segunda-feira, 25 de julho de 2011

Seleção sem eleição


Com a palavra...

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Até a metade da década de 70, os jogadores de futebol carregavam no peito o orgulho de elevar o nome da pátria, tendo em vista que nas demais áreas, apesar de termos excelentes profissionais, éramos relegados a um 5º plano.

Atualmente nossos atletas carregam na alma o logotipo da empresa que os patrocina. A seleção nacional apenas lhes serve como vitrine para aumentar seus polpudos contratos.

Antigamente eles até ajudavam suas comunidades de origem e por isto mereciam a idolatria como um cidadão que se preocupava com os que o cercavam por conhecer na pele e entender o sofrimento daqueles que o aplaudiam.

Atualmente frequentam as “altas rodas” compostas por legisladores pilantras, artistas drogados e são cercados belas mulheres que apenas visam uma pensão vitalícia depois de 2 ou 3 meses de um casamento mal sucedido.

Pelo lado das autoridades governamentais, a prática de usar o esporte como biombo para esconder os problemas sociais não se altera. Basta conquistarmos um torneio esportivo de qualquer nível (até um sub-15) para que os corruptos tirem retratos com os atletas e repentinamente se transformem em “honestos” cidadãos sem culpa nas denúncias desnudadas por parte da imprensa ainda não domesticada.

Felizmente, nosso técnico Mano Menezes escalou mal, substituiu mal, esquematizou pior ainda e não conseguiu incutir no bando que se reuniu para a Copa América 2011 o espírito cívico que observamos nas lágrimas de atletas que participam de uma olimpíada mesmo sem ajuda das autoridades esportivas que agora só se dedicam à construção de portentosos estádios onde as “ilicitações” progridem (os valores quintuplicam) a favor de suas contas bancárias. Pelo menos por esta ineficiência devemos agradecimentos ao nosso técnico.

A euforia de uma vitória de nossa equipe tem uma duração máxima de 15 dias. Mas a mídia sabe esticá-la até as portas das eleições sob o patrocínio da elite dominante que prega alegria para o povo com a barriga vazia.

Os títulos que a seleção conquistou não reduzirão o sofrimento que contamina o povo por descaso das autoridades. Também não servirão para unir a população na busca de sua dignidade (se assim fosse, o governo até impediria a participação do time na competição).

Apesar de toda “bola” que corre nos escândalos denunciados, o povo não sabe se unir para protestar contra a subtração de seus impostos a favor daqueles que vivem desfrutando das mordomias oferecidas por estas verbas desviadas.

Que o povo manso continue pensando apenas em como furar as redes dos goleiros adversários.

O futuro de seus herdeiros pode esperar até depois da próxima conquista no esporte. Porque conquista social, só depois de uns 500 anos.

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