sábado, 28 de novembro de 2009

freqüentar os bregas no centro e na Cidade Baixa. As noites, principalmente nos finais de semana, eram agitadas, com o vai-e-vem dos homens em busca de uma saia, um par de pernas, um aconchego. O pessoal andava de brega em brega, para ver as novidades e não repetir mulher, pois aí já virava “compromisso”. Se o cara fosse para a cama três vezes com a mesma mulher ela já virava sua “amante” ou “favorita” e quando ele chegava, ela saia do colo de qualquer um, em posição de respeito. Mas, também, ai dele se procurasse outra mulher da casa. Era passível de levar uma Gillete na cara.
O pessoal andava, evitando sujar o terno de linho branco, de um ponto a outro. Saía da Gamboa e ia para a Montanha; da Montanha para a Conceição da Praia, da Conceição da Praia para a Nossa Senhora da Ajuda e outros. Os bregas mais famosos eram o Maria da Vovó, o 63 e um da Gamboa que não lembro o nome e outro lá na Gameleira. Também tinha puteiro para todo tipo de bolso. Quem tinha grana, dava uma passada antes no Varandá, para ouvir música e comer bem antes do lufa-lufa. Ou ia para lá depois da esbórnia. Quem não tinha lá essa grana toda corria o risco no Maciel ou na Ladeira da Misericórdia e Ladeira da Montanha ou na rua do Aliança. Tabaris era coisa de luxo e para poucos, tanto que tinha de estar trajado a caráter. O lugar era tão bom de música, comida, bebida e prazer que as próprias putas quando fechavam o negócio iam para lá se divertir.
O movimento intenso do vai-e-vem entre as buates, como a Cloc e o Anjo Azul ou cassinos, era determinante para saber das novidades: quais as casas que estavam com meninas novas. Qual a francesa que tinha chegado, qual a argentina que foi contratada ou uma polaca, sendo nestes tipos as mais procuradas. E cada novidade custava os olhos da cara e os jovens que viviam de mesada, de arranjos ou de biscates, só podiam olhar, enquanto tomava um Cuba Libre com bastante gelo para refrescar a cabeça. Era tudo mais simples.

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