sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DOIS BRASÍS - SEGUNDA PARTE

DOIS BRASÍS
JOÃO ALMEIDA
SEGUNDA PARTE
Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. Os números de empregos alardeados pelo governo e repetidos vezes pela mídia não passam de situações provisórias, por exemplo o crescimento da construção civil, alguns casos bem particulares realmente empregam, como é o caso de algumas regiões agrícolas na BAHIA que capacitam e remuneram bem a mão obra, no mais....
Os que vêm do Brasil B de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado.
Somos maioria...e somos poucos os que conseguem ir de mala e cuia do Brasil B para o Brasil A.
Tudo isso não é coisa só nossa e nem coisa nova, em qualquer parte do nosso planeta a situação é a mesma, dois países no mesmo espaço geográfico, sendo essa condição absolutamente normal, sempre foi assim desde o inicio dos tempos. As desigualdades não é o problema maior, o que é grave são as condições que se impõem a fatia da população situadas nas classes C e D ou seja: desigualdade extrema!. Assim volto a questão da probabilidade que uma pessoa de família modesta tem de obter um nível excelente de instrução e mais ainda de usufruir serviços de qualidade , comprometendo aí a sua condição humana que fica situada numa verdadeira tragédia.
Já sofremos com a degradação do ensino público porem ao seu lado nota-se perfeitamente uma queda na qualidade da culturabilidade de pessoas que embora tenham embaixo dos braços diplomas e certificados. O ensaísta canadense Alberto Mangue disse que além do analfabeto que não teve chance de aprender a ler, existe outro tipo de iletrado o que cultiva a ignorância desejada. É a atitude de quem não dá importância à cultura mesmo sendo escolarizado”
Nem todos desejam o do bom e do melhor, é fato que muita gente vive bem com pouco, mas é impossível viver bem com muito pouco. Viver bem com pouco, é ter uma morada modesta mas aconchegante, viver com muito pouco é morar num barraco numa invasão. Ser feliz com pouco é ser atendido por um médico quando precisa, com muito pouco é sofrer em filas, sentir dor sem sedativo e passar uma eternidade aguardando uma consulta um tratamento uma cirurgia. Logicamente que é um privilégio ter acesso ao que ha de melhor em todos os campos, privilégio justo quando a pessoa percorreu um caminho de sucessos adquirindo suporte financeiro para usufruir benefícios diferenciados. Nada contra, mas para quem não teve as mesmas oportunidades, é justo o que acontece por todos os cantos do Brasil? Claro que é um descaso extremamente desumano sem prazo para acabar, e por que ? por uma questão de cultura , cultura é o modo como indivíduos ou comunidades respondem às suas próprias necessidades e desejos . Um exemplo que me veio a cabeça agora aconteceu na época dos paraísos socialistas; que realizavam as necessidades básicas das pessoas e ofereciam um estupendo sistema de educação. O resultado foi que o povo bem educado obteve informações sobre o consumo do mundo capitalista e assim, caiu o muro de Berlim. Não acho que é de propósito que no nosso caso a educação para os pobres seja de péssima qualidade, pois ela não é formidável para a elite . As Universidades brasileiras estão fora da lista das melhores do mundo. Se a situação no Brasil A está assim.....

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