segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Excelência do Homem Sábio

A Excelência do Homem Sábio

A postura de Aristóteles em privilegiar a vida ensimesmada do homem sábio, opunha-se a dos sofistas que circulavam em meio aos lugares públicos como também àquela que Sócrates levou, mas que depois tornou-se comum entre os estóicos e os epicuristas do período helenístico. Essa apologia ao pensador, oposta ao do homem de ação, ao político, deve-se igualmente à motivos históricos bem concretos. Na época de Aristóteles, que viveu por inteiro no século IV a.C., deu-se o declínio definitivo da polis. A independência das cidades-estados gregas deixara de existir, independência que o grande orador ateniense Demóstenes tentou de todos os modos inutilmente defender. No seu lugar ergueu-se o poder dos reis macedônicos, de Felipe II e do seu filho Alexandre, o grande, educado por Aristóteles. A nova autoridade suprimiu com a autonomia delas, ocupando-as com guarnições de soldados reduzindo-as a pequenos átomos do grande império helenístico que eles construíram e com o regime dos diádocos que sucedeu a Alexandre após a morte precoce dele em 323 a.C.. Com o fim da vida política local não tinha realmente nenhum sentido preparar-se para as injunções da política ou para as questões públicas em geral.


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Um viés de um templo

O Herói e o Sábio


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Uma vida dedicada a buscar a verdade

Aristóteles também criou um mito que, muito mais tarde, na época do cristianismo, consagrou-se com o surgimento do monge, um devoto da nova fé que retirava-se do mundo profano para consagrar-se inteiramente à purificação da sua alma. Era a versão cristã do sábio pagão. Porém na época em que ele defendeu a vida do filósofo como a preferida de ser vivida pelo homem livre superior, Aristóteles estabeleceu uma alternativa à celebração do heróico guerreiro, tão comum naqueles tempos, fazendo com a existência de um homem entregue ao pensamento fosse o mais alto grau a que um ser humano poderia ambicionar atingir, e não a de um valentão armado com espada e escudo.

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