terça-feira, 11 de dezembro de 2012

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HA-DE SER O QUE DEUS QUISER"
João Almeida
Todas as portas estavam fechadas.... não por estarem indisponíveis....é que viajaram todos! quer dizer, não todos, os que ficaram não sabiam onde foi se parar a chave e só coube um aceno da janela. A vida é assim; chega um dia em que a nossa perspectiva começa a ficar diferente, a realidade torna-se mais forte do que os nossos desejos. Os nossos problemas consomem tanto que a gente nem consegue ouvir uma música que a tarde trouxe bem baixinha para encontrar o silencio da noite. Pelo que me aflinge eu não posso dispor de otimismo, mas me encho de esperanças, se não foi o azul, que seja o verde. Enfim sempre existe um recomeço e que seja como na poesia de Miguel Torga:

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…"


APESAR DAS CURVAS QUE ME ATRASAM, CAMINHO COM UMA ÚNICA ESPERANÇA: SER FELIZ!

BOM RESTO DE SEMANA  E TODOS OS DIAS DA VIDA!
João Almeida

Navegar

(Fernando Pessoa)

Navega, descobre tesouros,
mas não os tires do fundo do mar,
o lugar deles é lá.
Admira a Lua,
sonha com ela,
mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol,
deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
Sonha com as estrelas,
apenas sonha,
elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento,
ele precisa correr por toda a parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
As lágrimas?
Não as seques,
elas precisam correr
na minha, na tua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse deves segurar,
não o deixes ir embora, agarra-o!

Quem amas?
Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave!
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira, conserva a vontade de viver,
não se chega a parte alguma sem ela.

Abre todas as janelas que encontrares e as portas também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.

Descobre-te todos os dias,
deixa-te levar pelas tuas vontades,
mas não enlouqueças por elas.

Procura!
Procura sempre o fim de uma história,
seja ela qual for.

Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.

Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo,
só sairás dessa agonia se conseguires tirá-lo também.

Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás,
pede perdão!

Não te acostumes com o que não te faz feliz,
revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.

Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!

Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.

Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!

Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
"O mais é nada".


"Precisava ter uma lei,
pelo tempo da vida toda,
proibindo o sonho da gente de ir-se embora sozinho.
Precisava que o vento amigo, soprasse todos os dias, o sonho pra perto da gente."
Milene Lima


, no Inquietude


Era um construtor...
João Almeida
Costumava subir o morro e olhar suas obras, admirando-as. Assim passou um bom tempo olhando sua casa, a fumacinha  dançando no espaço, subindo, subindo não se sabe pra onde.
Eu fiz aquela casa!
Crianças dando voltas, pulando, correndo sobre uma grama verde-cana. A esposa no varal ele enxergava uma obra-de-arte, a bandeirola de roupas que ela fazia.
Eu fiz aquela familia!
Desceu feliz pela trilha que ele fez encontrando um sorriso de paz no rosto de  sua Maria e a harmonia nos riso e gritos  dos filhos e acabou por entrar na brincadeira maluca deles até o cansaço chegar. Nunca imaginou subir o morro e não ver os meninos no terreiro nem as bandeirolas de roupas.
O tempo passou.
O construtor não entende, para onde foram os laços que atavam sua família?  se romperam naturalmente. É isso que o tempo faz. Outros não naturalmente, mas cada um para seu canto foi o que aconteceu. E agora ?  somos dois, e as vezes mesmo juntos somos um...até que fosse, se fosse para eu subir o morro devagarzinho para ver Maria  lá de cima apreciando os pássaros, e saber que nunca ela cansará desses momentos,  mas ser um é muito dificil!  reflexões indicam às vezes desiluções, decepções pelo silencio que o tempo nos impõe,  vida nova!     é isso.... depois de certo tempo é da vida o esquecimento nos tempos de hoje, é uma diferença enorme entre os construídos e o construtor . Então o construtor ver demolida sua maior obra, a união construida com o suor do seu amor. Não fosse sua vontade de continuar feliz o que seria ? então a contra gosto passa uma esponja nesse pedaço do passado e tenta fazer do presente o melhor para sua vida.




Até a uns trinta anos atrás, nos tempos da Irmã Dulce e da Madre Tereza de Calcutá e de um bom número de heróis anônimos, ainda era possível conservar em nossos dicionários o vocábulo HERÓI no sentido de alguém extraordinário, capaz de empreender ações arrojadas que cruzam as fronteiras do tempo e se eternizam no campo dos valores imperecíveis.
Hoje, herói é aquele ou aquela que é capaz de beber trinta latas de cerveja numa noite e amanhecer estirado numa calçada, cheirando urina e balbuciando asneiras.
Daí para diante ele se apossa do termo VÍTIMA para qualificar e definir sua personalidade. É uma vitima da sociedade. Mas quem é a sociedade? É a comandita em que alguns poucos sócios entram apenas com o dinheiro (roubado…) e com as normas e não se obrigam além desses limites enquanto que os demais sócios solidários respondem integralmente, pelas obrigações que a entidade assume. Por outras palavras, os poderosos se apoderam do dinheiro, ditam as normas e pregam o consumismo enquanto as massas se encarregam de chafurdarem-se no atoleiro da miséria que não tem fim e bancarem o heroísmo de morrerem à base de salário mínimo. É isto, meus amigos, o que Lula quer e prega, descaradamente: riquezas para os ladrões e salário mínimo para as massas, para os heróis que correm o dia inteiro atrás do pão e do circo, reeditando o paganismo, salário mínimo até para os que, com seu suor e seu sangue, pagaram o seguro que lhe servisse de garantia para si e para sua família no dia em que a geada dos anos enrijecesse seus músculos e em que o calor do sol não bastasse para aquecer seus sonhos de vida. E você, meu amigo aposentado, ainda alimenta alguma duvida sobre o que deve fazer, você ainda está perplexo perante o fato de votar e ou de não votar em quem deve?

O apocalipse de São João (3.15) aponta o remédio para essa covardia que vira arma nas mãos dos maus contra nós. “Conheço, diz São João, sua conduta: Você não é frio nem quente. Quem dera que fosse frio ou quente! Porque é morno (… acomodado), nem frio nem quente, estou para vomitar você de minha boca”. Horrivel!… ser vomitado da boca de Deus para não prejudicar Lula e sua companheira de guerrilha, sócia das FARC? Você meu amigo, se quiser ser frio que o seja. Você é livre.

Salve, pelo menos, sua liberdade de ser frio, mas, por amor de Deus, MORNO NÃO.
João Almeida "Na hora da colheita não me procure, pois

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