terça-feira, 3 de abril de 2012

De olho no mundo -







Depois de o país descobrir que o senador Demóstenes Torres era apenas uma grande fraude, agora é o ator e deputado de ocasião Stepan Nercessian quem aparece na lista de pagamentos de Carlinhos Cachoeira. Apertado, disse que os R$ 175 mil recebidos do contraventor eram empréstimo pessoal para comprar um apartamento.
O ministro Ricardo Lewandowski, ágil na geração de dificuldades ao andamento do processo do mensalão dos petistas, agiu na velocidade de um raio ao solicitar investigação e quebra de sigilo bancário de Demóstenes Torres. Afinal, enquanto o senador ficar sangrando haverá refresco para escândalos oficiais como o da Casa da Moeda.
Tem muita gente trabalhando para Demóstenes furar a fila na passarela das safadezas de Pindorama. Uma tentativa canhestra de jogar todos os holofotes em cima do senador encrencadíssimo e criar para ele um rito sumário de expiação, de modo a empurrar o julgamento do mensalão petista para mais adiante.
Também há gente achando melhor pisar no freio das investigações das patifarias do senador goiano. Afinal, o governo petista do Distrito Federal, comandado pelo roleta-russa Agnelo Queiroz, tem ligações íntimas com a fauna de Carlinhos Cachoeira. E o governo federal prefere ver Demóstenes vagando pelo Senado a ter aberta uma temporada de caça às bruxas, de consequências imprevisíveis.
Já está escrito nas estrelas que a Copa de 2014 vai custar ao redor de R$ 70 bilhões. Não bastasse ser a mais cara de todos os tempos, essa montanha de dinheiro ultrapassa o custo das Copas de 2002 (Japão e Coreia do Sul), 2006 (Alemanha) e 2010 (África do Sul) juntas. Professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense desenvolveram estudos que mapeiam o abismo: apenas o BNDES deverá desembolsar R$ 31,9 bilhões de dinheiro público nessa farra da bola, desrespeitando “uma série de princípios, como o da publicidade de suas contas, da economicidade e probidade no uso do recurso público”.
Teve início um movimento, muito bem recebido no Brasil, para que Franz Beckenbauer substituísse Jérôme Valcke como interlocutor da Fifa com nosso governo. Até Joseph Blatter vir à boca de cena e informar ao distinto público que Valcke segue firme na posição de sempre.
A última vítima das broncas monumentais de Dilma Rousseff foi o ministro Gilberto Carvalho, que não deverá permanecer muito tempo mais no cargo. Ele já comunicou sua intenção de sair a Lula da Silva, a quem “representa” no ambiente palaciano. A presidente também vinha desconfiando de que Carvalho era o responsável pelo vazamento à imprensa de assuntos tratados em reuniões reservadas. Até que passou a cortá-lo desses encontros e nada mais foi publicado indevidamente.
Os tucanos vivem mais um grande dilema político. Para afastar José Serra da campanha presidencial de 2014, há quem defenda prévias para escolher o candidato do partido até abril de 2013 – o que impediria Serra de qualquer movimento nesse outro tabuleiro. Porém, isso obrigaria o escolhido, possivelmente o senador Aécio Neves, a entrar em campanha muito cedo, inclusive começando a bater no governo.
Por razões que até Deus duvida, o deputado Tiririca, ao que parece, descobriu o que faz um deputado sem função: na maior galhofa, tem dado passes, ora como pastor, ora como pai de santo em eleitoras que o procuram no Congresso reclamando de encostos. O pior é pensar que tais baixarias são pagas com dinheiro público, outra palhaçada de péssimo gosto.
Já estão vigorando medidas mais duras para a entrada de espanhóis no Brasil, numa tentativa de estabelecer reciprocidade aos constantes maus-tratos que brasileiros enfrentam no aeroporto de Madri.
Houve quem prendesse a respiração depois que Fidel Castro perguntou a Bento 16 o que faz um papa. Afinal, como o velho Comandante ilhéu está desocupado...
Quem gosta de luxo não perde por esperar: a rede de hotéis Ritz-Carlton, uma das mais refinadas do mundo, fincou bandeira no Rio de Janeiro, precisamente na Barra da Tijuca. Pretende erguer ali um cinco estrelas com a tradição da marca – realmente de primeira linha.
O cineasta Walter Salles vai disputar a Palma de Ouro em Cannes, com seu novo filme On the road, baseado no livro mítico de Jack Kerouac, cuja produção é assinada por Francis Ford Coppola e Marin Karmitz.
Já Cecília Amado, acaba de ser premiada no Festival de Cinema de Punta del Este, com Capitães de areia. Foi escolhido o melhor filme pelo júri popular. E o avô, Jorge Amado Jorge, será tema de exposição no Museu da Língua Portuguesa, em Sampa, enfeitada por fitas do Senhor do Bonfim, cacau torrado e garrafas de dendê.

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