quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SEITAS EVANGÉLICAS?



Como definir igrejas evangélicas que abandonaram doutrinas fundamentais da fé cristã, e são consideradas por alguns pesquisadores apologéticos como seitas? Procurar encontrar uma terminologia para definir seitas pseudocristãs, como por exemplo, os Adventistas do Sétimo Dia, é algo bem trabalhoso. Embora tenha lido inúmeros livros apologéticos e variados artigos sobre seitas, nunca encontrei uma terminologia adequada para definir estes grupos religiosos. Estudando o assunto constatei - através de fatos - que alguns grupos ditos cristãos, não poderiam ser de fato incluídos como igrejas cristãs verdadeiras. Foi então que cunhei a terminologia: seitas salvíficas.

Primeiramente teríamos a difícil tarefa de definir a palavra seita, que segundo alguns estudiosos, seria – “Um Grupo de Seguidores de um líder humano”. Se entendermos seitas por esta definição, então teríamos grupos ditos evangélicos que também seriam seitas, a exemplo dos Adventistas do Sétimo Dia, Congregação Cristã no Brasil, Igreja Apostólica Renascer, Igreja Internacional da Graça, Igreja Universal do Reino de Deus. A menos que não queiramos admitir, é inevitável afirmarmos que os ensinos destes grupos se restringem a uns poucos pontos realmente bíblicos do evangelho do Senhor Jesus Cristo ao passo que, seus ensinos particulares são priorizados.

Devemos ter em mente que uma seita não salva, assim como nenhuma igreja verdadeira de fato salva, somente Jesus Cristo é quem salva uma pessoa ( Jo 3.16). Mas se uma seita não salva, e uma pessoa sincera que esteja buscando a Deus, procura uma religião falsa, onde o Cristo verdadeiro não é apresentado, ela não chegará ao verdadeiro conhecimento de Deus. Então como uma pessoa pode estar pertencendo a uma seita e ser salva ao mesmo tempo? Devemos entender neste contexto que o Senhor Jesus observa os corações que verdadeiramente estão desejosos pela salvação na sua Pessoa. A história da Igreja, nos fornece informações que em alguns mosteiros remotos da Idade Média havia alguns monges isoladamente que através de seus escritos nos mostram que desfrutavam de uma comunhão verdadeira com o Senhor Jesus Cristo. Temos que admitir que nunca houve de fato uma apostasia total da Igreja do Senhor, mas sim, uma apostasia parcial, o que não é questionado por nenhum pesquisador sério. Então seria muita prepotência de nossa parte admitir que “todos” os monges que passaram por este planeta não alcançaram a salvação em Cristo.

Algo bem diferente é admitirmos que existe salvação no catolicismo romano atual, onde a apostasia é latente em todos os seus círculos . Certamente na Idade Média ou mesmo antes deste período a salvação em Cristo estava acontecendo em todo o mundo, pois sabemos que a Igreja verdadeira jamais foi destruída pelas forças do mal ( Mt 16.18). Sabemos que a salvação nunca foi encontrada nas mesquitas muçulmanas, nem nas religiões orientais ou tribais, ou mesmo no budismo, mas em Cristo a salvação sempre foi oferecia a todos (I Tm 2.4,5). Acreditamos que as pessoas que dispusessem de uma Bíblia, a salvação lhe era mais acessível, pois é pelo conhecimento das Escrituras que se deslumbra a salvação em Cristo. No caso do seguidores do Catolicismo Romano as probabilidades de obter este conhecimento das Escrituras era bem mais acessível. O que se torna impossível ter acesso ao Deus verdadeiro em outras religiões que não dispunham da Palavra de Deus aos seus seguidores.

Se tratando de movimentos neopentecostais, devemos observar que tais organizações religiosas geram diversas ambigüidades e muita frustração por meio de suas doutrinas, em inúmeros de seus seguidores, o que é bem explicado no recente livro do Dr. Paulo Romeiro – “Decepcionados com a graça” da conceituada Ed. Mundo cristão. Alguém pode concluir então - ao ler este artigo - que o comentarista estaria afirmando que “todo o mundo neopentecostal” consiste numa aglutinação sectária. Entretanto, devemos entender que o neopentecostalismo trouxe ao mundo cristão mais ensinos perniciosos do que esclarecedores, ou seja, pouco se dedicaram à transmissão do evangelho verdadeiro. As pessoas que procuram uma igreja neopentecostal, pensando se tratar de uma igreja pentecostal, muitas das vezes está “levando gato por lebre”. Inicialmente, ele julgará que aquele “prato que é lhe servido”, trata-se do genuíno evangelho de Cristo e, com o decorrer dos anos, terá - na maioria das vezes - uma grande decepção. Inúmeros artigos disseminados pela rede mundial já não vêem o movimento neopentecostal com seriedade e, na vida prática, estes “ministros” continuam, dia após dia, enchendo seus cofres profanos, com as moedas de um povo sincero.

