituição Federal, na Lei de Introdução ao Código Civil, na Lógica e, acima e além, na Ética e na Moral, que tanto o “Projeto Ficha Limpa”, quanto os Reajustes das aposentadorias e Pensões, bem como a retirada desse malsinado Fator Previdenciário, deveriam ser as prioridades de um governo sério e votados e promulgados o mais rápido possível, passando a ter vigência antes mesmo das eleições.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque

OAB/RJ 004762

Fator Previdenciário, Reajustes e “Ficha Limpa” – o que tem em comum?

“Nunca se mente tanto quanto antes da eleição, durante a guerra e depois da caça”.Georges Clemenceau (1841- 1929) – Estadista, médico e jornalista francês

Senhores,

Há Ética e há pessoas sem Ética.

Estes governos todos (à exceção de pouquíssimos políticos), têm primado pela FALTA DE ÉTICA. O atual ultrapassou o próprio ápice da mesma e se encontra em uma linha assintótica que não terá, portanto fim, pois tal linha, é uma curva tangente ao infinito.

E a falta de vergonha tem crescido acintosamente como o passar dos dias. Mostra-nos a mídia, e a Polícia Federal, a maioria das vezes, colige provas.

Qual o governo sério e digno, que teria como líder um Romero Jucá ?

Qual o governo sério e digno que teria como candidata para o maior cargo da República uma pessoa que tem faltado com a verdade reiteradamente?

Qual o governo sério e digno, que tem um Presidente do Senado cujas

representações contra o mesmo foram arquivadas pelo presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque, para que não fossem levadas a plenário?

Qual o governo sério e digno, cujo Secretário geral do Ministério da Justiça (filho do Corregedor Geral do Senado), tenha se evadido em férias e não foi de pronto afastado da posição que ocupava pelo presidente da República, consoante determina a legislação, para serem averiguados os atos que lhe acusam ter cometido?

Qual o governo sério e digno, que permitiria fosse concedida benesse vitalícia e inconstitucional (afronta o art. 37 da Constituição Federal) por Roseana Sarney – filha do presidente do Senado, para ex-governador cassado por “compra de votos”, etc…etc… para a qual tal ex- governador não contribuiu?

Determina a Constituição Federal:

“NENHUM BENEFÍCIO OU SERVIÇO DA SEGURIDADE SOCIAL PODERÁ SER CRIADO, MAJORADO OU ESTENDIDO SEM A CORRESPONDENTE FONTE DE CUSTEIO TOTAL“ – (art.195,V).

São tantos os membros dos Poderes envolvidos em escândalos que, em valendo o PROJETO FICHA LIMPA para este ano, poucos poderiam candidatar-se – ou mesmo continuar em seus cargos, pois suas ações desrespeitam frontalmente os Princípios dimanados do art. 37, caput da Lei Maior.

A senhorinha Dilma, por seu lado, fez declarações sobre não aceitar ajuda de políticos ‘”fichas suja”… porem, falou logo a seguir de forma ambígua… teceu considerações sobre as quais devem todos muito ponderar, antes mesmo de imaginá-la como possível candidata a receber seus votos. Deixou ela todas as portas abertas para receber adjutórios de politiqueiros carreiristas e hereditários que aí estão.. (*)

Desprezaria ela a ajuda de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, mais conhecido como ‘Sarney’ ?

… Ou de um Romero Jucá? ‘… ou mesmo de quaisquer outros, não importando se tenham ou não sido pela justiça declarados ‘culpados’,como determina a Constituição?

Ademais, sabemos – e bem – que, se tivermos que esperar ser a sentença transitada em julgado, ie. chegar à Decisão da qual não cabe mais recurso, o quadro político continuará o mesmo.

A justiça brasileira anda a passos de cágado. Os membros dos Poderes da República, em sua grande maioria, se irmanaram e se protegem mutuamente.

Portanto, estranhei dia desses ao ler que um determinado deputado havia sido condenado. Aleluia! UM o foi ! E OS OUTROS, QUANDO SERÃO?…

A respeito, escrevi matéria no mês anterior sobre o que realmente significa a expressão ‘trânsito em julgado’, seu verdadeiro entendimento à Luz do Direito:

“Pelo exposto, nem se venha a alegar o Princípio de Presunção da Inocência, insculpido na Constituição Federal de 1988 (inciso LVII do art. 5o): “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. A correta exegese do mesmo, não é a de que todo o homem se presumirá inocente, Claro está que “não se estaria consagrando propriamente o princípio da presunção da inocência, mas, sim, o da desconsideração prévia da culpabilidade, de aplicação mais restrita”.

Por outro lado, José Ribamar tem sido visitado por representantes de aposentados e mesmo por bem intencionados políticos, pedindo-lhe apressar a votação no Senado. Daquela feita, afirmou aos presentes que iria esforçar-se para que tal ocorresse. Um dia após ter isto asserido, aquele senador mudou a conversa e afirmou para a imprensa (sic) ‘haver projetos de interesse do governo – prioritários – que tinham que ser votados antes.

ÓBVIO: NÃO INTERESSA AO GOVERNO PROMULGAR O ‘FICHA LIMPA’. TAMPOUCO INTERESSA a Sarney – pois está ‘jogando’ com Lula, em ‘pendant‘,para que não sejam votados e promulgados os REAJUSTES e a queda do FATOR PREVIDENCIÁRIO:

PRIMEIRO, pelo fato de que a ‘limpeza’ política será tal, que praticamente serão destituídos grande parte dos políticos.

SEGUNDO, pelo fato de que o referido FATOR é “muito importante para as contas do governo”, como disse Miriam Leitão. Com todo o respeito que merece aquela economista, carece ela de conhecimentos não só necessários como imprescindíveis para discorrer sobre a Previdência Social. Em uma entrevista matinal afirmou : (sic) “O Brasil não tem idade mínima par a aposentadoria”…“O fator Previdenciário é importante para as contas do governo” e “O fator previdenciário é a grande derrota” …

Realmente é uma grande ‘derrota’ ,sim, senhora economista: o Estado terá menos dinheiro para suas gastanças já desmedidas.

Do exposto retro, verifica-se faltarem fundamentos jurídicos e atuariais às asserções de Miriam Leitão. Vale transcrever ensinamento do filósofo: “Vereis errar os mais sábios quando tratam de assuntos que desconhecem”.

Assim, sendo a Democracia…DO povo, Pelo povo e PARA o povo, é para este mesmo povo que os dinheiros vertidos em forma de contribuição deverão retornar, de acordo com a Lei Maior, que estão a atropelar sempre que lhes convém para alguns membros dos Poderes da República.

Penso, com supedâneo na Constituição Federal, na Lei de Introdução ao Código Civil, na Lógica e, acima e além, na Ética e na Moral, que tanto o “Projeto Ficha Limpa”, quanto os Reajustes das aposentadorias e Pensões, bem como a retirada desse malsinado Fator Previdenciário, deveriam ser as prioridades de um governo sério e votados e promulgados o mais rápido possível, passando a ter vigência antes mesmo das eleições.