Acredito sinceramente que as igrejas mencionadas acima sejam seitas; não merecem o devido crédito teológico, ou mesmo de uma pessoa que, piedosamente, deseja servir a Jesus Cristo. Não questiono a legitimidade da fé de nosso povo, mas o faço em relação aos seus líderes. Com a finalidade de qualificar estes segmentos evangélicos, criei a terminologia, “seitas salvíficas”. E, embora defenda veementemente este ponto de vista, sinto-me compelido a admitir que, afinal, o profundo amor de Deus alcançará grande parte daqueles que freqüentam estas instituições religiosas, pois Deus jamais rejeitará um penitente ( Jo 5.24). Todavia, os já referidos líderes, responderão pelos seus ensinos obtusos, dúbios e fraudulentos que mais produzem divisões do que edificação ( 2 Pd. 2.1-3).

Dentre as igrejas supramencionadas, a única que não deve ser arrolada como parte do movimento neopentecostal é a Congregação Cristã no Brasil - primeira igreja pentecostal formada em solo nacional em 1910, fundada por Louis Francescon.

Esta igreja, em minha opinião, pode ser classificada uma seita salvífica, pois tenho certeza de que existam pessoas salvas por Cristo no seio desta comunidade. Contudo, seu exclusivismo militante; seus ensinos flagrantemente anti-Bíblicos; a defesa obsessiva dos costumes que cegamente praticam como se fossem indispensáveis à salvação; a relutância em praticar o evangelismo público, bem como, sua jactância diante das demais igrejas cristãs no Brasil, figura como algo absolutamente inaceitável para qualquer pessoa que transmite e pratica o verdadeiro evangelho.

Existem pelo menos cinco motivos pelos quais considero estas igrejas seitas:
1- Os membros destes movimentos não são conhecidos em grande parte pelos seus lideres, ou seja estes ministros não conhecem o seu rebanho, algo inconciliável para um ministério pastoral.
2- Eruditos mundialmente respeitados como o Dr. Norman Geisler consideram o movimento palavra da fé como seitas, o que compartilho devido minha visita aos EUA, onde permaneci por meses, conhecendo de perto o movimento da fé. O movimento da fé são as igrejas carismáticas da América que compartilham com a teologia do movimento da fé.
3- Assim como o deus do movimento da fé é um deus falso, o deus do neopentecostalismo brasileiro também o é. É um deus bem diferente do Deus Bíblico apresentado pelas Escrituras. No livro “Templo, teatro e mercado, p. 369,374”, Leonildo S. Campos apresenta o deus do neopentecostalismo:
“ O Deus que emerge das afirmações iurdianas é uma divindade escrava de suas promessas, dentro de uma lógica implacável, assim argumenta o pastor: Deus promete saúde e prosperidade, exige que o fiel faça a sua parte, contribuindo para a “casa de Deus”. Cumpridas todas as exigências, com muita fé e nenhuma dúvida, o milagre só tem que acontecer. Basta exigir de Deus a realização de tais desejos. Mas e se não der certo? Ainda dentro dessa lógica, a culpa é do fiel, que deve ter tido falta de fé em algum momento do processo. Aos olhos de uma população empobrecida, crédula, em busca de soluções de menor esforço, carente de auto-estima e otimismo, a cura divina se paresenta como um meio atraente e irresistível, principalmente aos que se sentem sem luz dentro de um enorme túnel. É claro que nem todas as expectativas de cura são atendidas”.
4- Os adeptos do movimento neopentecostal em grande parte apresentam um diagnostico igual ao dos sectaristas, com síndrome de perseguição, relutância em raciocinar biblicamente e não aceitam serem refutados.
5- O movimento neopentecostal sempre está inovando seus cultos com os mais absurdos atrativos para uma igreja cristã, contanto que a Igreja Cristã verdadeira não precisa de nenhuma inovação pois é o evangelho que transforma o individuo em nova criatura, não necessitando de atrativos mundanos para atrair os pecadores à Cristo.


Acredito que as opiniões ventiladas através deste artigo, não sejam exatamente, consensuais. Não obstante, também creio se trata de uma maneira mais clara de entendermos o cristianismo pós-moderno. A confusão criada por estes grupos nos coage a agir com maior precisão, quando nos referimos a eles. Quero recomendar àqueles que desejam ser verdadeiros discípulos de Jesus, que procurem uma igreja evangélica comprovadamente bíblica, onde as autênticas doutrinas cristãs sejam continuamente enfatizadas e cristãos genuinamente transformados por Jesus Cristo, congreguem, sem legalismo, nem exclusivismo. Somente a Palavra de Deus trará o refrigério que as pessoas estão buscando para suas vidas ( Mt 11.28,29).

Marcos Lopez - Presidente da Sociedade dos Pensadores Cristãos

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